Bonhoeffer trata agora de Mateus 5: 27-32. O comprometimento com Jesus não se coaduna com o desejo sem amor, não se admite a vontade ordenada pelo desejo. Ainda que seja um olhar, tal desejo exclui todo o corpo do discipulado, e o condena ao inferno, vende sua primogenitura celestial por um prato de lentilhas.
Nenhum sacrifício que o discípulo é capaz de fazer é demasiadamente grande, Cristo é maior que o olho, que a mão, a recompensa do desejo é pouca em comparação com seu prejuízo. Bonhoeffer não foge da questão da literalidade ou não das recomendações de Jesus, ele diz que a pergunta é apenas para fugir da decisão, a pergunta é errada e má em si, porque não há resposta para ela. Se optamos pela literalidade, fazemos da vida cristã um absurdo existencial, se, por outro lado, dizemos que é só uma imagem, não damos seriedade aos mandamentos. Assim, somos confrontados e sendo necessário obedecer, não impõe aos discípulos o jugo insuportável, mas os ajuda misericordiosamente no Espírito.
Para Bonhoeffer, Jesus santifica o matrimônio, declarando-o indissolúvel e negando a possibilidade de um segundo matrimônio para o adúltero. Liberta o casamento do desejo egoísta, e o entende como serviço de amor, o discípulo deve confirmar seu total comprometimento com Cristo.
A carta de divórcio tem explicação em Mt. 19.8, por causa da dureza de coração foi permitido aos israelitas fazerem uso da carta, apenas pra preservar o coração de uma indisciplina ainda maior.
Jesus procura a pureza total, a castidade de seus discípulos, liberta da pornéia, da prostituição dentro e fora do casamento, 1Co. 6.13-15, trata-se de uma poluição não apenas do próprio corpo, mas do Corpo de Cristo. A contemplação do corpo crucificado de Jesus dado em nosso favor e a comunhão com ele, dão ao discípulo a força para castidade que Jesus demanda.
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