DISCIPLINA DA SIMPLICIDADE
“Aquilo que fazemos não produz em nós a simplicidade, mas nos posiciona no lugar em que podemos recebe-la: Diante de Deus, de modo que ele possa operar em nós a graça da simplicidade” Liberdade da Simplicidade, p. 25
“A dependencia radical de toda a criacao em relacao a Deus é o conceito basico para a compreensão da simplicidade. Ninguem possui existencia independente nem capacidade de auto-sustentacao. Tudo que somos e possuímos é por derivação” p. 37
Simplicidade é liberdade. Duplicidade é servidão. A simplicidade traz alegria e equilíbrio. A duplicidade traz ansiedade e temor. O pregador de Eclesiastes observou que “Deus faz o homem reto, e este procura complicações sem conta” (Eclesiastes 7:29, Bíblia de Jerusalém).
O experimentar a realidade interior liberta-nos exteriormente. O linguajar torna-se veraz e honesto. A cobiça de “status” e posição passou, porque não mais necessitamos deles. Paramos com a extravagância pomposa, não porque não possamos dar-nos a esse luxo, mas por uma questão de princípio. Nossos bens se tornam disponíveis aos outros. Juntamo-nos à experiência que Richard E. Byrd registrou em seu diário, após meses de solidão no estéril Ártico: “Estou aprendendo... que um homem pode viver intensamente sem grande quantidade de coisas.”
Jesus declarou guerra ao materialismo do seu tempo. O tremo aramaico para riqueza era “mamom”, e Jesus condenou-a como um deus rival: “Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque, ou há de aborrecer um ou amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Lucas 16:13)
A simplicidade é a única coisa que pode adequadamente reorientar nossas vidas de sorte que as posses sejam autenticamente desfrutadas sem destruir-nos. Sem a simplicidade, ou capitularemos ao espírito de “Mamom” da presente era má, ou cairemos num ascetismo legalista e anticristão. Ambas as situações levam à idolatria. Ambas são espiritualmente fatais
A Disciplina Espiritual da simplicidade provê a necessária perspectiva que nos liberta para receber a provisão de Deus como um Dom que, por não ser nosso, não devemos guardar, mas que pode ser gratuitamente partilhado com outros. Uma vez que reconhecemos que a Bíblia denuncia os materialistas e os ascetas com igual vigor, estamos preparados para voltar nossa atenção à estrutura de um entendimento cristão da simplicidade.
Como Jesus deixou muito claro em nosso texto central, estar livre de ansiedade é uma das provas interiores de que estamos buscando o reino de Deus em primeiro lugar. A realidade interior da simplicidade envolve uma vida de alegre despreocupação com os bens materiais. Nem o ganancioso nem o avarento conhecem essa liberdade. Ela não tem nada que ver com a abundância ou com a falta de posses. É uma atitude interior de confiança. O simples fato de uma pessoa viver sem a posse de bens materiais não é garantia alguma de que esteja vivendo em simplicidade. Paulo ensinou que o amor do dinheiro é a raiz de todos os males, e muitas vezes os que menos o têm amam-no ao máximo. É possível a uma pessoa estar desenvolvendo um estilo de vida exterior de simplicidade e viver cheia de ansiedade. Inversamente, a riqueza não liberta da ansiedade.
A Expressão Exterior da Simplicidade
Em primeiro lugar, compre as coisas por sua utilidade e não por seu “status”.
Segundo, rejeite qualquer coisa que o esteja viciando. Aprenda a distinguir entre a verdadeira necessidade psicológica, como ambientes alegres e o vício.
Terceiro, crie o hábito de dar coisas. Se você acha que se está apegando a alguma posse, considere dá-la a alguém que necessite.
Quarto, recuse ser dominado pela propaganda dos fabricantes de bugigangas modernas
Quinto, aprenda a desfrutar das coisas sem possuí-las. Possuir coisas é uma obsessão de nossa cultura. Se as possuímos, achamos que podemos controlá-las; e se podemos controlá-las, sentimos que nos darão maior prazer.
Sexto, desenvolva um apreço mais profundo pela criação. Aproxime-se da terra.
Sétimo, olhe com cepticismo saudável todos os planos de “compre agora, pague depois”.
Oitavo, obedeça às instruções de Jesus sobre a linguagem clara, honesta. “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim: não, não. O que disto passar, vem do maligno” (Mateus 5:37).
Nono, recuse tudo quanto gere a opressão de outros.
Décimo, evite qualquer coisa que o distraia de sua meta principal.
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