1 CORÍNTIOS 13.1-13: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. 3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria. 4 A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, 5 não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10 Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, ntão, conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade.
A partir do texto de Paulo, gostaria de falar sobre algumas definições que devemos ter em nossa vida como cristão. Já venho falando deste assunto em algumas postagens a respeito de minhas conversas com o Pr. Carlos McCord.
Aqui volto ao assunto, tendo em vista o texto paulino onde aparecem as três palavras chaves da definição da vida cristã: fé, esperança e amor.
1. Você tem fé em que?
Vivemos numa época muito parecida com a era do apóstolo, há muitas opções de deuses no mercado, mesmo o cristão, há várias formas hoje de se colocar e tentar definir o que é a fé. Uma época que parece muito com a descrita por Lucas em Atos 17, há várias superstições e suposições, e o evangelho de tão desconhecido passa a ser para alguns crentes uma doutrina nova (vs.19).
A igreja de Corinto é descrita pela sua abundância maravilhosa de dons, havia dons miraculosos, dons de ensino e pregação, preocupação social e um incrível nível de compromisso como deixar seu corpo ser queimado.
Contudo, apesar de tanta coisa, eles não tinham nada de Deus em seus corações, por que?
Existem dois modos de enxergarmos a vida cristã, uma delas é o evangelho e outra é a religião.
Na religião, a fé é aquilo que fazemos para Deus para merecermos o favor dEle para nós, a religião começa e termina com eu. A religião prega esforço, faça, seja, mude, enfim, listas e mais regras de coisas que você deve fazer para se religar a Deus. A religião é o esforço do homem em buscar a Deus.
O evangelho é outra coisa, é Deus quem busca o homem, sai ao encontro dele para perdoar e salvar para sua glória. O evangelho começa e termina em Deus. O evangelho fala de descanso, arrependimento, abrir mão da própria vida, transformação, enfim, o evangelho é um relacionamento que Deus começa conosco através da fé.
Paulo descreve a igreja como um metal que soa ou como o sino que tine, na religião há tanto julgamento, tanto orgulho que todos têm que afirmar que são especiais. A mudança é sempre de fora para dentro, mas como o metal só tem barulho, não tem calor.
Na fé da religião, as pessoas se distinguem pelas suas próprias capacidades, como falar a lingua dos anjos, então elas criam barreiras de conquista. Uma das palavras favoritas da religião é pecador, sempre para designar aqueles que não estão no grupo.
No evangelho, não há nada em que possamos confiar, qualquer maravilhoso dom que seja, pois é tudo presente. A palavra pecador é usada não para classificar as pessoas, mas para nos lembrar de quem somos todos nós sem a graça de Deus. A fé não é uma conquista dos mais fortes, mas um presente dado por Deus aos mais fracos.
O grande problema da religião é que a fé não está em Deus realmente, está em nós mesmos. Deus é um auxiliar mas os planos são meus, os desejos são meus, os dons são meus, enfim, a vida é minha.
A fé vem da fidelidade e amizade de Deus para conosco, que mesmo sabendo que somos, foi ao nosso encontro e transformou a nossa vida. A fé é esta amizade com o Senhor Jesus em que agora meus desejos são os dele, meus planos são os dele, os dons são os dele, a minha vida é dele.
Em 2 Reis 5, a bíblia conta a história de Naamã, que era o segundo homem mais poderoso da Síria, que havia conquistado muitas coisas para Síria, mas era leproso. Ele leva uma menina cativa de Israel que conta que Eliseu poderia curá-lo. Naamã começa a preparar-se para conquistar sua cura, começa levantando suas credenciais, seu dinheiro e sua tropa para irem de encontro ao profeta. Tentando conquistar a cura para sua lepra como conquistou tudo em sua vida. Porém, chegando em Israel, o profeta mandou que ele se banhasse no rio Jordão sete vezes e assim, ficaria curado.
2 Reis 5: 11-13: Porém Naamã muito se indignou e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, e invocará o nome do SENHOR, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso.12 Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar purificado? E voltou-se e se foi com indignação. 13 Então, chegaram-se a ele os seus servos, e lhe falaram, e disseram: Meu pai, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura, não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te e ficarás purificado.
Por que Naamã ficou indignado? Porque como muitos crentes hoje, ele achava que a fé era alguma coisa que ele faria. Para que Deus abençoasse a vida dele, ele deveria ser um tipo de especial de pessoa que faria alguma coisa mais especial ainda. Agora, banhar-se no Jordão, isto qualquer um poderia fazer. Por isto que no verso 13, um dos servos, graça a Deus para vida dele, o aconselha, dizendo que se o profeta pedisse algo mais dificil, ele não faria.
A fé em Deus é pura graça de Deus, não está preocupada com os nossos méritos porque diante do nosso Senhor não há qualquer mérito nenhum. Todos somos igualmente dependentes de Deus para viver, todos precisamos da fé em Jesus como aquele que venceu o mundo e nos deu a vitória através de sua vida para podermos ser curados da nossa lepra interior e exterior.
Quando a impossibilidade de podermos construir, conquistar a nossa vida entra no nosso coração é neste instante que se abre a possibilidade da fé, acreditar que em Jesus mesmo sendo quem somos, podemos ter uma vida que faça sentido.
Fé não é acreditar em Deus para realizar os próprios desejos, sonhos e conquistas; é outra coisa bem diferente, é abrir mão de acreditar em si mesmo, e passar acreditar em Jesus como razão da nossa vida.
"Se crermos na sua presença apenas como algo para nós, e não em nós, transformamos o Evangelho em algo muito menor do que deveria ser. O evangelho, por causa de toda a perfeição de Deus, deve ser nosso agora e para sempre" Carlos McCord, p. 44
bibliografia:
Carlos McCord - A Vida que Satisfaz.
Timothy Keller Counterfeits Gods.
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