No quarto capítulo de Discipulado Celestial, Mike Wells vai falar a respeito do conhecimento de Deus que o discípulo tem. Ele começa com uma crítica ao conhecimento emocional de Deus que o coloca sob um holofote e esperando que Ele prove a si mesmo.
Para se conhecer Deus, precisa conhecer Jesus Cristo como diz João 1.18. Mike parte da declaração de Jesus em João 14.6: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.
"Jesus afirma ser o caminho, antes de ser a verdade. Muitos hoje colocam a verdade adiante do caminho e, ao agir assim, fizeram do cristianismo uma lista de regras a serem seguidas na ordem certa. Jesus é o caminho para a verdade, pois à sua luz nunca mais teremos definições falhas das verdade" p.85
Para Wells, Deus não oferta primeiro a verdade para nós, Ele nos dá o caminho para ela. A verdade absoluta está revelada em Cristo, não uma que pode ser decorada. O que é conhecido sobre Deus é proporcional ao andar pelo Caminho. Contudo, se ficarmos satisfeitos com a falsa verdade sem o Caminho, cairemos em mera divagação.
Ministrando ao desejo, Deus busca transformar o coração, de dentro para fora. Assim, o comportamento se ajusta ao coração. Se olharmos para o comportamento podemos perder de vista o desejo do coração e acabamos parecidos com fariseus e escribas. Qualquer vestígio de desempenho para sermos aceitos por Deus foram removidos quando tentamos viver por nós mesmos, precisamos compreender que o amor de Deus e sua aceitação não são baseados no que fizemos, mas em que somos nEle e somos dEle por toda a eternidade (Rm 8.38-39).
Durante a caminhada, somos tentados a achar que nossos fracassos nos afastaram de Jesus. Contudo, a tristeza pelo fracasso é uma prova de um novo nascimento e está de acordo com a vontade divina. Por que então quando somos perdoados, continuamos a nos sentir sem ele?
Segundo o autor, a primeira razão é a auto-retidão (auto-justiça) que é a demonstração de uma confiança nas suas próprias habilidades, essas pessoas vivem mediante a força percebida, e não a fraqueza, pois eles crêem que podem ser tentados e saírem ilesos.
"O indivíduo com esta atitude mental examina o caminho mais simples de Deus e opta por seus próprios esquemas elaborados de libertação, de enfrentar a vida, de viver com um parceiro, criar seus filhos, e trabalhar com outros. A depressão desse homem é simplesmente ira por não ser capaz de desempenhar-se sem Deus, em seu nível esperado de sucesso" p. 93
O outro problema é da incredulidade, muitos querem ser pessoas de fé, mas poucos querem ter experiências que produzem fé. As pessoas tem sentimentos ruins e passam a acreditar neles, contudo devemos ir das emoções falsas para a verdade pela fé.
A questão é de dependência, muitos colocam a questão como de força de vontade, entretanto, o fundamento da vida é Cristo, e nosso relacionamento com ele. Não se trata de força de vontade, não é a vontade da pessoa que a salva. Mesmo porque, se formos impedidos de pecar, é Deus quem nos impede, se vencermos, é pelo seu poder que temos a vitória - Hb 2.18 e Tg 1.13.
Mike resume este ponto da seguinte forma- quando o crente é mantido é Deus que o guarda, quando o cristão peca, é responsabilidade dele com a permissão passiva de Deus.
Nas páginas 102 a 104, Mike oferece uma lista de nove pontos a respeito do relacionamento do discipulo com seu fracasso.
1. Para o crente, o pecado e o castigo são uma única e mesma coisa.
2. Os cristãos incrédulos sofredores, na verdade, põem Cristo de lado, como se o comportamento certo fosse mais importante que o sangue de Jesus.
3. O pior castigo que alguém pode impor a si mesmo é o ódio pessoal. Nada é tão ruim quanto olhar-se no espelho odiando-se.
4. A carne e o espírito se satisfazem apenas momentaneamente, assim, fomos criados para um relacionamento contínuo, que nos satisfaz momento a momento. E este ou é com a carne ou é com o Espírito.
5. Os seres humanos são atraídos naturalmente para um relacionamento.
6. O pecado complica a vida, O pecado nunca permite que a vida seja fácil.
7. Ficamos deprimidos quando perdemos tudo porque somos orgulhosos demais para reconhecer que tudo que possuíamos era Cristo e sua provisão.
8. Posso respirar na terra e não no mar, ou seja, uma vida guiada pelo espírito não se alimenta da carne, a vergonha pelo fracasso é uma prova dessa nova vida.
9. Não é fraqueza espiritual evitar aquelas coisas que atraem nossa natureza carnal.
O discípulo foi criado para a liberdade conforme Tg 1.25. Mike pensa a liberdade a partir do relacionamento do pai com seu filho, o próprio Deus nos julga a partir da lei da liberdade, sua misericórdia é maior que seu juízo.
A primeira coisa a fazer com a nossa liberdade é tratar os outros como fomos tratados por Deus.
Estamos num relacionamento com Deus, nossa obediência não deve ser buscada como um dever,mas um privilégio, a obediência provém do amor dEle, mas se torna um aborrecimento quando é apresentada como dever.
Assim, outra prisão é o nosso passado, se decidirmos viver a partir de lá, excluiremos Deus de nossas vidas, ficamos sozinhos e sem esperança.
Na oração, devemos nos lembrar do sangue de Jesus, que nos liberta do nosso pecado, do nosso egocentrismo.
"Deus é o amor que o corpo, a alma e espírito necessitam tão desesperadamente. Da próxima vez em que estiver em conflito, inclua Deus na discussão e observe as hostilidade diminuírem. Não introduza ensinamentos sobre Ele ou teologias favoritas, coloque o Cristo vivo na situação e observe-o fazer o que o entendimento não consegue" p. 116
Sobre a vontade de Deus, Mike coloca duas razões para os cristãos não ouvirem a Deus. A primeira, é o silêncio de Deus que se deve ao fato de que estamos na vontade dele. A segunda é que devemos nos perguntar se estamos realizando a última coisa que Ele mandou para nos fazermos.
A voz do inimigo é sempre severa, condenatória e julgadora.
O homem no Espírito foi feito para a liberdade, por vezes, gastamos muita energia tentando saber o que é permitido, quando deveríamos saber as poucas coisas que nos foram proibidas. Se evitarmos o egocentrismo, veremos que noventa por cento do que fazemos é permitido. O problema é o que o inimigo busca levar o crente a acreditar na escassez do que na abundância da vida em Cristo.
O inimigo, também, gosta mais da culpa do pecado do que o pecado em si, para alguns a culpa pode durar a vida toda. Vemos a bondade do perdão, mas continuamos a evitar o SEnhor por medo das consequencias.
Quando confessamos nossos pecados, Deus começa a reduzir o impacto das consequências em nossas vidas, ele perdoa e purifica a gente. O fracasso que é quando o homem fica sob a influência de qualquer outra coisa que não seja Deus, tem duas partes: confissão e poder purificador. Temos que aceitar o perdão e a purificação, a auto-flagelação não leva a lugar algum.
Voltando a questão de ouvir a Deus, Mike coloca o problema como de desejo de coração, Deus sempre esta falando,contudo, alguns estão sintonizados na voz do inimigo.Contudo,
"Como costumamos dizer, o bom é inimigo do melhor. É bom ouvir a Deus, mas não é o melhor. O melhor é andar pela fé sem ouvir- confiar embora não ouvindo. Portanto, se houver períodos em que depois de ter ouvido a voz dele deixe de ouvi-la, não deve buscar uma palavra, uma voz ou uma visão. Buscar uma voz e evitar a fé não é o melhor. Somos frequentemente levados a crer que nossa aceitação de Deus significa que sempre temos uma comunicação direta, audível com Ele. Os que afirmam isso não tem necessidade de uma fé ativa. Como pessoas de fé, iremos andar quer ouçamos ou não" p. 125
O orgulho é o mestre do disfarçe, a depressão como ódio a si mesmo tem sua fonte nele. Assim também a auto-defesa.
Jesus embeleza nosso mundo, Ele veio ao lixo que é este mundo e plantou uma flor que é a igreja, que revelaria seu coração e sua glória.
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