sábado, agosto 23, 2014

TIM KIMMEL: Connecting Church & Home


Connecting Church & Home de Tim Kimmel é um livro fantástico que fala sobre como relacionar a igreja com a família. A abordagem é mediante a graça, mas num modo que revela um livro inovador e interessante.


O papel dos pais é conectar o coração de seu filho de maneira que prepare esta criança para ser mais facilmente conectada ao coração de Deus.

O OBJETIVO DE MINISTÉRIO DE FAMÍLIAS:

"O alvo de um ministério de famílias da igreja é conectar o coração de cada líder de família individualmente de tal maneira que isto melhor prepara os pais para desenvolver uma conexão de coração com seus filhos que subsequentemente inclinam estas crianças a um profundo amor pelo Senhor e gentileza para com os outros" (356-358)

FILOSOFIA DE MINISTÉRIO.

A filosofia de uma igreja é a combinação de duas coisas: pressupostos e perspectivas. Sendo que o primeiro molda o segundo. Nossos pressupostos iram moldar nossas perspectivas (filosofia), e nossas perspectivas vão moldar nossas prioridades (estratégia), nossas prioridades vão dar forma a nossa performance (táticas)

GRAÇA

"Graça é um modo de vida. Firma-se totalmente na obra de Jesus em nós, experimentamos o poder ilimitado de Deus, nos vitalizando e nos capacitando para viver vidas verdadeiramente boas"

O problema é que muitos crentes entendem que a graça diz respeito somente a graça da salvação. E assim fica o mau hábito de deixar a graça no pé da cruz e voltar para performance como base para caminhada cristã.

Nesta perspectiva é baseada no medo, a estratégia é gerenciamento de pecado com uma tática que envolve mudança de comportamento.

O grande lema da graça é tratar os outros do modo como Deus nos trata.  E assim, pessoas comprometidas com a palavra de Deus (verdade) e que não perdem de vista o gracioso coração de Deus (graça). 

Nunca podemos esquecer que o núcleo do evangelho é um relacionamento de amor e uma conexão de coração que o poder de transformar pecadores em santos. Mover nossas crianças da infância para seguidores apaixonadas de Jesus requer muito mais que uma lista de preceitos cristãos. 

Não se trata de transferência de informações corretas ou nem tentar fazer da jornada a mais adorável e menos dolorosa possível. 

4 PONTOS DE CONTATO DA GRAÇA.


Deus enxerga nossas verdadeiras necessidades (necessidades internas), Ele conhece nossos desejos profundos (liberdade). Ele entende nossos grandes desafios (caráter). Ele antevê nosso grande potencial (verdadeiras grandezas).

Em relação às crianças, precisamos nos dirigir às suas necessidades internas, precisamos estender para elas as mesmas liberdades que Deus nos deu. Precisamos construir de dentro para fora com caráter. E, necessitamos alcançar elas com o futuro das verdadeiras grandezas.



PRIMEIRA DIMENSÃO: NECESSIDADES INTERNAS:


1. Toda criança tem uma necessidade interna por segurança.

2. Toda criança tem uma necessidade interna por significância.

Aceitá-las do modo como Deus as fez, com seu corpo, QI, maneirismos,etc. Estar certos que nossos lares e igrejas são ambientes de amor e honra. Sempre demonstrar afeição.

3. Toda criança tem uma necessidade interna por força
Afirmá-las consistentemente, dando atenção e foco individual. Instruindo, corrigindo e disciplinado elas.

Trabalhando em reconhecer as habilidade dada por Deus e ajudar as desenvolver. Encorajando a viver uma vida de aventura onde são forçadas a confiar em Deus. 


SEGUNDA DIMENSÃO: DEIXANDO OS CORAÇÕES LIVRES.


1. Pais e igrejas baseados na graça dão a liberdade de serem diferentes.

Pais e ministérios familiares legalistas sempre erram em moralizar o comportamento não-moral (como moda que é modesta, mas esquisita). Ou pior, eles fazer um assunto bíblico de algo não moral e não bíblico. 

2. Pais e igrejas baseados na graça dão as crianças a liberdade de serem vulneráveis.

Possuem um grande respeito pelos sentimentos e medos das crianças apesar de quão irracionais podem ser.

3. Pais e igrejas baseados na graça dão a liberdade de serem cândidos.

4. Pais e igrejas baseados na graça dão a liberdade de cometerem erros.

Não ficam surpresos quando as crianças erram. Eles são pecadores ( como os pais e líderes). Eles nasceram pecadores. É a capacidade mais sofisticada que possuem desde que nasceram.

TERCEIRA DIMENSÃO: CARÁTER


Construir um caráter numa criança leva elas a crescerem. 

Fé: se torna um traço de caráter quando aquilo que acreditamos inicia as escolhas morais que temos (Hb. 11:1)

Integridade: o que você faz quando ninguém está olhando, tem a ver com clareza moral.

Equilíbrio: a graciosa presença de Deus na vida da pessoa que ajuda a ela a viver com sabedoria, de modo prático (Ec 3:1-8)


QUARTA DIMENSÃO: LEVAR AS CRIANÇAS PARA VERDADEIRA GRANDEZA:


As qualidades da verdadeira grandeza são:

1. Coração humilde - uma reverência para Deus e respeito para os outros.
2. Coração agradecido - uma apreciação pelo que foi dado e pelo Deus que deu.
3. Coração generoso- um grande deleite em compartilhar com os outros aquilo que Deus confiou para você.
4. Coração servo - um desejo e alegria em tomar ação para ajudar alguém.


Tipos de igreja

Existem as igrejas da palavra, que o foco é uma pregação poderosa e um ensino da Escritura. E também há a igreja do poder que é uma igreja que está em batalha espiritual contra as forças do mal.  Há uma igreja do Trabalho, que está sensível ao drama humano, que tem um caráter mais assistencialista.

Quando a graça de Deus tem seu lugar próprio, nós obedecemos a palavra de Deus, desfrutamos do poder de Deus e entusiasticamente fazemos a obra de Deus todo o tempo. É uma igreja que compartilha, cuida e cresce. 




NELSON SEARCY: Engage: A Guide to Creating Life-Transforming Worship Services

Engage: A Guide to Creating Life-Transforming Worship Services (Searcy, Nelson;Hatley, Jason;Dykes Henson, Jennifer) é um livro que busca planejar os cultos para ser mais efetivo na tarefa de conectar-se com as igreja e com os visitantes.

Os princípios são: 

Trabalhe como um time
Divulgue um calendário de pregação.
Arrependimento é o alvo do culto.
Domingo importa!
Honre a Deus através da excelência.
Convide as pessoas para tomar próximos passos.


Ele coloca como alvo do culto três perguntas que devemos responder:

O que queremos que as pessoas saibam quando saírem do culto?
O que queremos que pessoas sintam ?
O que queremos que as pessoas façam?

"Você se coloca em frente ao seu povo no domingo para um razão e uma razão apenas: para conectar a verdade de Deus para a vida real de maneira que leva a uma transformação radical". 

Thom S. Rainer: I Am a Church Member: Discovering the Attitude that Makes the Difference



O livro de Thom S. Rainer tenta pensar elementos que caracterizam um membro saudável de uma igreja. É um livro simples e direto.

"O conceito de um membro de igreja  inativo é oximoro. Biblicamente, não existe tal membro de igreja"



1# UM MEMBRO QUE UNE A IGREJA.

"Quando você se torna um cristão, Deus espera que você seja parte de sua igreja. Mas, quando você se torna parte de sua igreja, Ele quer que você seja uma presença unificadora"

2# UM MEMBRO QUE SERVE
"Você nunca vai encontrar alegria na membresia da igreja quando você constantemente busca as coisas de seu modo. Mas, paradoxalmente, você vai achar a grande alegria quando você escolhe ser o último. É isto que Jesus queria dizer quando Ele disse que o último seria o primeiro. A verdadeira alegria significa abrir mão de nosso direitos e preferências e servir a todos"


3# UM MEMBRO QUE LIDERA SUA FAMÍLIA

"Existe uma importância da família para a igreja. Nós temos que encorajar os membros que estão em nossa família para serem fiéis para igreja. Devemos orar juntos como uma família de membros por nossas igrejas. De fato, quanto mais nós amarmos nossa família, mais devemos exortar nossa família a amar a igreja profundamente"

4#UM MEMBRO QUE SABE QUE A MEMBRESIA É PRESENTE.

"A membresia na igreja é um dom. Um presente que deve ser entesourado. Isto não deve ser tomado como algo merecido ou considerado como qualquer coisa. Por ser um presente, nós devemos ser sempre gratos".

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quarta-feira, agosto 13, 2014

Romanos 5:1-11: O que a justificação traz?


ROMANOS 5:1-11: 5.1   Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;  5.2   pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.  5.3   E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência;  5.4   e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.  5.5   E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado. 5.6   Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.  5.7   Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.  5.8   Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.  5.9   Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.  5.10   Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.  5.11   E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.

Os benefícios da justificação que temos agora:

Paz com Deus.
5.1   Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
A paz com Deus aqui significa que até a nossa salvação, estávamos em guerra com Deus. Quando desobedecemos a Deus, pecamos  e assumimos o controle de nossa vida, ficamos contra o reinado de Deus sobre a nossa vida. E, assim, Deus tem um problema com a gente, o débito do pecado que traz a ira de Deus. 

Acesso a graça em que permanecemos.
5.2a   pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; 

Recebemos, então, uma posição favorável perante Deus, a justificação não apenas remove a hostilidade entre nós e Deus, como nos leva a um relacionamento com Deus agora. 

Esperança da glória
5.2b e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
A esperança é a convicção, não apenas um desejo esperançoso mas uma certeza. Esta convicção vem das duas primeiras coisas da paz e do acesso a Deus agora. 

Em Cristo, estamos livres do nosso passado ( nossa rebelião e pecado), estamos livre no presente para desfrutarmos de um relacionamento com Deus e um dia iremos desfrutar da presença da glória de Deus.

O crente justificado desfruta de uma bênção muito mais grandiosa do que uma simples aproximação periódica de Deus, ou uma audiência ocasional com o rei. Nós temos o privilégio de viver no templo e no palácio. Nossa relação com Deus, que nos e refletir. Os frutos da justificação têm relação com o passado, o presente e o futuro. Nós "temos paz com Deus" (como resultado de nosso perdão passado); "estamos firmes na graça" (nosso privilégio presente). E "nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (nossa herança futura). Paz, graça, alegria, esperança e  glória. (JOHN STOTT, A Mensagem de Romanos, p. 80)

ALEGRIA NO SOFRIMENTO.

Sofrimento leva a perseverança:
 5.3   E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; 

O sofrimento nos leva a focar naquilo que realmente é importante, aquilo que é duradouro. 

O sofrimento fortalece o caráter.
5.4   e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. 

É a qualidade de confiança que vem da experiência. É o crescimento espiritual que acontece quando estamos focados em Cristo. 

O sofrimento nos leva a esperança
5.5   E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado. 

Por causa da paz, do acesso à Deus e da futura glória, o sofrimento pode, enfim, nos fazer crescer na esperança. Ele pode nos levar a um lugar onde podemos achar a esperança verdadeira, a confiança verdadeira: Deus, quando sentimos o amor Dele derramado em nosso coração através do Espirito. 

Pense como o sofrimento afeta as pessoas que procuram a salvação pelas obras, elas estão sempre inseguras porque sabem que não conseguem viver seus padrões. Então, quando sofrem elas sentem que estão sendo punidas por Deus. Elas não conseguem ter confiança no amor de Deus. O sofrimento as afasta de Deus ao invés de aproximá-las. Quando estamos sofrendo descobrimos em quem realmente confiamos em Deus ou em nós.


A FONTE DISSO TUDO.

Podemos conhecer objetivamente e sem dúvida alguma o tamanho do amor de Deus por nós quando olhamos para o sacrifício de Jesus por nós, mesmo que nossos sentimentos ou dores queiram negar, não podemos negar aquilo que Jesus fez por amor a nós.

Cristo morreu quando não merecíamos.
5.6   Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.

A pessoa mais amorosa não morreria por alguém mal, mas
5.7   Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.  

isto foi exatamente o que Jesus fez.
5.8   Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 

O ser humano pode ser muito generoso e fazer doações a quem ele considera digno de sua afeição e respeito. A majestade incomparável do amor de Deus reside na combinação de três fatores, a saber, que quando Cristo morreu por nós, Deus estava: (a) entregando a si mesmo; (b) submetendo-se aos horrores de uma morte por meio da qual carregaria os pecados na cruz; e (c) fazendo isso por seus inimigos indignos.  (JOHN STOTT, A Mensagem de Romanos, p. 83)

OS BENEFÍCIOS FUTUROS

Cristo morreu por nós, ele pode nos manter salvos mesmo no dia do julgamento.
5.9   Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.  

Ele morreu quando nós eramos seus inimigos, ele  vai fazer menos por nós que somos seus amigos?  e se ele nos salvou morrendo, realmente ele nos manterá a salvo agora que vive.
5.10   Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.  

Foi por seu sangue (9a), derramado em uma morte sacrificai na cruz, que nós fomos justificados, e foi quando éramos inimigos de Deus (10a) que nós fomos reconciliados com ele. E aqui reside a lógica. Se Deus já fez aquilo que era de fato difícil, será que não podemos confiar que ele irá fazer o que é incomparavelmente mais simples, em se tratando de completar a tarefa? Se Deus efetuou a nossa justificação à custa do sangue de Cristo, quanto mais irá ele salvar o seu povo justificado da sua ira final (9)! E, se ele nos reconciliou consigo mesmo quando ainda éramos seus inimigos, quanto mais ele haverá de fazer em concretizar definitivamente a nossa salvação, agora que somos seus amigos reconciliados (10)! É fundamentados nisso que ousamos afirmar que seremos salvos. (JOHN STOTT, A Mensagem de Romanos, p. 84)


Então nos alegramos agora tendo em vista o futuro.
5.11   E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.

"A alegria é a grande marca de uma pessoa justificada. Isto é único do cristianismo, porque isso não depende de nossas circunstâncias ou de nossa atuação. Quando você dá seu coração para qualquer coisa exceto Deus, você procura felicidade lá, e você ficará desapontado. Você irá, logo ou mais tarde, descobrir que você não é tão feliz ou que sua felicidade é muito frágil e insegura, e você vai perceber que esta coisa não pode nunca fazer você verdadeiramente, permanentemente feliz e você vai dizer: Nunca mais de novo. Mas, o que você faz então?  Você vai procurar para outra coisa e ficar desapontado de novo, ou vai desistir de buscar felicidade e ficar isolado, então você nunca desfrutar de nada mesmo. Por fim, sem o evangelho nós devemos ou adorar os prazeres do mundo ou fugir dos prazeres do mundo" (Timothy Keller, Romans 1-7 For You, p. 119)

Com base no que acabamos de ver, portanto, parece evidente que a grande marca que identifica o crente justificado é a alegria, especialmente o alegrar-se no próprio Deus. O crente deveria ser a pessoa mais positiva do mundo, pois a nova comunidade de Jesus Cristo é caracterizada, não por um triunfalismo concentrado em si mesma, mas em uma adoração cujo foco é Deus. (JOHN STOTT, A Mensagem de Romanos, p. 84)

segunda-feira, agosto 11, 2014

Ed Stetzer: Commeback Churches


Comeback Churches: How 300 Churches Turned Around and Yours Can Too de Ed Stetzer é um livro que conta como algumas igrejas conseguiram renascer após um período de declínio. Antes de mais nada, é muito triste que nenhum livro de Ed Stetzer tenha sido publicado por aqui.


O livro é muito bom, é um retrato analítico do que caracteriza estas igrejas que conseguiram da volta por cima.



Alguns destaques do livro:



"Encarnacional: igrejas missionais 

"É irônico que muitas igrejas evangelicais estão cheias de pessoas que vivem de um modo muito parecido com o mundo mas parecem diferentes.  Deveria exatamente o oposto. Deveríamos nos parecer com aqueles que estão em nossa comunidade mas agindo diferentemente"  (p. 6)

Existem cinco tipos de pessoas dentro de uma igreja:
  1. pessoas com recursos.
  2. pessoas importantes.
  3. pessoas treináveis
  4. pessoas legais
  5. pessoas que drenam



"Gerenciamento é fazer as coisas de modo correto. Liderança é fazer de maneira correta as coisas"

"Nossa missão é fazer mais e melhores seguidores de Jesus Cristo simultaneamente. Um discípulo que cresce espiritualmente terá um desejo crescente de ser uma testemunha e alcançar aqueles que estão perdidos" p. 40

"Sempre há um elemento moral para a visão. A visão tem um senso de convicção. Qualquer um com uma visão vai falar para você que não é meramente uma coisa que pode ser feita. É algo que deve ser feito.  Isto é algo que deve acontecer. Este é o elemento que impulsiona homens e mulheres para fora do reino da passividade para dentro da ação. Este é o elemento moral que dá a visão um senso de urgência" p. 46


"Igrejas revitalizadas requerem pelo menos três elementos. Primeiro, há uma energia espiritual que vive dentro dos crentes individualmente e da família da igreja como um todo, trazida através de um despertamento. Segundo, a igreja é reestruturada em volta de um propósito missional. Terceiro, há um compromisso a longo prazo com a mudança. Igrejas revitalizadas implementam estes elementos num processo contínuo de arrependimento e revitalização pessoal e corporativo, guardando o foco na missão" p. 54


PRINCÍPIOS:

Princípio 1: A grande motivação para evangelismo é o nosso relacionamento com Deus, que nos compele  a amar aqueles que Ele ama. Pastores revitalizadores estão aptos a mostrar uma visão para fora que é compartilhada pela liderança e então pela congregação.

Princípio 2:  A fim de treinar as pessoas para ir e dizer, nós precisamos ensinar como devem viver como Jesus- viver como um mensageiro de Deus neste mundo.

Existem realmente duas conversões - a primeira para a comunidade, eu gosto e confio nestas pessoas e quero aprender com elas e então para Cristo, eu faço a decisão para Cristo dentro de uma comunidade segura de amigos.

"Novos crentes, geralmente, saem porque são instáveis em sua fé, porque estão presos ao seu estilo de vida ou porque não entenderam as escrituras" p. 122

"Consumerismo é não apenas o resultado do isolamento, mas também fundamenta e alimenta a continuação da ideologia de soberania individual" p. 157

"Como resultado, o consumerismo busca enganar os sentimentos negativos de isolamento, nós gastamos quantidades cada vez maiores de dinheiro para nos sentirmos melhor. Contudo, quanto mais estamos obcecados sobre aplicar o consumerismo como uma solução para a nossa solidão, mais isto alimenta o individualismo padrão." p. 158

Princípios de uma revitalização:

1. oração determina o que Deus quer que mudemos.
2. Clareza determina a mudança que precisamos.
3.  Olhar para a mudança objetivamente e claramente define as forças positivas e negativas  que estão presentes na situação estática.
4. Já que a situação que precisa de mudança está congelada em um lugar, descongelar isto vai criar um descontentamento saudável, que vai determinar que vai fazer os papéis necessários para ajudar a mudar como também vai determinar seu próprio papel.
5. Planeje sua aproximação e prepare-se para resistência à mudança.

Dave Kraft: Leaders Who Last

Terminei de ler LEADERS WHO LAST, um livro de Dave Kraft sobre a liderança na igreja. 

O livro de Kraft busca ajudar os líderes a continuarem em seu ministério de liderança na igreja e não pararem no meio do caminho.

Alguns destaques da minha leitura:

"Ter um propósito biblicamente baseado é como segurar um ímã. Isto motiva, direciona e puxa as pessoas em volta e desvia e atravessa as distrações. Se suas atividades fluem de um propósito dado por Deus e estão ancoradas num poder centrado em Cristo, você tem um mapa confiável para levar sua vida" (p.44)

"Eles devem cuidar de pelo quatro funções que estão na minha definição de trabalho de um líder: eles devem pastorear, desenvolver, equipar e encorajar aqueles que lideram. Isto leva um certo tipo de pessoa para fazer estas funções acima mencionadas. Nem todo mundo está designado a ser um líder mais do que nem todos estão para serem professores ou administradores"  (p.88)

"O líder é uma pessoa que está insatisfeita com o modo como as coisas estão. Ele tem um fardo dado por Deus, uma visão, e uma chamada para ver algo diferente. Ele quer ver alguma mudança, construir um novo futuro. Ele, então, começa comunicar o que ele pensa e para onde ele quer ir. Por causa do caráter e da qualidade de sua vida, ele está apto para levar outros a se ajuntar com ele" (p. 118)

Uma parte interessante é quando Kraft fala dos cinco tipos de pessoas que estão sob a liderança:
1. pessoas com recursos.
2. pessoas importantes
3. pessoas treináveis
4. pessoas legais
5. pessoas que drenam.

O livro é muito bom e já está publicado no Brasil pela Vida Nova com o título Líderes que permanecem.



O livro está dividido desta forma:  

Part One: Foundations
Chapter 1. The Leader's Power
Chapter 2. The Leader's Purpose
Chapter 3. The Leader's Passion
Chapter 4. The Leader's Priorities
Chapter 5. The Leader's Pacing

Part Two: Formation
Chapter 6. The Leader's Calling
Chapter 7. The Leader's Gifts
Chapter 8. The Leader's Character
Chapter 9. The Leader's Growth

Part Three: Fruitfulness
Chapter 10. The Leader's Vision
Chapter 11. The Leader's Influence
Chapter 12. The Leader's Legacy

domingo, agosto 10, 2014

Tiago 5:1-6: O Valor das Coisas

Tiago 5:1-6: Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações, como num dia de matança. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.




A IDOLATRIA DA RIQUEZA.


O dinheiro ou a riqueza podem ser um ídolo na vida de uma pessoa, o próprio Jesus comparou a influência do poder financeiro ao próprio Deus em Mateus:
"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas (Mt. 6:24)"

Paulo em 1 Tm 6:10 diz que:
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males

É interessante que esta passagem de Tiago vem logo após uma reflexão sobre a inconstância da vida porque a maioria das nossas preocupações em relação ao futuro estão ligadas ao dinheiro.

Como saber se o dinheiro se tornou um ídolo em nossa vida? 

Tiago dá três sintomas de como o dinheiro pode se tornar o senhor da vida de alguém. 

1. QUANDO BUSCAMOS SEGURANÇA NO DINHEIRO.

Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. (Tiago 5:1-3)

Vivemos a nossa vida em função do nosso sustento, é o nosso trabalho que dita o nosso ritmo de vida, acordamos e dormimos conforme o nosso trabalho, tudo para garantir o sustento para a nossa vida. 

Contudo,quase sempre, nunca estamos contentes com aquilo que temos. O mundo coloca a segurança na posse das coisas, e nunca achamos que temos o suficiente para estarmos seguros.

Quanto mais temos, mais achamos que não temos. Porque toda a idolatria é uma espécie de vício, precisamos de mais e mais para sentirmos cada vez menos. Assim que compramos alguma coisa, já estamos pensando em comprar outra e nem usamos aquilo que compramos.


2. QUANDO BUSCAMOS PODER NO DINHEIRO

Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos (Tiago 5:4)

Os ricos de Tiago que não faziam parte da igreja estavam se enriquecendo às custas da opressão dos pobres. Um dos sintomas para sabermos que o dinheiro se tornou um deus na nossa vida é refletirmos se tiramos vantagem quando estamos em nosso trabalho, isso mostra o quão faminto estamos para ter mais grana na nossa vida mesmo que isso vai contra outra pessoa. 

Deixamos as coisas mais importantes que as pessoas, isto nos dá uma sensação de poder sobre as outras pessoas, mas é roubo. Isto não é somente do empregador que não paga aquilo que deve aos seus empregados mas também serve para os empregados que não trabalham como deveriam para seus patrões.

Isto demonstra que estamos trabalhando para nós mesmos e não seguindo aquilo que a Bíblia nos ensina:

Cl 3.22   Vós, servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus.

3. QUANDO BUSCAMOS PRAZER NO DINHEIRO.

Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações, como num dia de matança. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu. (Tiago 5:5-6)

Já vimos dois sintomas  para sabermos se o dinheiro se tornou um ídolo em nossa vida. Primeiro, quando depositamos nossa segurança ou confiança naquilo que temos e, em segundo lugar, quando buscamos poder sobre as outras pessoas a partir daquilo que temos, defraudando para ter mais. 

A terceira característica é quando buscamos ter mais para ter mais prazer. Quando nos enforcamos em dívidas para termos um prazer luxuoso que vai além das nossas posses, muitas pessoas estão em uma situação delicada financeiramente porque procuram nas coisas um prazer desenfreado que o leva uma bancarrota.

CURANDO OS TRÊS SINTOMAS.

1. A REAL SEGURANÇA ESTÁ EM DEUS.

O descanso verdadeiro está em Deus, precisamos levar o nosso coração a aprender a depender de Deus e viver na dependência dele. Para isto é importante que saibamos de coração que:

a. Pertencemos ao Senhor.
b. Que tudo que temos pertence a Deus.

2. O PODER REAL ESTÁ EM DEUS.

A consciência de que tudo que temos pertence a Deus, nos leva a dar glórias a Deus por tudo que temos e descobrir que o poder é somente dEle.  Então, tudo que temos é um presente dele para nós. 

As pessoas em sua vida é um presente. As oportunidades em sua vida é um presente. As posses em sua vida é um presente. Os recursos em sua vida é um presente. Os dias de sua vida, eles são um presente. E o maior presente de todos é a salvação. Quero dizer, você precisa saber disso que em todas as outras religiões, você tem que pagar por isso. Você tem que reencarnar e pagar a Deus por todas essas coisas que você fez. Você tem que sofrer. Ou você tem que fazer uma boa ação a cada vez que você faz uma má ação. Ou você tem que ir para o purgatório e pagá-lo de volta
Somos mordomos daquilo que Deus colocou em nossa mão, não somos nós que transformamos pedras em pão. É a palavra de Deus que sustenta a nossa vida, então, uma boa dica para começarmos entender isto de verdade é a disciplina espiritual da generosidade. 

Quando ofertamos e dizimamos estamos reconhecendo a soberania e o senhorio de Cristo em nossa vida e em nossa riqueza, é uma forma de dizermos ao nosso coração e ao nosso bolso que há um dono que governa a nossa vida.

E se tudo é de Deus, jamais poderemos defraudar alguém para mostrar poder, já que entendemos que somos instrumentos de Deus para ajudar alguém com seu sustento de maneira justa e honesta.

3. O REAL PRAZER ESTÁ EM DEUS.

Quando entendemos a providência de Deus para a nossa vida, podemos realmente descansar e desfrutar a nossa vida confiando que Ele cuida da gente. Não precisamos mais acumular para nos sentirmos seguros, nem defraudar para ficarmos mais poderemos e nem ter e ter para nos sentirmos mais felizes, descobrimos uma felicidade que dinheiro nenhum pode pagar.

2 Co 8: 9 Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos.


quarta-feira, agosto 06, 2014

Romanos 4:1-25: Como começou a justificação?

ROMANOS 4:1-25: 4.1   Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?  4.2   Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.  4.3   Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.  4.4   Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.  4.5   Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.  4.6   Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:  4.7   Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.  4.8   Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.  4.9   Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.  4.10   Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.  4.11   E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem (estando eles também na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada), 4.12   e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na incircuncisão.  4.13   Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.  4.14   Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.  4.15   Porque a lei opera a ira; porque onde não há lei também não há transgressão.  4.16   Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós  4.17   (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem. 4.18   O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.  4.19   E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.  4.20   E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;  4.21   e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.  4.22   Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça.  4.23   Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, 4.24   mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor,  4.25   o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.


POR QUE ABRAÃO FOI SALVO?

4.1   Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?  4.2   Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.  4.3   Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.  4.4   Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.  4.5   Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.  4.6   Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:  4.7   Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.  4.8   Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.

Abraão recebeu a justiça de Deus, sua salvação foi um presente e não um merecimento.

4:1- Ele descobriu a justificação pela graça há muito tempo.

4.2   Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus- Se ele tivesse sido salvo pelas obras, ele poderia se vangloriar perante Deus- o que é uma impossibilidade.

Se a fé for igual a obediência, então, haveria algo pelo qual Abraão poderia se vangloriar.

4.3   Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. - A Escritura prova isto dizendo que a ele foi imputada (creditada) a justiça.

Este verso introduz uma palavra muito importante: logizdomai, que está traduzida como imputada. Este é um termo que quer dizer atribuir crédito a alguém. Creditar algo é conferir um estatus que não estava antes.

O termo quer dizer "creditar" ou "computar" e, quando usado num contexto financeiro ou comercial, significa colocar alguma coisa na conta de alguém, tal como Paulo escreveu a Filemom com respeito a Onésimo: "Se ele o prejudicou em algo ou lhe deve alguma coisa, ponha na minha conta."70 Existem, no entanto, duas diferentes maneiras de creditarem dinheiro em nossa conta: ou como salário (que nós ganhamos por havermos trabalhado) ou como presente (que é de graça, ou seja, ganhamos sem ter trabalhado); e as duas formas são essencialmente incompatíveis. (JOHN STOTT, MENSAGEM DE ROMANOS, p. 70)

Aqui há uma citação de Paulo de Genesis 15:6, que diz que a fé de Abraão foi creditada para ele para sua justiça. Isto não significa somente que sua fé resultou em justiça,  nem que havia algo de especial na fé de Abraão que mereceria a justiça e a bênção de Deus.

A fé imputada para a justiça significa que Deus tratou Abraão como se ele tivesse vivido uma vida justa, sua fé não era justa nem sua vida, mas Deus creditou justiça a elas.

4.4   Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.   - O salário é uma obrigação, mas um presente (dom) não tem isto. Todo benefício ou é um salário ou um presente. 

Nossa justiça foi é fruto de merecimento ou um presente. Se a salvação não é um presente, então alguns poderiam achar que Deus seria obrigado a salvar alguns por suas obras como um salário pela obediência. O que é contrário a toda a Escritura.

4.5   Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. - então, a salvação vem apenas para aqueles que param de trabalhar por ela, mas a recebem como um presente. 

A fé não é igual a obediência, é igual a confiança na provisão salvadora de Deus. 

Primeiro, aquele que e salvo não pratica, isto não significa que uma pessoa salva não cumpre a lei (Rm 3:31), isto significa que uma pessoa salva não confia na obediência dela como um caminho para a salvação. Um cristão é alguém que para de praticar para ser salvo, mas não é alguém que para de praticar.

Segundo, uma pessoa salva confia que Deus justifica o impio. Significa que o crente confia que Deus tem um modo de salvar fora de seus próprios esforços.

Terceiro, se paramos de confiar em nós mesmos como nossos justificadores e passamos a confiar em Deus como aquele que justifica, o resultado é a justiça imputada.

Precisamos entender uma questão fundamental, quando estivermos diante de Deus, a nossa confiança que somos aprovados por Ele será:

1. porque eu tentei fazer o melhor para ser um bom crente.
2. porque eu acreditei em Deus e tentei fazer sua vontade.
3. porque eu acredito em Deus com todo o meu coração

Em cada uma dessas respostas, a salvação será ou por obras, ou por obras mais fé ou por fé como obra. Não é uma salvação recebida, gratuita, daquele que não pratica como diz Paulo. Todas as alternativas retiram a glória do evangelho e colocam alguma parcela nas pessoas, levando a ansiedade, falta de confiança, orgulho espiritual.

A fé tem que estar na promessa de Deus da salvação, isto colocará ela no lugar certo para confiar em Deus e sua capacidade, isto o levará a humildade e a confiança, o que foi que Abraão descobriu.

E verdade que o que Tiago está defendendo não é que nós podemos ser justificados por obras, assim como Abraão não o foi, mas antes que a autenticidade da fé justificadora encontra-se nas boas obras, que são fruto dessa fé. "Eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras", diz o verdadeiro crente,60 porque a fé que não resulta em boas obras é morta.61 Todavia, por trás do argumento de Tiago está a tradição judaica (que, aliás, ele rejeita) de que Abraão foi justificado pelas obras. (JOHN STOTT, MENSAGEM DE ROMANOS, p. 69)

4.6   Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:  4.7   Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.  4.8   Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.

Davi também fala desta graça imputada. Um crente é alguém cujos pecados não estão creditados ou contados contra ele.

Paulo está citando o Salmo 32 que Davi escreveu após o episódio de 2Sm 11. 

Conhecer a bênção da justiça imputada é o único modo de libertar uma visão verdadeira de nós mesmos. Sem isto, nós iremos ignorar que Deus é justo, e que só aceita uma vida justa ou seremos esmagados por esta verdade. Mas, se temos a fé salvífica podemos ser reais sobre nós mesmos, sobre nossas falhas, e sabemos que somos pecadores cujos pecados não estão contados contra nós- pecadores que são justos.

Justificação implica um cálculo, crédito ou cômputo duplo. Por um lado, negativamente falando, Deus nunca leva em conta os nossos pecados contra nós. Por outro lado, falando em termos positivos, Deus deposita em nossa conta um crédito de justiça, como uma dádiva de graça, pela fé, completamente independente de nossas obras. (JOHN STOTT, MENSAGEM DE ROMANOS, p. 71)

SALVAÇÃO, CIRCUNCISÃO E LEI.

A justiça de Abraão veio antes da circuncisão e da lei, então a salvação é para todos, e não para alguns somente.

4.9   Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.  - Esta justiça imputada é apenas para os judeus?


 4.10   Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.- Abraão tem esta justiça antes da circuncisão.

Abraão não baseou sua aprovação divina na circuncisão, ela não é uma condição, mas um sinal.

  4.11   E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem (estando eles também na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada), - Então, os não judeus que confiam na mesma promessa terão a justiça imputada.

4.12   e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na incircuncisão.  E também os judeus que confiarem também terão o mesmo.

4.13   Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.  .- Abraão foi imputado antes que a lei foi dada.

4.14   Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada. - Viver pela lei significa que você não pode receber o que foi prometido, você apenas recebe a desaprovação de Deus.

4.15   Porque a lei opera a ira; porque onde não há lei também não há transgressão.  A lei apenas podem nos mostrar que somos incapazes.

4.16   Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós   Então, a salvação vem pela graça para aqueles que acreditam na promessa seja judeus ou gentios.

4.17   (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem A Escritura prova isto: ele foi pai de muitas nações.

ABRAÃO: UM CASO DE ESTUDO DA FÉ

O  OBJETO DA FÉ : a promessa dos descendentes.


4.18   O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.  

O REALISMO DA FÉ: ele não negou os obstáculos.
4.19   E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. 

A fé  começa com uma morte em nossa auto confiança, é ir apesar de nossa fraqueza, nossos sentimentos e percepções.

O FOCO DA FÉ: a glória e o poder de quem prometeu.
 4.20   E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;  4.21   e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.  

A fé não é algo que exclui a reflexão, Abraão sabia que havia algo maior que sua própria realidade. E colocava seu foco em Deus, em sua glória e seu poder.

O RESULTADO DA FÉ: a justiça imputada
4.22   Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça.  

EXEMPLO DA FÉ:  a Escritura o deixou como um exemplo.
4.23   Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, 4.24   mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor,  4.25   o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.

NOSSO OBJETO DA FÉ: Jesus, o descendente de Abraão que morreu e ressurgiu para a nossa salvação.
4.24   mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor,  4.25   o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.

É esse conceito de "deixar que Deus seja Deus" que estabelece uma transição natural entre o seu poder e a sua fidelidade. Existe uma correspondência fundamental entre a nossa fé e a fidelidade de Deus, tanto é que às vezes a ordem de Jesus "Tenham fé em Deus"J0° já foi forçosamente parafraseada, e com razão, como "Contem com a fidelidade de Deus". Afinal, se uma pessoa cumpre ou não suas promessas, isso não depende somente de ela ter condições de cumpri-las, mas também de sua disposição para fazê-lo. Ou, melhor dizendo, por detrás de toda promessa jaz o caráter da pessoa que a fez. Abraão sabia disso. Ao considerar a sua própria senilidade e a esterilidade de Sara, ele nem fez vista grossa a estes problemas, nem os subestimou. Mas lembrou-se do poder de Deus e da sua fidelidade. A fé olha sempre para os problemas à luz das promessas. "Pela fé, Abraão — como também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade — recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa."101 Ele sabia que Deus era capaz de manter sua promessa (em virtude de seu poder) e sabia que ele o faria (por causa de sua fidelidade). Estava plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido (21). Em conseqüência, Paulo acrescenta, referindo-se ao fato de Abraão ter crido na promessa de Deus, "isto também lhe foi creditado como justiça" (22). (JOHN STOTT, MENSAGEM DE ROMANOS, p. 76)

Fonte bibliográfica:

ROMANS 1-7 FOR YOU de Timothy Keller

THE MESSAGE OF ROMANS de Timothy Keller

A MENSAGEM DE ROMANOS de John Stott