introdução
O PRIMEIRO MODO DE UMA CRITICA TRANSCENDENTAL DO PENSAMENTO FILOSOFICO.
O PRIMEIRO MODO DE UMA CRITICA TRANSCENDENTAL DO PENSAMENTO FILOSOFICO.
O primeiro modo de crítica transcendental do pensamento filosófico se eu considerar a realidade como dada pela experiência ingênua pré-teórica e, então, confrontar isto com uma análise teórica, por meio do qual a realidade parece dividida em vários aspectos modais, então, a primeira coisa que me impressiona, é a original indissolúvel inter-relação entre estes aspectos em que são pela primeira vez explicitamente distinguida na atitude teórica da mente. A coerência interna indissolúvel liga o aspecto numérico e espacial, o último ao aspecto matemático do movimento, o aspecto do movimento para aquele da energia física, em que em si mesma é a base necessária do aspecto orgânico da vida. O aspecto da vida orgânica tem uma conexão interna com aquele do sentimento psíquico, este último se refere em sua antecipação lógica (o sentimento de uma correção ou incorreção lógica) para com o aspecto lógico-analítico. Este, por sua vez, está conectado com o aspecto histórico, linguístico da relação social, o econômico, o estético, o legal, os aspectos morais e o da fé. Nesta coerência cósmica inter-modal nenhum aspecto sozinho permanece por si mesmo, cada um se refere com e além de si mesmo para todos os outros.
Aqui a referencia é a das modalidades universais fundamentais de serem temporais que não se referem ao que concentro das coisas ou eventos, senão que são somente os diferentes modos de como o universal que determina os aspectos de nossa visão teórica da realidade. Por exemplo, o aspecto histórico da realidade temporal não é em absoluto idêntico com o que aconteceu no passado. Mais também, é o modo particular de ser que determina a visão histórica dos eventos reais na sociedade humana. Estes eventos tem, desde logo, muitos mais aspectos modais que o histórico. Não existe uma realidade puramente histórica. O mesmo vale para todos os outros aspectos modais
A coerência de todo os aspectos modais de nosso cosmos encontra suas expressões em cada um deles, e também aponta para além de seus próprios limites em relação a um conjunto central, que é expressa nesta coerência.
[Veremos na sequencia por que esta totalidade mais profunda necessariamente transcende a coerência mutua de todos os aspectos modais da realidade temporal, assim como a nossa individualidade transcende a coerência de suas funções nestes aspectos]
Nosso ego expressa a si mesmo como uma totalidade na coerência de todas estas funções com todos os aspectos modais da realidade cósmica. E o homem, cujo ego expressa a si mesmo na coerência de todas suas funções morais temporais, foi em si mesmo criado por Deus como expressão de sua imagem.
[Esta foi apagada quando o homem quis ser algo em si mesmo. Cf. a bela declaração na ´Epitre `a tous amateurs de Jésus Christ escrita por Calvino en 1535 (ed. Pannier, París, 1929, p. 36): “Car il lavoit formé `a son image et semblance, telleme(n)t que la lumi`ere de sa gloire reluysoit clairement en lui. . . Mais le malheureux voulant estre q(uel)que chose em soymesme. . . son image et semblance en estoit effacée. . . ”]
SIGNIFICADO COMO O MODO DE SER DE TUDO QUE É CRIADO.
Este caráter universal de referir ou expressar, em que é próprio de nosso inteiro cosmos criado, estampa a realidade criada como significado, em conformidade com sua dependente natureza não-auto-suficiente. Significado é o ser de todo o que foi criado e a natureza mesma de nossa individualidade. Isto tem uma raiz religiosa e uma origem divina.
Agora, a filosofia deveria nos equipar com um insight teórico para a coerência inter-modal de todos os aspectos do mundo temporal. Filosofia deveria nos deixar atentos, para esta coerência é uma coerência de significado que refere a totalidade. Nós fomos equipados para esta coerência de sentido com todas as nossas funções modais, em que inclui tanto o que chamamos de natural como aquilo que chamamos de espiritual. Filosofia deve direcionar a visão teórica da totalidade sobre o nosso cosmos e, com os limites de suas possibilidades, responder a questão, "Como tudo tece-se no todo".
O pensamento filosófico em seu caráter próprio, nunca deve ser desconsiderado com impunidade, é pensamento teórico direcionado para a totalidade do significado para o nosso cosmos temporal. Estas simples teses introdutórias contém em si mesmas um complexo inteiro de problemas envolvidos numa discussão da possibilidade de filosofia genuína.
Pensamento filosófico é uma atividade real; e apenas à custa de sua própria realidade (e, em seguida, meramente num conceito teórico) pode isto ser captado do pensamento em si mesmo.
Esta abstração do real, o ego inteiro que pensa que pode ser necessário para formular o conceito do pensar filosófico. Mas mesmo neste ato de determinação conceitual, é o "self" que está realmente fazendo o trabalho. este ego está realmente operando não meramente em seu pensamento, mas em todas as funções em que isto expressa a si mesmo com a coerência de nosso mundo temporal. Aqui não há um aspecto modal único de nosso cosmos em que eu não funciono realmente. Eu tenho uma função real no aspecto modal do número, no espaço, no movimento, na energia física, na linguagem, na relação social com meus companheiros, na avaliação econômica, na contemplação ou na produção estética, na esfera jurídica, na moralidade e na fé. Neste sistema todo das funções modais do sentido, isto é eu que permaneço o ponto central de referência e a unidade profunda acima de toda diversidade moral dos diferentes aspectos da minha existência temporal.
A direção do pensamento filosófico através da totalidade de sentidos implica numa auto-reflexão crítica.
Pode a filosofia- que deve ser guiada pela ideia da totalidade de sentido- então, mesmo ser possível sem a auto-reflexão crítica? Evidentemente que não. Uma filosofia que não leva para esta reflexão deve falhar, desde o início, em direcionar-se para a totalidade de significado do nosso cosmos. Γνῶϑι σεαυτόν, conheça-se a ti mesmo, deve ser, de fato, escrito acima dos portais da filosofia.
Mas, nesta mesma demanda pela auto-reflexão crítica encontra-se o grande problema.
Para ser claro, o ego é realmente ativo no seu pensamento filosófico, mas isto necessariamente transcende o conceito filosófico. Para o "self", como pode parecer, é o ponto-concentração para todas as minhas funções cósmicas. Esta é uma totalidade subjetiva em que não pode ser resolvida nem dentro do pensar filosófico nem dentro de alguma outra função, nem dentro de uma coerência de funções. Ao invés, isto permanece na base de todo o último como sua pressuposição. Sem determinação conceitual, contudo, não podemos pensar num sentido teórico, e consequentemente, não podemos filosofar.
Como, então, a auto-reflexão pode ser possível, se ela não transcende o conceito e, consequentemente, os limites do pensamento filosófico?
Contudo, parece haver um modo de sair desta dificuldade.
Não há nenhum sentido em exigir que o pensamento filosófico exceda seus limites imanentes afim de afim de alcançar a auto-reflexão.
Se isto lhe fosse concedido, que no pensamento filosófico, o ego é ativo quando estamos pensando, isto segue que este pensar deve ser concentrado desde do início sobre a individualidade, somente na medida em que as últimas funções na esfera lógica como uma subjetividade em que não precisa mais ser eliminada. Este ego pensante, então, é o resíduo de uma eliminação metódica de todos estes momentos no "self" individual concreto funcionando no tempo e no espaço em que eu posso ainda entrar na "Gegenstand" da função lógica subjetiva final do pensamento.
A suposta redução da individualidade para um pólo imanente, subjetivo do pensamento.
O que resta é o chamado sujeito lógico-transcendental. Este, não tem mais nada individual em si mesmo e não transcende os limites de sua função lógica. Este é concebido commo um imamente, subjetivo pólo do pensamento, em oposição a realidade inteira experimentável recua dentro de um contra-pólo de ‘Gegenständlichkeit’ (Objetividade). Como tal é considerado ser um pré-requisito transcendental de todo conhecimento teórico concreto. Para todo o conhecimento é relacionado necessariamente com um "Eu penso" final. E este é nada mais que a final unidade lógica do sujeito epistemológico.
Contudo, ao tomar conhecimento deste experimento do pensamento, isto parece para nós o fantasmo do abençoado Münchhausen. De fato, para o chamado sujeito lógico-transcendental do pensamento, este é de novo abstraído do ego que realmente está operando em suas funções lógicas. É, ainda, isolado para o maior grau concebível de abstração, já que é produto de um processo metódico de eliminação em que os pensadores imagina, que é capaz, enfim, de deixar a função lógica do pensamento a parte como uma atividade auto-suficiente.
A TRANSCENDÊNCIA DE NOSSA INDIVIDUALIDADE ACIMA DO PENSAMENTO TEÓRICO. O CHAMADO SUJEITO TRANSCENDENTAL DO PENSAMENTO NÃO PODE SER AUTO-SUFICIENTE COMO UMA ABSTRAÇÃO TEÓRICA.
Contudo, esta redução toda do ego pensante para um poderia-ser sujeito lógico transcendental, executada no processo do pensamento, pode ser realizada apenas pela individualidade. Esta última, que pensa teoricamente, não pode em si mesmo, por sua vez, ser o resultado de um abstração formada pelo pensamento. O 'sujeito lógico transcendental" no suposto sentido de um polo do pensamento subjetivo lógico é, em última análise, nada mais que um mero conceito da unidade lógica subjetiva do pensamento que pressupõe o ego pensante. Além disto, este é um pseudo-conceito, já que é supostamente ser incapaz de ser analisado.
Pensamento filosófico, contudo, não pode isolar a si mesmo de sua função lógica subjetiva. porque nenhuma individualidade é um mero pensamento, o chamado "reines Denken"(pensamento puro). Toda a realidade no ato de pensar os assuntos a partir do ego, que transcende o pensamento. O real sujeito lógico-transcendental permanece uma abstração, produzido pelo ego pensante. E este é, mais do que nunca, uma abstração sem sentido envolvida em contradições internas. A função real lógica do pensamento nunca pode ser "an sich" (per se). Fora do ego transcendente, esta simplesmente não é real, ou melhor, não tem existência mesmo.
A auto-reflexão filosófica, então, supõe em qualquer caso que o nosso ego que transcende os limites do pensamento teórico poderia direcionar seu ato de reflexão do pensamento para si próprio. O pensamento filosófico não retorna para si mesmo, neste processo de refletir, mas este é o ego que no processo do pensar filosófico deveria retornar para si mesmo. E este retorno real para si mesmo no ato de reflexão do pensamento deve finalmente transcender os limites do pensamento filosófico, se, de fato, a auto-reflexão desejada chegar até lá. Esta mesma conclusão pode ser alcançada através de um caminho diferente. Isto pode ser vista da ideia do pensamento filosófico como um pensamento teórico da totalidade.
COMO O PENSAMENTO FILOSÓFICO SE LIGA A IDEIA DE TOTALIDADE DO SENTIDO?
O próprio caráter do pensamento filosófico, como temos dito, pode nunca ser abandonado com impunidade. O pensamento filosófico é o pensamento teórico direcionado para a a totalidade de sentido.
Então, eu devo primeiro dar meu pensamento uma direção fixa dentro da ideia da totalidade de sentido. Se esta ideia não permanece complemente sem conteúdo, se ela for bem sucedida em mostrar a direção para meu pensamento filosófico, então, este deve ser possível que Eu, que estou praticando filosofia, possa escolher meu ponto de vista nesta totalidade de significado para o nosso cosmos temporal. A menos que tal ponto possa ser achado, a totalidade continuará estranha para mim. Em minha individualidade central, eu devo participar da totalidade de significado, se eu estou tendo uma ideia disto em meu pensar filosófico.
Falando em figura, no processo de direcionar meu pensamento filosófico para a ideia que abrange a totalidade de significado. Eu devo ser capaz de ascender uma torre de vigia acima de toda a especialidade modal de significado que funciona com a coerência dos aspectos modais. Desta torre, devo ser capaz de examinar esta coerência com toda a diversidade modal de significado incluída nela. Aqui, devo encontrar o ponto de referência para o qual esta diversidade modal pode ser relacionada, e para o que eu posso retorna no processo de pensamento reflexivo. Em outras palavras, se eu não perder a mim mesmo na especialidade modal de significado durante o curso do pensamento filosófico, eu serei capaz de encontrar um ponto de permanência que transcende os aspectos especiais modais. Apenas em transcendendo a especialidade de significado, eu posso alcançar uma real visão da totalidade em que a anterior pode ser distinguida como como tal.
O PONTO ARQUIMEDIANO DA FILOSOFIA E A TENDÊNCIA DO PENSAMENTO FILOSÓFICO ATÉ A ORIGEM.
O ponto fixo em que sozinho, no curso do pensamento filosófico, somos capazes de formar a ideia de totalidade de significado, nós chamamos de PONTO ARQUIMEDIANO, ponto da filosofia.
Contudo, se nós temos encontrado este ponto arquimediano, nossa individualidade faz a descoberta que esta visão da totalidade não é possível fora da visão da origem ou da ἀϱχή de tanto da totalidade como da especialidade do significado.
A totalidade em que nossa individualidade é para participar, supostamente, pode ser, de fato, transcendente a toda a especialidade de significado na coerência de sua diversidade. Ainda isto, também, em última analise, contém significado que não pode existir por si mesma, mas supõe uma ἀϱχή, uma origem em cria significado.
Todo significado é vindo, através, e para uma origem, que não pode em si mesmo ser relacionada com um ἀϱχή mais alto.
A relatividade genética do significado, o fato que isto não é auto-suficiente, permanece em seu próprio caráter. E se isto é impossível que o pensamento filosófico pode ser algo distinto advindo do pensamento teórico direcionado para a totalidade de sentido do nosso cosmos, então a direção para a
ἀϱχή é necessariamente incluída em sua tendência para a totalidade.
Todo pensamento filosófico genuíno tem, então, começado como um pensamento direcionado para a origem de nosso cosmos. Desde o começo, a filosofia não-cristã viu sua origem como um reino de significado em si mesmo, embora, isto deu muitos nomes exaltados para isto. Contudo, para este momento não estou preocupado com este fato. Minha única preocupação aqui é colocar em primeiro plano a tendência básica genética do pensamento filosófico como um pensamento direcionado para sua origem.
A introdução da questão crucial como para os limites do nosso conhecimento poderia ser prematura neste estágio. O problema epistemológico: Quais são os limites para o nosso conhecimento? pressupõe, de fato, alguns insights sobre o significado do conhecimento como necessariamente relacionado com o ego. Enquanto, este conceito não foi alcançado, o apelo para uma investigação epistemológica é prematuro, isto poderia, aparentemente, banir toda a tendência genética do pensamento filosófico, mas este veredito nunca pode ser peremptório.
A OPOSIÇÃO DO ENTRE O CHAMADO MÉTODO CRÍTICO E GENÉTICO É TERMINOLOGICAMENTE CONFUSA PORQUE NÃO É CLARAMENTE DEFINIDO SEUS SENTIDOS.
Para a tendência básica mencionada acima é tão essencial para a filosofia que isto faz sua aparição no coração de todas as questões epistemológicas. Em sua referência para as condições a prior para todo o conhecimento humano, a questão crítica como o conhecimento do nosso cosmos universalmente válido é possível pode precisar ser claramente distinguida de todas as questões relativas aos momentos não-a priori de nosso conhecimento. Ainda isto é em alto grau confuso terminologicamente para falar de um crítico, em oposição a um modo genético de pensamento, como é somum em certas correntes da filosofia neo-kantiana.
Para a questão crítica, depois de uma pequena reflexão, necessariamente leva para a genética: Qual é a origem de nosso conhecimento e da realidade cognoscível? A única coisa que importa é a questão sobre o sentido do problema genético, e nem tão cedo esta questão será levantada, então isto é visto implicar o problema de como uma teoria do conhecimento é possível sobretudo.
Sentido, como dizemos, constantemente aponta sem e além de si mesmo para uma origem, que é em si mesmo não mais um sentido. Ele permanece com os limites do relativo. A verdadeira origem, ao contrário, é absoluta e auto-suficiente!
Agora, suponha que uma ou mais de nossas funções cognitivas em sua estrutura a priori vem desde início tidas teoricamente como independentes, i.e. pensamento fora de todo que é possível de determinação (como é feito por certa tendência idealista do pensamento filosófico, que é falsamente chamado crítico). Neste caso, estas funções são necessariamente elevadas para o papel de uma origem a priori do nosso cosmos cogniscível.
Se o pensamento filosófico chega a um impasse nesta assumida ἀϱχή, a questão sobre o significado de nosso conhecimento é automaticamente excluída. Tendo o ἀϱχή transcendente a todo significado. Neste caso, o cosmos que pode ser conhecido, ao invés, deriva todo seu significado de uma suposta estrutura auto-suficiente a priori das funções cognitivas.
Neste estágio de questões preliminares fundamentais que concernem a fundação da filosofia, o pensamento filosófico deve descansar numa origem pretendida para todo significado cogniscível.
Então, por exemplo, partindo do ponto de vista do neo-kantiano da Escola de Marbug, não há nenhum sentido em investigar a origem do significado lógico-transcendental, em que este filósofo supõe que pode entender toda a realidade cósmica. De acordo com ele, a origem mesma de nosso mundo cogniscível é lógica-transcendente na natureza. Então, a realidade deriva toda a sua possibilidade de significado do pensamento lógico-transcendental!
Se, contudo, o pensante não ache descanso no significado lógico, ele tem que se dirigir necessariamente além para as questões preliminares filosóficas. A pretendida ἀϱχή parece não ser a verdadeira origem, mas, ao contrário disto, existe apenas como meramente um significado, que aponta para além de si mesma, para sua verdadeira origem.
Pensamento não será definido apenas nas questões filosóficas preliminares, a menos que ἀϱχή for descoberta, que sozinha dá significado e existência para o pensamento filosófico em si.
O pensamento filosófico não retirar-se desta tendência para a origem. É sua conformidade imanente para com a lei para ele não encontrar apoio no significado, mas pensar vindo e indo para origem, onde o significado encontra sua base e existência. Só depois que o pensamento filosófico alcança a Origem e lá encontra seu descanso, o levantamento de questões cessa para ser significativo.
A falta de descanso de significado na tendência do pensamento filosófico em direção à origem.
Esta falta de descanso, manifesta a si mesma na tendência do pensamento filosófico mover-se para origem. Isto é essencialmente a falta de descanso de nosso ego que está operando no pensamento filosófico. Isto vêm de nossa própria individualidade, da raiz de nossa existência. Esta falta de descanso é transmitida da individualidade para todas as funções temporais em que este ego está realmente operando.
Inquietum est cor nostrum et mundus in corde nostro!
Nossa individualidade é realmente operativa no pensamento filosófico. Assim como é certo que a auto-reflexão filosófica é impossível fora da direção ao ego, então certamente, este requer ser direcionado para o ἀϱχή de nossa individualidade e da totalidade de sentido. O ego deve participar nesta totalidade, se o pensamento genuíno em termos de totalidade é possível.
Pensamento filosófico como tal deriva sua realidade do ego. Este procura sem descanso sua origem para entender seu próprio significado, e seu próprio significado do do significado de nosso cosmos inteiro!
Esta é sua tendência em direção a origem que desvenda o fato, que o nosso ego é sujeito a uma lei central. Esta lei deriva sua completude de significado da origem de todas as coisas e limites e determina o centro e raiz de nossa existência.
Então, uma pressuposição dupla do pensamento filosófico é descoberta desde o seu início. Em primeiro lugar, o pensamento filosófico pressupõe um ponto arquimediano para o pensador, em que o nosso ego na atividade filosófica do pensamento pode direcionar sua visão da totalidade acima da diversidade modal de significados. Segundo, ele pressupõe uma escolha de posição no ponto arquimediano em face do ἀϱχή, que transcende todo significado e em que nosso ego descansará dentro do processo do pensamento filosófico.
Se a tentativa é feita para ir além desta ἀϱχή, qualquer tentativa de formular qualquer questão não terá qualquer significado.
OS TRÊS REQUISITOS QUE DEVEM SER SATISFEITOS PELO PONTO ARQUIMEDIANO.
O ponto arquimediano deve satisfazer estas três condições: Primeiro, ele n ão pode estar divorciado de nosso próprio self subjetivo. Para isto é o nosso self que é está realmente operando no pensamento filosófico. E apenas neste centro de nossa existência podemos transcender a diversidade modal de significado.
Segundo, não pode estar divorciado da lei concêntrica da existência do ego. Sem esta lei, o sujeito cai num caos ou mesmo num nada. Apenas por esta lei é que o ego é determinado e limitado.
Terceiro, deve transcender toda a diversidade modal de significado e ser encontrado na totalidade e na radical unidade deste.Nosso ego deve participar desta totalidade, se isto é ter uma ideia disto no processo do pensamento filosófico.
O ponto de vista de imanência na filosofia.
A concepção prevalecente aceita a auto-suficiência do pensamento filosófico em atingir sua tarefa, não obstante o fato, que para o resto existe uma grande divergência de opinião sobre a natureza, tarefa e métodos da filosofia. Enquanto possuem esta autonomia da razão como o alfa e omega do insight filosófico, muitos pensadores estão certos em conceder a necessidade de um ponto arquimediano. Descartes com seu "cogito" supos que tinha achado o único ponto fixo no ceticismo metódico universal a respeito de toda realidade presente na experiência. Desde então, pensadores geralmente reconhecem a necessidade de um ponto arquimediano pela filosofia moderna, ao menos, estes percebem a necessidade de uma auto-reflexão crítica. Mas a moderna filosofia vai surgir com força e se oporá a nossa posição, que este ponto arquimediano não pode ser visto no pensamento filosófico em si. Tendo em vista o ponto arquimediano na filosofia, devemos alcançar firmemente o ponto de vista de imanência. Consequentemente, este rejeita todo apoio que seria encontrado em algo que transcende os limites imanentes do pensamento teórico, como tal. No máximo, ele vai concordar que- com a filosofia moderna- que a intuição teórica (‘Wesensschau’) é ultimamente base da certeza filosófica.
Cada ataque contra este ponto de vista da imanência vai significar um ataque ao caráter científico da filosofia em si mesma. Ou- na medida em que o próprio campo da filosofia for considerado como sendo de caráter supra-científico-, ele irá ser visto como um ataque contra a liberdade do pensamento filosófico.
O ponto de vista de imanência não exclui em si mesmo o chamado método metafísico que transcende o pensamento humano. Em si mesmo, a aceitação do ponto de vista de imanência não implica a rejeição do chamado método metafísico como um aquele que transcende o pensamento humano. A clássica filosofia-imanente foi totalmente baseada num filosofia primeiramente metafísica.
O caminho metafísico para a totalidade do significado e para o ἀϱχή, pelo menos nas correntes racionalistas, envolve a tentativa de superar os limites do pensamento filosófico com a ideia de pensamento deificado absoluto. Este deve incluir em si a plenitude do ser, isto deveria ser o νόησις νοησέως, o ‘intellectus archetypus’ num sentido puramente lógico.
Em outras palavras, o método racionalista-metafísico para o ἀϱχή que transcende o pensamento humano absolutiza a função lógica do pensamento.
O pensamento deificado, o νόησις νοησέως, se torna o ἀϱχή; o pensamento humano nisto é assumido como uma participação na razão divina, é entendido sendo o ponto arquimediano. A totalidade do significado é vista neste sistemas de ideias imanentes no pensamento.
O ponto de vista de imanência, contudo, não vai necessariamente implicar na crença da auto-suficiência da função lógica do pensamento humano, em contradição ao restado das funções imanentes da consciência.
O velho desenvolvimento da filosofia-imanente mostra as mais divergentes nuances. Ela varia de um racionalismo metafísico para a moderna lógica positivista e existencialismo. O último rompeu com o cogito cartesiano (racionalista) como seu ponto arquimediano e o trocou pelo pensamento existencial, concebido em um senso histórico imanente subjetivista.
APLICAMOS O TERMO FILOSOFIA-IMANENTE NUM SENTIDO MAIS AMPLO POSSÍVEL.
Então, não tomamos o termo filosofia-imanente no sentido comum mais estreito que vê toda a realidade como imanente na consciência e que quebrou qualquer ponte entre as funções da consciência humana e o extra-mental ‘Ding an sich’. Pelo contrário, nós usamos o termo num sentido amplo de toda a filosofia que procura seu ponto arquimediano no pensamento filosófico mesmo,independentemente de seu entendimento anterior de que este último, já seja em um sentido racionalista, irracionalista, metafísico, lógico-transcendental, vitalista, sociológico ou histórico.
Sobre esta posição, a tarefa da filosofia pode ser vista de modo mais amplo que a visão mais estreita. Existe, assim, na moderna filosofia de imanência, uma corrente que enfatiza o caráter puramente teórico da investigação filosófica e que reconhece o teórico como meramente um dos aspectos a partir dos quais podemos ver o cosmos, incluindo aquele que será o único com o qual poderemos realmente captá-lo num visão da totalidade.
Ao lado do cosmos teórico se reconhecem os "mundos" religioso, estético, moral e outros mundos ateóricos. Para a filosofia se nega expressamente o direito de reclamar o monopólio do valor seu cosmos teórico.
Da maneira mais poderosa, não obstante, traz a primeiro plano esta escola de filosofia a auto-suficiência do pensamento transcendental como ponto arquimediano para a filosofia e, ao mesmo tempo, como ἀϱχή do cosmos teórico.
O cosmos teórico, sobre esta posição, é realmente a criação do pensamento filosófico. Este deve, antes de mais nada, demolir metodicamente todo o ateórico, deixando um material caótico de consciência que deve ser ordenado como um cosmos nas formas criativas do pensamento filosófico (RICKERT)
O filósofo de imanência tem a sincera convicção do caráter científico do pensamento filosófico somente pode manter-se nesta concepção da filosofia. Que seria da objetividade?, da validade universal, do controle do pensamento filosófico se a filosofia fosse atar-se com pressuposições que vão mais além de seus próprios limites imanentes? As concepções religosas e weltanschauliche (cosmovisões) podem ser altamente respeitáveis, desde pronto, uma filosofia que entende seus limites se guardará de enfrentá-los. Contudo, dentro do domínio da filosofia, suas afirmações não podem ser reconhecidas. Aqui não é uma questão de crer naquilo que excede os limites de nossa faculdade cognitiva. Mas, que é meramente uma questão da verdade teórica objetiva, válida por igual para qualquer que quer pensar teoricamente.
Observa-se a presença nesta mesma conexão do assim chamado postulado de neutralidade com respeito a convicção religiosa e a cosmovisão pessoal. Este postulado, contudo, não é nenhum sentido inerente a posição de imanência. É aceito somente pelas aquelas correntes na filosofia da imanência que negam a esta qualquer domínio sobre a vida pessoal.
Toda a acuidade que os propagadores desta postura têm a sua disposição aplicada a demonstração da correção deste postulado da neutralidade. Quando entramos, logo, em uma discussão mais especial da relação da filosofia com uma cosmovisão, enfrentaremos a duas de suas mais contundentes defesas, as de Heinrich Rickert e Theodor Litt.
A situação problemática interna da posição de imanência.
Nesta introdução nos basta trazer ao primeiro plano a natureza problemática interna da posição de imanência. Bastará mostra como a eleição desta posição não é possível a menos que sejam realmente transcendidos os limites do pensamento filosófico.
Neste ponto, procederemos a partir do que aprendemos acima como essencial ao ponto arquimediano da filosofia. Este último, como demonstramos, deve ser elevado acima da diversidade modal de significado. Se o ponto arquimediano mesmo for preso nesta diversidade, então seria por si inapropriado como ponto de referência a partir da qual a visão da totalidade deve ser dirigida por cima dos diferentes aspectos modais do nosso cosmos.
Além disso, o ponto arquimediano, como observamos previamente, deve também transcender a coerência na diversidade dos aspectos modais. Desta tese, vamos agora dar uma explicação adicional.
POR QUE A TOTALIDADE DE SIGNIFICADO NÃO PODE SER ENCONTRADA NA COERÊNCIA IMANENTE DE SIGNIFICADO ENTRE OS DIFERENTES ASPECTOS MODAIS.
Porque a totalidade do significado não pode ser encontrada na coerência interna dos aspectos modais? Porque a coerência imanente entre todos os aspetos especiais do significado de nosso cosmos precisa em si mesma do ponto de concentração interno no qual estes últimos se encontram numa unidade radical. Esta verdade nos fica imediatamente evidente no ato de auto-reflexão.
Nesta introdução, começamos observando que nosso ego se expressa em todos os aspectos modais de nossa existência. Isto é possível somente porque os segundos encontram seu ponto de concentração no ego. Agora, o ego é elevado acima da diversidade de significado e é, assim, transcendente em respeito a ela. Nossa individualidade não se integra com a coerência mútua entre as funções que temos no cosmos.
A diversidade modal de significado existe somente na coerência de todos os aspectos modais, contudo, é a expressão de uma totalidade de significação que através do meio do tempo que é dividida em uma diversidade de aspectos modais.
A totalidade ou plenitude de significado é o centro transcendente necessário, onde, em sua coerência mútua, todos os aspectos modais convergem para a unidade de direção até a Origem, até a ἀϱχή de todo significado.
O PONTO ARQUIMEDIANO COMO PONTO DE CONCENTRAÇÃO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO.
Assim, em conexão com o precedente, o ponto arquimediano da filosofia deve ser verdadeiramente o ponto de concentração para o pensamento filosófico e como tal deve transcender a diversidade modal de significado incluindo em sua coerência. Pode este ponto de concentração ser encontrado no pensamento filosófico em si mesmo? Em outras palavras, podemos descobrir em alguma parte do pensamento teórico, um ponto que realmente transcenda a diversidade modal de significado?
Os requisitos para o ponto arquimediano satisfazem o assim chamado sujeito transcendental do pensamento?
Com toda a diversidade de termos não analisados propriamente em seu significado, se faz o intento de sugerirmos que possuímos a unidade além da diversidade do significado no pensamento filosófico. A "consciência transcendental", o "cogito transcendental", a "unidade da percepção transcendental", o "ego lógico transcendental" e outras coisas que por estilo são concebidas como o polo subjetivo do pensamento, com o qual o mundo empírico se relaciona como Gegenstand.
Esta unidade é pensada como uma unidade lógica da consciência pensante que não implica nenhuma multiplicidade ou diversidade de momentos. Em vez dele, toda síntese especial de uma multiplicidade de percepções deverá estar necessariamente relacionada com esta unidade.
Consequentemente, a segunda deveria também transcender a coerência dos aspectos modais. Pois, desde logo, esta coerência intermodal do significado, também, pressupõe o sujeito transcendental do pensamento como ponto de referência lógico central.
No entanto, este argumento descansa sobre um sério mal entendido que é causado por uma armadilha escondida na concepção do cógito transcendental em si mesmo.
Pois este deprecia o problema transcendental básico concernente a relação do ego com sua função lógica do pensamento.
Pode ser certo que o eu mesmo transcendo a coerência de todos os aspectos modrais do significado, contudo, este não é o caso para mim da função lógica do pensamento. A unidade do ego que pensa não pode ser de um caráter lógico transcendental. Pois o ego é o ponto de concentração não somente com respeito a minha função lógica, senão a todas as minhas funções modais. A unidade lógica do sujeito pensante permanece como uma unidade dentro de uma multiplicidade de momentos. Pois o aspecto lógico junto com todos os outros aspectos está também atrelado a coerência intermodal de significado. Como mostraremos em detalhe num contexto posterior de nossa investigação, esta coerência se expressa em sua própria estrutura modal, e a segunda é a mesma condição transcendental de nossa função lógica de pensamento. Consequentemente, a função lógica do ato de pensamento não transcende a diversidade moral de significado, e portanto deve precisar dessa unidade em cima de toda a multiplicidade que caracteriza o ego central. Contudo, se oporá que não é a mesma diversidade modal de significado a vista de um estado de coisas que é significativo somente par ao pensamento que faz distinções? É assim que pode ser certo que a função lógica do pensamento, portanto,todavia, é concebida como um aspecto da realidade experimentada, está presa a diversidade de significado. Contudo, este não demonstra que o sujeito de pensamento lógico transcendental (entendido como o polo do pensamento subjetivo último) seja incapaz de transcender a coerência dos aspectos modais. Pelo contrário, não parece justamente neste ponto que toda a diversidade modal de significado é irreversivelmente dependente deste sujeito de pensamento transcendental, e não parece que em relação ao segundo podemos, de fato, falar de uma Transcendenz in der Immanenz? (transcendência na imanência). Nesta conjuntura, temos, desde logo, nos aproximado de um ponto muito fundamental em nossa discussão com os adeptos da assim chamada posição de imanência transcendental.
Na última objeção, encontramos uma nova armadilha que temos que demonstrar cuidadosamente para que não nos atrapalhe uma ou outra vez.
A proclamação da auto-suficiência do pensamento filosófico, incluindo com a adição “em seu próprio campo”, é uma absolutizacao do significado. Não perde nada de seu caráter idolátrico em razão da prontidão do pensador em reconhecer que o absolutizante ϰάι᾽ ἐξοχήν, Que ele realiza no campo teórico, não é de modo algum o único pretendente legitimo, senão que a filosofia deve permitir ao homem religioso, liberdade moral plena para servir a outros deuses fora do domínio teórico.
(A New Critique of Theoretical Thought.Deel 1. The Necessary Presuppositions of Philosophy) versão pdf disponível
em http://www.dbnl.org/tekst/dooy002newc05_01/dooy002newc05_01.pdf
A OPOSIÇÃO DO ENTRE O CHAMADO MÉTODO CRÍTICO E GENÉTICO É TERMINOLOGICAMENTE CONFUSA PORQUE NÃO É CLARAMENTE DEFINIDO SEUS SENTIDOS.
Para a tendência básica mencionada acima é tão essencial para a filosofia que isto faz sua aparição no coração de todas as questões epistemológicas. Em sua referência para as condições a prior para todo o conhecimento humano, a questão crítica como o conhecimento do nosso cosmos universalmente válido é possível pode precisar ser claramente distinguida de todas as questões relativas aos momentos não-a priori de nosso conhecimento. Ainda isto é em alto grau confuso terminologicamente para falar de um crítico, em oposição a um modo genético de pensamento, como é somum em certas correntes da filosofia neo-kantiana.
Para a questão crítica, depois de uma pequena reflexão, necessariamente leva para a genética: Qual é a origem de nosso conhecimento e da realidade cognoscível? A única coisa que importa é a questão sobre o sentido do problema genético, e nem tão cedo esta questão será levantada, então isto é visto implicar o problema de como uma teoria do conhecimento é possível sobretudo.
[ A escola critica de Marburg, por exemplo, fala de uma origem do ser um sentido logico transcendental. “Nur das Denken kann erzeugen, was als Sein gelten darf” (Cohen).]
Sentido, como dizemos, constantemente aponta sem e além de si mesmo para uma origem, que é em si mesmo não mais um sentido. Ele permanece com os limites do relativo. A verdadeira origem, ao contrário, é absoluta e auto-suficiente!
Agora, suponha que uma ou mais de nossas funções cognitivas em sua estrutura a priori vem desde início tidas teoricamente como independentes, i.e. pensamento fora de todo que é possível de determinação (como é feito por certa tendência idealista do pensamento filosófico, que é falsamente chamado crítico). Neste caso, estas funções são necessariamente elevadas para o papel de uma origem a priori do nosso cosmos cogniscível.
Se o pensamento filosófico chega a um impasse nesta assumida ἀϱχή, a questão sobre o significado de nosso conhecimento é automaticamente excluída. Tendo o ἀϱχή transcendente a todo significado. Neste caso, o cosmos que pode ser conhecido, ao invés, deriva todo seu significado de uma suposta estrutura auto-suficiente a priori das funções cognitivas.
Neste estágio de questões preliminares fundamentais que concernem a fundação da filosofia, o pensamento filosófico deve descansar numa origem pretendida para todo significado cogniscível.
Então, por exemplo, partindo do ponto de vista do neo-kantiano da Escola de Marbug, não há nenhum sentido em investigar a origem do significado lógico-transcendental, em que este filósofo supõe que pode entender toda a realidade cósmica. De acordo com ele, a origem mesma de nosso mundo cogniscível é lógica-transcendente na natureza. Então, a realidade deriva toda a sua possibilidade de significado do pensamento lógico-transcendental!
Se, contudo, o pensante não ache descanso no significado lógico, ele tem que se dirigir necessariamente além para as questões preliminares filosóficas. A pretendida ἀϱχή parece não ser a verdadeira origem, mas, ao contrário disto, existe apenas como meramente um significado, que aponta para além de si mesma, para sua verdadeira origem.
Pensamento não será definido apenas nas questões filosóficas preliminares, a menos que ἀϱχή for descoberta, que sozinha dá significado e existência para o pensamento filosófico em si.
O pensamento filosófico não retirar-se desta tendência para a origem. É sua conformidade imanente para com a lei para ele não encontrar apoio no significado, mas pensar vindo e indo para origem, onde o significado encontra sua base e existência. Só depois que o pensamento filosófico alcança a Origem e lá encontra seu descanso, o levantamento de questões cessa para ser significativo.
A falta de descanso de significado na tendência do pensamento filosófico em direção à origem.
Esta falta de descanso, manifesta a si mesma na tendência do pensamento filosófico mover-se para origem. Isto é essencialmente a falta de descanso de nosso ego que está operando no pensamento filosófico. Isto vêm de nossa própria individualidade, da raiz de nossa existência. Esta falta de descanso é transmitida da individualidade para todas as funções temporais em que este ego está realmente operando.
Inquietum est cor nostrum et mundus in corde nostro!
Nossa individualidade é realmente operativa no pensamento filosófico. Assim como é certo que a auto-reflexão filosófica é impossível fora da direção ao ego, então certamente, este requer ser direcionado para o ἀϱχή de nossa individualidade e da totalidade de sentido. O ego deve participar nesta totalidade, se o pensamento genuíno em termos de totalidade é possível.
Pensamento filosófico como tal deriva sua realidade do ego. Este procura sem descanso sua origem para entender seu próprio significado, e seu próprio significado do do significado de nosso cosmos inteiro!
Esta é sua tendência em direção a origem que desvenda o fato, que o nosso ego é sujeito a uma lei central. Esta lei deriva sua completude de significado da origem de todas as coisas e limites e determina o centro e raiz de nossa existência.
Então, uma pressuposição dupla do pensamento filosófico é descoberta desde o seu início. Em primeiro lugar, o pensamento filosófico pressupõe um ponto arquimediano para o pensador, em que o nosso ego na atividade filosófica do pensamento pode direcionar sua visão da totalidade acima da diversidade modal de significados. Segundo, ele pressupõe uma escolha de posição no ponto arquimediano em face do ἀϱχή, que transcende todo significado e em que nosso ego descansará dentro do processo do pensamento filosófico.
Se a tentativa é feita para ir além desta ἀϱχή, qualquer tentativa de formular qualquer questão não terá qualquer significado.
OS TRÊS REQUISITOS QUE DEVEM SER SATISFEITOS PELO PONTO ARQUIMEDIANO.
O ponto arquimediano deve satisfazer estas três condições: Primeiro, ele n ão pode estar divorciado de nosso próprio self subjetivo. Para isto é o nosso self que é está realmente operando no pensamento filosófico. E apenas neste centro de nossa existência podemos transcender a diversidade modal de significado.
Segundo, não pode estar divorciado da lei concêntrica da existência do ego. Sem esta lei, o sujeito cai num caos ou mesmo num nada. Apenas por esta lei é que o ego é determinado e limitado.
Terceiro, deve transcender toda a diversidade modal de significado e ser encontrado na totalidade e na radical unidade deste.Nosso ego deve participar desta totalidade, se isto é ter uma ideia disto no processo do pensamento filosófico.
O ponto de vista de imanência na filosofia.
A concepção prevalecente aceita a auto-suficiência do pensamento filosófico em atingir sua tarefa, não obstante o fato, que para o resto existe uma grande divergência de opinião sobre a natureza, tarefa e métodos da filosofia. Enquanto possuem esta autonomia da razão como o alfa e omega do insight filosófico, muitos pensadores estão certos em conceder a necessidade de um ponto arquimediano. Descartes com seu "cogito" supos que tinha achado o único ponto fixo no ceticismo metódico universal a respeito de toda realidade presente na experiência. Desde então, pensadores geralmente reconhecem a necessidade de um ponto arquimediano pela filosofia moderna, ao menos, estes percebem a necessidade de uma auto-reflexão crítica. Mas a moderna filosofia vai surgir com força e se oporá a nossa posição, que este ponto arquimediano não pode ser visto no pensamento filosófico em si. Tendo em vista o ponto arquimediano na filosofia, devemos alcançar firmemente o ponto de vista de imanência. Consequentemente, este rejeita todo apoio que seria encontrado em algo que transcende os limites imanentes do pensamento teórico, como tal. No máximo, ele vai concordar que- com a filosofia moderna- que a intuição teórica (‘Wesensschau’) é ultimamente base da certeza filosófica.
Cada ataque contra este ponto de vista da imanência vai significar um ataque ao caráter científico da filosofia em si mesma. Ou- na medida em que o próprio campo da filosofia for considerado como sendo de caráter supra-científico-, ele irá ser visto como um ataque contra a liberdade do pensamento filosófico.
O ponto de vista de imanência não exclui em si mesmo o chamado método metafísico que transcende o pensamento humano. Em si mesmo, a aceitação do ponto de vista de imanência não implica a rejeição do chamado método metafísico como um aquele que transcende o pensamento humano. A clássica filosofia-imanente foi totalmente baseada num filosofia primeiramente metafísica.
O caminho metafísico para a totalidade do significado e para o ἀϱχή, pelo menos nas correntes racionalistas, envolve a tentativa de superar os limites do pensamento filosófico com a ideia de pensamento deificado absoluto. Este deve incluir em si a plenitude do ser, isto deveria ser o νόησις νοησέως, o ‘intellectus archetypus’ num sentido puramente lógico.
Em outras palavras, o método racionalista-metafísico para o ἀϱχή que transcende o pensamento humano absolutiza a função lógica do pensamento.
O pensamento deificado, o νόησις νοησέως, se torna o ἀϱχή; o pensamento humano nisto é assumido como uma participação na razão divina, é entendido sendo o ponto arquimediano. A totalidade do significado é vista neste sistemas de ideias imanentes no pensamento.
O ponto de vista de imanência, contudo, não vai necessariamente implicar na crença da auto-suficiência da função lógica do pensamento humano, em contradição ao restado das funções imanentes da consciência.
O velho desenvolvimento da filosofia-imanente mostra as mais divergentes nuances. Ela varia de um racionalismo metafísico para a moderna lógica positivista e existencialismo. O último rompeu com o cogito cartesiano (racionalista) como seu ponto arquimediano e o trocou pelo pensamento existencial, concebido em um senso histórico imanente subjetivista.
[não estamos nos referindo somente a filosofia humanista da existência]
APLICAMOS O TERMO FILOSOFIA-IMANENTE NUM SENTIDO MAIS AMPLO POSSÍVEL.
Então, não tomamos o termo filosofia-imanente no sentido comum mais estreito que vê toda a realidade como imanente na consciência e que quebrou qualquer ponte entre as funções da consciência humana e o extra-mental ‘Ding an sich’. Pelo contrário, nós usamos o termo num sentido amplo de toda a filosofia que procura seu ponto arquimediano no pensamento filosófico mesmo,independentemente de seu entendimento anterior de que este último, já seja em um sentido racionalista, irracionalista, metafísico, lógico-transcendental, vitalista, sociológico ou histórico.
Sobre esta posição, a tarefa da filosofia pode ser vista de modo mais amplo que a visão mais estreita. Existe, assim, na moderna filosofia de imanência, uma corrente que enfatiza o caráter puramente teórico da investigação filosófica e que reconhece o teórico como meramente um dos aspectos a partir dos quais podemos ver o cosmos, incluindo aquele que será o único com o qual poderemos realmente captá-lo num visão da totalidade.
Ao lado do cosmos teórico se reconhecem os "mundos" religioso, estético, moral e outros mundos ateóricos. Para a filosofia se nega expressamente o direito de reclamar o monopólio do valor seu cosmos teórico.
Da maneira mais poderosa, não obstante, traz a primeiro plano esta escola de filosofia a auto-suficiência do pensamento transcendental como ponto arquimediano para a filosofia e, ao mesmo tempo, como ἀϱχή do cosmos teórico.
O cosmos teórico, sobre esta posição, é realmente a criação do pensamento filosófico. Este deve, antes de mais nada, demolir metodicamente todo o ateórico, deixando um material caótico de consciência que deve ser ordenado como um cosmos nas formas criativas do pensamento filosófico (RICKERT)
O filósofo de imanência tem a sincera convicção do caráter científico do pensamento filosófico somente pode manter-se nesta concepção da filosofia. Que seria da objetividade?, da validade universal, do controle do pensamento filosófico se a filosofia fosse atar-se com pressuposições que vão mais além de seus próprios limites imanentes? As concepções religosas e weltanschauliche (cosmovisões) podem ser altamente respeitáveis, desde pronto, uma filosofia que entende seus limites se guardará de enfrentá-los. Contudo, dentro do domínio da filosofia, suas afirmações não podem ser reconhecidas. Aqui não é uma questão de crer naquilo que excede os limites de nossa faculdade cognitiva. Mas, que é meramente uma questão da verdade teórica objetiva, válida por igual para qualquer que quer pensar teoricamente.
Observa-se a presença nesta mesma conexão do assim chamado postulado de neutralidade com respeito a convicção religiosa e a cosmovisão pessoal. Este postulado, contudo, não é nenhum sentido inerente a posição de imanência. É aceito somente pelas aquelas correntes na filosofia da imanência que negam a esta qualquer domínio sobre a vida pessoal.
Toda a acuidade que os propagadores desta postura têm a sua disposição aplicada a demonstração da correção deste postulado da neutralidade. Quando entramos, logo, em uma discussão mais especial da relação da filosofia com uma cosmovisão, enfrentaremos a duas de suas mais contundentes defesas, as de Heinrich Rickert e Theodor Litt.
A situação problemática interna da posição de imanência.
Nesta introdução nos basta trazer ao primeiro plano a natureza problemática interna da posição de imanência. Bastará mostra como a eleição desta posição não é possível a menos que sejam realmente transcendidos os limites do pensamento filosófico.
Neste ponto, procederemos a partir do que aprendemos acima como essencial ao ponto arquimediano da filosofia. Este último, como demonstramos, deve ser elevado acima da diversidade modal de significado. Se o ponto arquimediano mesmo for preso nesta diversidade, então seria por si inapropriado como ponto de referência a partir da qual a visão da totalidade deve ser dirigida por cima dos diferentes aspectos modais do nosso cosmos.
Além disso, o ponto arquimediano, como observamos previamente, deve também transcender a coerência na diversidade dos aspectos modais. Desta tese, vamos agora dar uma explicação adicional.
POR QUE A TOTALIDADE DE SIGNIFICADO NÃO PODE SER ENCONTRADA NA COERÊNCIA IMANENTE DE SIGNIFICADO ENTRE OS DIFERENTES ASPECTOS MODAIS.
Porque a totalidade do significado não pode ser encontrada na coerência interna dos aspectos modais? Porque a coerência imanente entre todos os aspetos especiais do significado de nosso cosmos precisa em si mesma do ponto de concentração interno no qual estes últimos se encontram numa unidade radical. Esta verdade nos fica imediatamente evidente no ato de auto-reflexão.
Nesta introdução, começamos observando que nosso ego se expressa em todos os aspectos modais de nossa existência. Isto é possível somente porque os segundos encontram seu ponto de concentração no ego. Agora, o ego é elevado acima da diversidade de significado e é, assim, transcendente em respeito a ela. Nossa individualidade não se integra com a coerência mútua entre as funções que temos no cosmos.
A diversidade modal de significado existe somente na coerência de todos os aspectos modais, contudo, é a expressão de uma totalidade de significação que através do meio do tempo que é dividida em uma diversidade de aspectos modais.
A totalidade ou plenitude de significado é o centro transcendente necessário, onde, em sua coerência mútua, todos os aspectos modais convergem para a unidade de direção até a Origem, até a ἀϱχή de todo significado.
O PONTO ARQUIMEDIANO COMO PONTO DE CONCENTRAÇÃO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO.
Assim, em conexão com o precedente, o ponto arquimediano da filosofia deve ser verdadeiramente o ponto de concentração para o pensamento filosófico e como tal deve transcender a diversidade modal de significado incluindo em sua coerência. Pode este ponto de concentração ser encontrado no pensamento filosófico em si mesmo? Em outras palavras, podemos descobrir em alguma parte do pensamento teórico, um ponto que realmente transcenda a diversidade modal de significado?
Os requisitos para o ponto arquimediano satisfazem o assim chamado sujeito transcendental do pensamento?
Com toda a diversidade de termos não analisados propriamente em seu significado, se faz o intento de sugerirmos que possuímos a unidade além da diversidade do significado no pensamento filosófico. A "consciência transcendental", o "cogito transcendental", a "unidade da percepção transcendental", o "ego lógico transcendental" e outras coisas que por estilo são concebidas como o polo subjetivo do pensamento, com o qual o mundo empírico se relaciona como Gegenstand.
Esta unidade é pensada como uma unidade lógica da consciência pensante que não implica nenhuma multiplicidade ou diversidade de momentos. Em vez dele, toda síntese especial de uma multiplicidade de percepções deverá estar necessariamente relacionada com esta unidade.
Consequentemente, a segunda deveria também transcender a coerência dos aspectos modais. Pois, desde logo, esta coerência intermodal do significado, também, pressupõe o sujeito transcendental do pensamento como ponto de referência lógico central.
No entanto, este argumento descansa sobre um sério mal entendido que é causado por uma armadilha escondida na concepção do cógito transcendental em si mesmo.
Pois este deprecia o problema transcendental básico concernente a relação do ego com sua função lógica do pensamento.
[ Puro pensamento transcendental se toma sempre em um sentido lógico. Pois os outros aspectos modais do ato real do pensamento teórico, i.e., o psíquico ou o histórico, ão satisfazem os requerimentos do pensamento puro no sentido em que aqui se toma. Somente o aspecto linguístico é usualmente compreendido nele, contudo, numa concepção estrita de pensamento puro, esse aspecto também deveria ser eliminado porque não pode ser puro no sentido atribuído ao pensamento reflexivo transcendental. Significação linguística tomada em seu significado modal, permanece sempre presa ao tempo e a coerência com os outros aspectos modais da realidade temporal. Somente reduzindo o aspecto linguístico de significado a um puramente lógico pode ser mantido como pertencente a um suposto pensamento puro. Contudo, veremos que a mesma função lógica de pensaento não é nada sem a coerência intermodal de significado ]
Pode ser certo que o eu mesmo transcendo a coerência de todos os aspectos modrais do significado, contudo, este não é o caso para mim da função lógica do pensamento. A unidade do ego que pensa não pode ser de um caráter lógico transcendental. Pois o ego é o ponto de concentração não somente com respeito a minha função lógica, senão a todas as minhas funções modais. A unidade lógica do sujeito pensante permanece como uma unidade dentro de uma multiplicidade de momentos. Pois o aspecto lógico junto com todos os outros aspectos está também atrelado a coerência intermodal de significado. Como mostraremos em detalhe num contexto posterior de nossa investigação, esta coerência se expressa em sua própria estrutura modal, e a segunda é a mesma condição transcendental de nossa função lógica de pensamento. Consequentemente, a função lógica do ato de pensamento não transcende a diversidade moral de significado, e portanto deve precisar dessa unidade em cima de toda a multiplicidade que caracteriza o ego central. Contudo, se oporá que não é a mesma diversidade modal de significado a vista de um estado de coisas que é significativo somente par ao pensamento que faz distinções? É assim que pode ser certo que a função lógica do pensamento, portanto,todavia, é concebida como um aspecto da realidade experimentada, está presa a diversidade de significado. Contudo, este não demonstra que o sujeito de pensamento lógico transcendental (entendido como o polo do pensamento subjetivo último) seja incapaz de transcender a coerência dos aspectos modais. Pelo contrário, não parece justamente neste ponto que toda a diversidade modal de significado é irreversivelmente dependente deste sujeito de pensamento transcendental, e não parece que em relação ao segundo podemos, de fato, falar de uma Transcendenz in der Immanenz? (transcendência na imanência). Nesta conjuntura, temos, desde logo, nos aproximado de um ponto muito fundamental em nossa discussão com os adeptos da assim chamada posição de imanência transcendental.
Na última objeção, encontramos uma nova armadilha que temos que demonstrar cuidadosamente para que não nos atrapalhe uma ou outra vez.
Devemos
atribuir significado logico ao polo subjetivo de pensamento que está em discussão
tanto aquilo que é concebido como uma unidade logica ultima de nossa auto- consciência
pensante, e mais precisamente, naquilo
que é apresentado como um polo logico subjetivo do pensamento filosófico,
devemos atribuir-lhe um significado logico teórico.
Agora,
na sequencia, demonstraremos, com mais detalhes, entretanto, que no pensamento teórico
estamos constantemente ativos em uma oposição aos aspectos não-logicos com o
aspecto logico do significado. É a partir desta mesma oposição que nasce o problema
teórico.
A SÍNTESE TEÓRICA SUPÕE A DIVERSIDADE
MODAL DE SIGNIFICADO DO LOGICO E DO NÃO-LOGICO QUE É SEU OPOSTO.
Neste
processo de pensamento teórico caracterizado por sua atitude antitética, toda formação
correta de conceitos e juízos descansa sobre uma cortante distinção entre os
diferentes aspectos do significado e sobre uma síntese do aspecto logico com os
aspectos não-logicos da nossa experiência que são convertidos em uma Gegenstand.
Esta síntese é em si mesma um problema básico da filosofia.
[ Devemos observar que os aspectos modais de nossa experiência são ao mesmo tempo, os aspectos modais de toda a realidade em seu sentido empírico integral. A realidade empírica de nenhuma maneira se esgota em percepções sensoriais. Teremos que voltar a este ponto em diferentes contextos posteriores]
Contudo,
em todo caso supõe a coerência intermodal assim como a diversidade moral de
significado logico e não logico.
Consequentemente,
o significado logico do suposto polo de pensamento subjetivo é diferente de
todos os aspectos não lógicos do significado. Mas, ao mesmo tempo, está envolvida
com os segundos em uma coerência indissolúvel.
Agora,
há uma diversidade logica que é imanente ao significado logico do pensamento,
mas que não poderia existir aparte de uma diversidade de significado modal cósmica,
dentro da qual funciona o lado logico mesmo. Uma discussão mais minuciosa deste
estado de coisas virá num contexto posterior.
A
ARMADILHA NA CONCEPÇÃO DO ASSIM CHAMADO SUJEITO TRANSCENDENTAL DO PENSAMENTO
COMO PONTO ARQUIMEDIANO: DIVERSIDADE CÓSMICA DE SIGNIFICADO E DIVERSIDADE NO
SIGNIFICADO LÓGICO ESPECIAL.
A
armadilha na ultima objeção feita pelos adeptos do logicismo transcendental
consiste na identificação da diversidade cósmica do significado com a
diversidade em seu sentido logico ou analítico.
Como
poderia a fundamental diversidade modal do significado, da qual a função logica
do pensamento permanece necessariamente ligada, ser ela mesma de origem logica?
Se tratarmos seriamente com esta suposição,
ela se destruiria a si mesma desde o começo na seguinte antinomia: a proclamação
do significado logico como a origem da diversidade cósmica do significado
equivale a eliminação da diversidade modal e, consequentemente, o abandono do
pensamento teórico em si. Pois este somente é possível no processo de analise e
síntese intermodal de significado. Esta consequência foi inferida por alguns
dos sofistas a partir do logicismo de Parmenides.
O
assim chamado sujeito transcendental do pensamento não pode ser mantido a menos
que, desde o inicio, a síntese intermodal seja introduzida no aspecto logico
mesmo. Contudo, tão logo isto acontece, o “sujeito de pensamento logico transcendental”
é lançado em meio a diversidade modal de significado. Pois, a analise
intermodal pressupõe a diversidade modal e a coerência mutua dos aspectos lógicos
e não-logicos do significado. Consequentemente, como poderia encontrar-se um
ponto arquimediano dentro do pensamento teórico?
O
MAL-ENTENDIDO DA SÍNTESE MODAL DE SIGNIFICADO COMO UMA LÓGICA TRANSCENDENTAL.
O logicismo
transcendental pode ser mantido, aparamente, somente por uma troca curiosa de significado que
interpreta a síntese verdadeiramente intermodal como uma chamada logica transcendental, como um ato de
um sujeito transcendental de pensamento que seria auto-suficiente.
O que realmente acontece nesta
primeira eleição de posições é uma absolutização da função logico
transcendental do pensamento teórico e esta absolutização não há de ser
explicada em termos de uma conclusão puramente teórica a partir da natureza
interna do pensamento reflexivo em si mesmo. Consequentemente, ἀϱχή e ponto arquimediano
coincidem com este logicismo transcendental.
A metafisica racionalista que distinguiu ἀϱχή e ponto arquimediano absolutizou o
aspecto logico do pensamento real somente na ἀϱχή, considerando como Intellectus Archetypus.
O NECESSÁRIO TRANSCENDER RELIGIOSO NA
ELEIÇÃO DA POSIÇÃO DE IMANÊNCIA.
Devido a esta original eleição de posição,
devemos intender separar a função logica do pensamento teórico (seja somente no
ἀϱχή ou se será no ἀϱχή e no ponto arquimediano) da coerência
intermodal de significado e de trata-la como independente. Na natureza do caso,
esta eleição não é o ato de um sujeito transcendental do pensamento, a qual é
meramente um conceito abstrato. É mais bem o ato do eu pleno que transcende a
diversidade dos aspectos modais.
E é um ato religioso, justamente porque
contem uma eleição de posição no ponto de concentração de nossa existência,
diante da Origem do significado.
Na eleição da posição de imanência do
modo acima descrito, eu mesmo elevo o pensamento filosófico, seja no sentido
logico transcendental ou no logico metafisico, ao status de ἀϱχή do cosmos. Este ἀϱχή é posto como origem, mais adiante do qual nada
significativo pode ser perguntado mais, e em minha visão já não ocupa o modo de
ser heteronomio que é o significado. Existem em e por si mesmo.
Esta eleição de posição diante do ἀϱχή transcende o pensamento filosófico, ainda que a natureza
do caso não ocorre aparte deste. Colocada a plenitude da individualidade
central, a plenitude do coração. É a primeira concentração do pensamento em uma
unidade de direção. É uma tomada de posição religiosa num sentido idolátrico.
A proclamação da auto-suficiência do pensamento filosófico, incluindo com a adição “em seu próprio campo”, é uma absolutizacao do significado. Não perde nada de seu caráter idolátrico em razão da prontidão do pensador em reconhecer que o absolutizante ϰάι᾽ ἐξοχήν, Que ele realiza no campo teórico, não é de modo algum o único pretendente legitimo, senão que a filosofia deve permitir ao homem religioso, liberdade moral plena para servir a outros deuses fora do domínio teórico.
O filosofo que permite
esta liberdade ao não teórico é, por assim dizer, teoricamente um politeísta. Da
pena proclamar ao deus teórico como o único verdadeiro. Contudo, dentro do
templo deste deus, nenhum outro há de ser adorado!
É assim
que o primeiro modo do nosso pensamento teórico tem por conclusão provisional:
Incluindo
desde a posição de imanência, a eleição de um ponto arquimediano resulta ser impossível como um ato puramente teórico
que não prejudica nada em um sentido religioso.
Em
verdade, a individualidade como raiz religiosa da existência é o executor escondido
do instrumento do pensamento filosófico. Somente que é invisível sobre a base
da posição de imanência.
Na
realidade, o pensamento filosófico em si mesmo não nos oferece um ponto
arquimediano, pois somente pode funcionar na coerência cósmica dos diferentes
aspectos do significado, aos quais por nenhum lado transcende.
As
ideias imanentes da coerência intermodal de significado e da totalidade de
significado são conceitos transcendentais limítrofes. Descobrem que o ato de
pensamento teórico não é auto-suficiente no campo próprio da filosofia, um
ponto que haveremos de regressar em detalhe:
Não
se acha nenhuma outra possibilidade de transcender a coerência intermodal e a
diversidade modal de significado, exceto na raiz religiosa da existência, a
partir da qual o pensamento filosófico também tem que receber sua direção central.
(A New Critique of Theoretical Thought.Deel 1. The Necessary Presuppositions of Philosophy) versão pdf disponível
em http://www.dbnl.org/tekst/dooy002newc05_01/dooy002newc05_01.pdf
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