segunda-feira, novembro 20, 2006

CAIO FÁBIO:Sem barganhas com Deus

FABIO, Caio Sem Barganhas com Deus Fonte Editorial

“Na instituição cristã, o principio da causalidade humana está presente em tudo: a fé é do homem- homem de fé, não da fé; o dom é dele também, daí o sentir-se tão vaidoso; a santidade é por ele conquistada, sendo essa razão dele ser tão inumano, os milagres são realizados por suas virtudes” p. 43


“é interessantíssimo que Jesus ponha todos os males dentro da mesma fonte (o coração), e aumente muito a extensão do pecado que nasce da motivação: vem de dentro e vai do desejo maligno à morte do próximo” p. 70


“Há o pecado que se peca por comissão. Ora, tais pecados são tão violentamente fortes e profundos que Isaías sabia que ninguém escapa deles: são pecados que se peca pôr se fazer parte da engrenagem da injustiça do mundo” p. 70


“Sempre que Jesus fala do amor de Deus. Ele também fala do amor ao próximo. Ele não esquizofreniza o amor. Não permite que seja possível amar a Deus, mas ser indiferente ao próximo; ou amar ao próximo dando a mão de Deus. São perspectivas interligadas e inseparáveis” p. 77


"Fé, conforme a Escritura, é uma entrega à não-crença. É render-se ao Deus que faz acontecer em nós, tanto o querer como o realizar. E isto, não depende nem de quem quer nem de quem correr, mas de usar Deus de misericórdia para conosco" p. 78


“Se a moral tem alguma importância diante de Deus, então, Abraão está perdido” p.96


“O sacrifício de Isaque, que se realizou aos olhos de Deus, é um golpe definitivo da fé nas forças da Moral para a salvação. E assim, destrói o mundo de todos e abre para todos um mundo, onde haja chão para cada individuo, quando o Monte Moriá nos for indicado (...) Quando Deus fala, a fé começa, e a Moral para! E a fé a deixa em suspenso, pois, a Moral não tem como explicar o crime do pai, Abraão; e não tem como acalmar a angustia do filho Isaque. E nem teria como impedir a História de ver Abraão como um des-naturado, uma besta maligna, não fosse a fé” p. 97


“O louco pratica sem fé a loucura. O homem da fé é capaz de loucura, mas somente como expressão de fé-ética, pois, só será fé se for uma resposta à Palavra de Deus, mesmo que esta chegue aos sentidos como loucura” p. 101


Em Abraão Deus parece receber uma certa dignidade em ser amigo de alguem que foi capaz de Tudo por Deus. Em Jacó, Deus parece despir-se de dignidade, por ser capaz de amar tanto alguém que não faz nada sem uma troca” p.118


"se a Bíblia fosse um livro moral, a mais grave de todas as transgressões teria sido praticada por Deus, que engravidou uma virgem casada, sem prévio consentimento do marido, e só veio a acalmá-lo em seu absurdo desespero de homem traído, depois que o fato já estava consumado" p.122



"Figurativamente, Satanás tenta colocar Jesus acima do Pai no pináculo de Sua Habitação! Essa é a tentação de todos aqueles que desejam se afirmar acima de sua
vocação e que desejam se tornar independentes de Deus no lugar sagrado" p. 140


"Quanto mais uma pessoa se dedica à letra, menos se dedica à Palavra e mais distante fica de Deus" p. 143


"Quem tem medo do efeito não ama a Causa e quem não a Causa, submete-se a ela até encontrar uma razão ou um meio de transgredi-la ou de negociar com ela. Assim, nascem os sacrifícios e as trocas com a divindade" p. 149


"Liberdade é sobretudo fazer a vontade do Pai e alimentar-se dela como quem come o essencial à vida. É liberdade não para socorrer à necessidade, mas para escolher o que gera vida. A verdadeira Liberdade só indica o caminho da Vida" p. 153


"As Escrituras te iluminam como Palavra somente quanto aquele que a busca tem como motivação o encontro com a Palavra de Deus. Ou quando o Deus da Palavra fala antes ao coração! A Bíblia é o Livro. A Escritura é o texto. A Palavra É!" p. 158


“As exterioridades do culto à mobília e aos ornamentos exteriores do ser eram deus deles. Por essa razão eles davam devocionalmente a Deus aquilo que contribuía para a propaganda de como sua casa estava vazia e ornamentada, enquanto negligenciavam as verdades do interior, que são aquelas que enchem a casa daquilo que é bom. E a prova desse culto à casa varrida e ornamentada aparecia até mesmo nas obviedades de seus códigos de valores e importâncias: todos ligados a imagem e às suas pretensas distinções entre os homens” p. 194


“O marketing religioso é o lugar onde nossos ídolos são fabricados e polidos, de tal modo que sua imagem possa continuar a inspirar os devotos ou a enganar os que se impressionam com aparências. O marketing como pro-moção pessoal é moral, pois é imagem de escultura, sendo, também idolatria” p. 170


“O código rezava seu papel era o de limpar por fora, maquiar o interior com as tinturas de religião, ensinar a moda da aceitação e da inclusão social na clonagem oficial, e, sobretudo, era responsável pela pureza externa de seus cidadãos” p. 185


“o lixo dos outros eles cobriam com pedras. E os seus próprios, eles ocultavam no coração” p. 199


“O problema da Graça é a liberdade que ela nos gera. Liberdade é apavorante, nos deixa sem chão, nos obriga a andar com as próprias pernas, concede-nos a benção de pensar, sentir, discernir e nos julgar” p. 229