quinta-feira, setembro 30, 2010

Gregg A. Ten Elshof: Auto-engano.

Auto-engano é uma parte importante daquilo que contribui para derrotas espirituais da formação cristã. No auto-engano, o indivíduo ou o grupo se negam a reconhecer os fatores em sua vida dos quais está vagamente consciente, ou até mesmo saber qual é a situação, pois não estão preparados para admitir abertamente e tomar medidas para uma mudança. Como resultado disso, estes fatores continuam a reger suas ações e seus pensamentos e moldando suas emoções. O livro de Gregg A. Ten Elshof, é sobre o auto-engano, é sobre esta incrível capacidade humana de se libertar dos constrangimentos da racionaliade quando a verdade cessa de ser o objetivo primário da investigação sobre si mesmo.

Das várias crenças falseadas,existe alguma que oferecerá um certo tipo de satisfação. A descoberta de que eu estava errado em qualquer uma destas crenças poderá me levar a descoberta de um erro, o que seria muito perturbador, agora, se eu descobri que, por exemplo, a profundidade aparente das minhas amizades era uma farsa, isto será muito decepcionante. Porque a opinião que eu tenho sobre mim e sobre os outros não precisa ser necessariamente a verdade, é preciso apenas que eu acredite neles, para que me tragam satisfação.

O apóstolo Paulo explica em sua carta aos Gálatas, como auto-engano permite que aqueles que não são nada de pensar que eles são algo (Gálatas 6:3), Tomás de Aquino toma o tema do desconhecimento sobre si mesmo, e diz que a ignorância é, por vezes, diretamente e intrinsecamente voluntária, como quando alguém escolhe livremente permanecer na ignorância, para que possa continuar pecando mais livremente.

No mundo de hoje, o valor da autenticidade está como a maior virtude, para alcançar este reconhecimento, o auto-engano mais do que a busca pela verdade, está mais dissimulado e correto. Ser fiel a si mesmo tornou-se, em alguns casos ou quase todos- o principal motivo de vida, o auto-engano ganhou uma posição de destaque no ranking dos vícios com isto.

No ponto de vista do autor, a elevação da autenticidade como uma virtude, trouxe consigo uma promoção para o auto-engano entre os vícios, pois na medida em que se valoriza a autenticidade entre nós, fica longe de qualquer consciência medida de que estamos nos auto-enganando. Eu posso até estar convencido de que tenho crenças falsas, mas cada uma destas minhas crenças, quando as considero, elas me parecerão verdades.

Então, ao invés, de tentar trabalhar por um comportamento que seja consistente com aquilo que pensamos ou acreditamos, devemos começar implorando como o homem que queria desesperadamente que Jesus libertasse seu filho dos demônios que estavam nele, “eu acredito! ajude a minha incredulidade- Mc. 9:24, dada a nossa miopia.

No auto-engano, eu sou tanto o enganado como o enganador, eu estou enganando a mim mesmo se eu estou controlando minha opinião sem me importar se é verdadeira ou não, estou tentando organizar minhas crenças, mas não estou tentando me mover em direção a caminho de uma crença verdadeira. Há uma tentativa de controlar a crença, por alguma razão que não a busca da verdade. Assim, conseguimos enganar a nós mesmos, evitando sistematicamente a atenção para as provas contra estas crenças que o nosso sentir-se bem dependem. Por outro lado, nós colocamos a atenção crítica excessiva contra os elementos da prova que se opõe a nossa crença acalentada se esta evidência não pode ser evitada ou se pensamos que iremos ter que responder por elas em público.

Muitas vezes, as nossas convicções morais mais fortes- as crenças no sentido daquilo que devemos fazer isso ou não devemos fazer isso- vão diminuir ou mesmo desaparecer, se agirmos de modo procrastinatório em relação a elas. De modo que sempre que se desloca a crença na moral, é exigida uma ação desconfortável, a vida nós oferece um acordo,

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