MATEUS 6:7-12: E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém
Tudo sem oração é nada.
A primeira coisa que precisamos saber sobre a oração é que precisamos aprender a orar, nunca sabemos o suficiente. Tudo que podemos aprender sem oração não será nada.
1. Pai.
A primeira confiança que precisamos ter quando dobramos nosso joelho para orar, é que temos um Pai que sabe quem somos e que precisamos. Lembre-se que a oração começa com o Espírito de Deus e termina com Espírito, é Ele quem nos leva a oração e também quem dá as palavras que precisamos.
A confiança da nossa oração nasce que agora somos filhos de Deus por meio de Jesus Cristo (1Jo 3:1). E clamamos a Deus a quem temos agora acesso pelo seu Espírito (Ef. 2:18) quando o recebemos (Rm 8:15).
Um dos grandes inimigos da oração somos nós mesmos, por vezes, ficamos tão concentrados em nós mesmos e em nossos problemas que esquecemos de invocar a Deus em sua absoluta majestade e deixamos que nossas circunstâncias diminuem a grandeza e a graça de Deus para nossa vida. Por isto, o Pai nosso começa lembrando para cada um de nós quem Deus é:
"Antes de começarmos a pensar em nós mesmos e em nossas próprias necessidades, antes de nossa preocupação com o próximo, devemos começar nossa oração por esse grande interesse acerca do Senhor Deus, de sua honra, sua glória. Não existe princípio mais básico em conexão com com o qual a vida cristã exceda a isso em grau de importância" D. Martyn Lloyd-Jones, Estudos sobre Sermão do Monte, p. 344.
2. O nome, a vontade e o reino: os alvos da oração.
No céu, hoje o nome, a vontade e o reino de Deus são santificados plenamente, contudo, na terra até sua volta, já podemos experimentar a glória destas três coisas, mas ainda não estão plenamente cumpridas.
A oração é um grito de guerra em busca da concretização destas três coisas na terra hoje.
O nome.
Toda a criação foi feita por Deus para glorificar o nome de Deus ( Jo. 12:28). Tudo que fazemos nessa terra devemos fazer para a glória deste nome. Crer no nome de Jesus é confiar naquilo que Ele conquistou por cada um de nós.
É ter a fé naquilo que Deus alcançou e pode alcançar em nosso favor. Saber que Deus veio e buscou a cada um de nós, e pelo seu grande amor por nós alcançou um nome que é sobre todo nome.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, Filipenses 2:9-10
A vontade.
No céu, a vontade de Deus é perfeita, na terra ela é:
1. A certeza que temos em Jesus um irmão (Marcos 3:35)
2. A certeza de que somos ouvidos por Deus ( João 9:31)
3. A certeza de alegria para a nossa vida (Sl. 40:8)
Quando oramos estamos nos colocando debaixo da proteção do nome de Jesus e buscando realizar sua vontade na terra. Podemos orar tendo a certeza que Ele é quem opera em nossas vidas, tanto o querer como o efetuar (Fp. 2:13).
A carne são nossa vontade, pensamento e emoções, quando vivíamos longe de Deus, estávamos perdidos buscando realizar apenas aquilo que queríamos e nosso caminho era de pecado e morte. Quando somos achados por Deus o nosso espírito se acende pelo Espírito Santo, e a nossa vida passa a ser guiada pela vontade de Deus e não a nossa.
O reino.
"O exercício da soberania de Deus no céu, em seu Reino, deve se tonar realidade também em todos os lugares sobre a terra também" Oscar Cullmann, Oração no Novo Testamento, p. 120
Se colocamos nossa confiança no poder do nome de Jesus e fazemos sua vontade para manifestar sua glória, o reino de Deus está próximo.
Todos temos um reino interior, quando estamos no pecado, buscamos em vão governar a nossa vida com nosso desejos, nossas vontades e nossos interesses. No mundo exterior, há um outro reino decaído, onde o pecado alimenta esta pobreza de vida interior.
O reino de Deus está ligado ao poder de Deus (1Co 4:20). O poder vem do seu nome, da sua glória que fez todas as coisas para o melhor propósito que existe: sua glória. O reino de Deus é quando o poder e a vontade de Deus se materializam na vida do cristão.
No reino de Deus brilha a santidade do nome e da vontade de Deus que dá vida a cada um de seus filhos para manifestar este reinado.
A pobreza é a porta de entrada neste reino, reconhecer que em nós nada temos de nome, vontade suficiente ou poder para alcançar o Reino de Deus.
“A única maneira do Reino de Deus ser suficientemente forte, de um modo verdadeiramente libertador, é através de um certo tipo de fraqueza, escandalosa e não-coercitiva, a única forma de ser poderoso é através de uma fenomenal vulnerabilidade, a única maneira de dar vida é morrendo, o único modo de ter sucesso é fracassando?”Brian McLaren, A mensagem secreta de Jesus, p. 95
Quando vivemos para o reino de Deus?
A nossa fé não está em qualquer qualidade pessoal nossa, mas no nome e na pessoa de nosso Deus revelado pelo seu Filho Jesus Cristo.
A nossa vontade, pensamento ou esforço são incapazes de fazer aquilo que Deus quer, por isto temos que pedir, nos alimentar da vontade Deus que é perfeita revelada em Jesus Cristo.
O nosso amor vem do reinado de Deus sobre as nossas vidas, aquilo que fazemos é em nome de Jesus, nosso Senhor e Salvador.
O reino de Deus nada mais é que o próprio Jesus em nossa vida e no mundo:
E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós. Lucas 17:20-21