O livro foi escrito para responder o que é o chamado.
"O chamado é a verdade que Deus nos conclama a si mesmo de tal forma decisiva que tudo que somos, tudo que fazemos e tudo que possuímos é investido nessa devoção especial, nesse dinamismo vivido como resposta à sua conclamação e seu serviço" p.13
Todo o livro pode ser encarado é um desenvolvimento desta sentença.
No capítulo 2, ele fala do desejo que vem do chamado, de se realizar algo. E coloca algumas perspectivas.
1. senso de necessidade.
2. o desejo é um problema em si que deve ser negado.
3. desejo como eros em busca de um alvo
4. desejo como agape que busca a realização do outro.
Somente em Deus, nosso desejo encontra seu lar e sua realização e realidade, Jesus é o imã de toda história da humanidade.
Capítulo 3 fala da pergunta persistente sobre quem somos.
"A noção de chamado, ou vocação, é vital para cada um de nós porque toca a busca moderna de base para a identidade individual e compreensão do próprio ser humano" p.28
Como responder?
1. identidade realizada dentro de um papel social: responsabilidade social.
2. identidade realizada como coragem de ser: individualismo em oposição ao grupo, precisa ser criada pela pessoa.
3. identidade como algo que está em nós, somos constituídos para ser, predeterminados.
A identidade se baseia na resposta ao chamado de Deus:
contra a primeira posição, somos chamados por Deus, e não constrangidos.
contra a segunda, não estamos dependendo apenas de nós mesmos, precisamos de Deus que nos chama.
contra terceira, ao invés de constituídos para ser que enfatiza que a vida é fatídica e predeterminada, somos chamados para a liberdade e o futuro.
"Incertos de nós mesmos, temos a certeza de Deus" p.33
O capítulo 4, começa a tecer considerações sobre o chamado de Deus, em todo mundo, em todo lugar e todas as coisas.
As características do chamado:
1. Simples e direto.
2. Chamar é nomear, trazer a existência, criar. A questão vai além ser que somos, é nos tornar aquilo que ainda não somos mas fomos chamados por Deus para ser.
3. O chamado é quase sinônimo de salvação, é um chamado para sermos seguidores de Jesus.
4. Tem um sentido vital que floresce na Reforma.
"Ser discípulo de Jesus é ser alguém chamado para ser seguidor do Caminho" p.39
Chamado primário e secundário.
Nosso chamado primário é sermos seguidores de Jesus.
O secundário, considerando que Deus é soberano, é que de todos, em todo lugar e em tudo, devemos pensar, falar, viver e agir inteiramente para Ele.
A distorção católica consiste na ênfase do primeiro chamado em detrimento ao segundo. A vida contemplativa é vista como superior a vida ativa. Surge o dualismo entre aquilo que é sagrado/profano, perfeito/permitido, contemplativo/ativo ou primeira/segunda.Se tudo provém da fé e é para a Glória de Deus, não há que se falar em coisas superiores ou inferiores.
O capítulo 5, Dele, por meio dele e para ele, continua falando da relação entre a fé a vida ativa através do chamado.
A distorção protestante é uma forma secular de dualismo, onde se valoriza a vida ativa às custas da vida contemplativa, o chamado secundário em detrimento do primário. Somente pela vida ativa, se consideraria um crente exercendo seu chamado. A vocação e o chamado servem para tudo, até para as atividades ilícitas.
A correção precisa que se volte Aquele que chama e uma restauração da primazia do chamado primário.
"Tome cuidado com qualquer coisa que compete com a lealdade a Jesus Cristo. O maior competidor da devoção a Jesus é o serviço para ele...o alvo único do chamado de Deus é a satisfação de Deus, não um chamado para fazer algo para ele" Oswald Chambers, na pag. 50.
A paixão de pertencer a Deus concentra a energia de todos que atendem a seu chamado, pois o chamado é algo integral, que envolve todo o ser humano e não o reparte em um dualismo estéril seja católico seja protestante, como entendido por Guinness.
No capítulo 6, Faça o que você é, Guinness continua a falar das características e classificações dentro do chamado.
O amor é a expressão do chamado, precisamos conhecer o desenho único e singular que Deus nos fez, qual seu plano para nós.
"Na verdade Deus nos chama para sermos nós mesmos e fazer o que somos. Mas só somos verdadeiramente nós mesmos e podemos realmente fazer o que somos quando obedecemos o chamado de Deus. Desenvolver os dons que são nossos para os outros assim não é egoísta, mas serviço em perfeita liberdade" p.57
A vocação e chamado devem ser considerados como sinônimos, diferencia-los levaria a distorção católica.
Chamado individual x coletivo:
O primeiro diz respeito ao que fazemos como indivíduos, e o segundo, é a resposta que abraçamos juntos. Os primeiros devem complementar os segundos.
"Qualquer pessoa que cite seu chamado individual como base para rejeitar o chamado corporativo da igreja está se iludindo" p.58
Chamado especial x ordinário.
"Um chamado especial se refere a tarefas e missões colocadas sobre um indivíduo através de uma comunicação direta, específica e sobrenatural da parte de Deus. O chamado ordinário é o senso de propósito de vida e tarefa para a vida que o crente tem em resposta ao chamado primário de Deus" p.59
Não há caso de chamado especial no Novo Testamento segundo Guinness, os casos bíblicos são dos profetas, que tinham o chamado especial para fazer o povo voltar ao chamado ordinário de Deus.
Chamado Central x Periférico.
O chamado central está ligado ao chamado primário e o periférico a formas de sustento para o central.
Clareza x Mistério.
temos um senso de clareza de nossa vida, e ao mesmo tempo, o chamado permanece um mistério para nós, pois não temos um chamado especial no sentido que Guinness coloca. O segredo da nossa vida é decifrar este chamado no decorrer dela.
2 comentários:
Achei muito interessante e oportuna as explicações destes capítulos, mas gostaria de obter explicações referentes aos demais capítulos. Pois acho a leitura deste livro um pouco complexa.
Achei muito interessante e esclarecedor as explicações referentes aos primeiros capítulos. Como é um livro de leitura complexa gostaria de obter mais informações sobre os demais capítulos.
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