quinta-feira, abril 26, 2012

Andrew Murray: Permanecei em Cristo (dias 8-14)

dia 8 - Como vossa justiça.




Andrew Murray continua a refletir em 1Co 1.30. Agora, ele busca falar de Jesus como a nossa justiça.  Para ele é a primeira bênção para nos estabelecer, nos dar paz.

"Estávamos em desarmonia conosco mesmos, com os homens e com Deus. Assim, era necessário que a paz fosse o primeiro resultado de nossa salvação, salvação que grandemente nos abençoa" p. 45

Jesus veio para restaurar a paz, tanto sobre a Terra quanto na alma. Ele foi feito nossa justiça da parte de Deus.

Andrew Murray fala sobre duas atrações: a cruz e a pessoa de Cristo.

"No início da sua jornada cristã, quando o pecador é atraído a Cristo e nEle crê para a salvação, a sua atenção, em geral, está mais concentrada na obra do Senhor do que na sua Pessoa" A medida que caminha na fé, o pecador deseja descobrir mais de Cristo, aí sua atenção move em direção a Pessoa de Cristo. "O pecador, então, encontra a resposta no maravilhoso ensinamento das Escrituras: a  verdadeira união com Cristo, o último Adão, de todo aquele que crê. Ele passa a ver que Cristo, se fez um com seu povo e que eles são um com Ele. O pecador entende que , em perfeito acordo com toda lei do reino natural e do reino dos céus, cada membro do corpo deve gozar o pleno benefício da ação, do sofrimento e da vida da cabeça (...) "A obra de Cristo não se torna menos preciosa, mas é a Pessoa de Cristo que passa a ser mais valorizada, pois sua obra é que conduz o pecador ao próprio coração, amor e vida do Deus-homem" (p.46)

"O justo não mais se contenta em simplesmente considerar a justiça recebida como um precioso manto, mas ele deseja vestir-se de Cristo Jesus e anela por ser revestido e coberto com o próprio Senhor e com sua vida. É assim que sentimos que a justiça de Deus é nossa em realidade, porque o Senhor- nossa justiça- é nosso" p.47


dia 9 - Como vossa santificação

Andrew Murray coloca a posição reforma da salvação pela fé, onde a justificação é a base de nossa santificação.  Ambas vêm da nossa posição em Jesus.

"O conhecimento superficial do plano de Deus conduz ao entendimento de que, ainda que a justificação seja obra de Deus pela fé em Cristo, a santificação é obra nossa que deve ser levada a cabo, com o auxílio do Espírito Santo, sob a influência da gratidão que sentimos pela libertação recebida. Mas o cristão zeloso logo descobre que sua gratidão não é suficiente para lhe conceder poder. Ao mais, o cristão se depara com o fato de que, por mais indispensável que a oração seja, ela não é suficiente. Frequentemente, o cristão trava, desesperado, uma luta por anos até que um dia ele ouve o ensinamento do Espírito que, ao glorificar a Cristo mais uma vez, revela que o Senhor é sua santificação, santificação essa que só pode ser apropriada por meio da fé" p. 50.

Murray critica aquilo que John Piper chama de "a ética do devedor".

"A intensidade e extensão da santidade dependerão de quanto permanecemos nele. À medida que a alma aprender a permanecer totalmente em Cristo, a promessa será cumprida de maneira progressiva".

A seguir, Murray usa a imagem de uma arvore enxertada em outra.  Alguns cristãos tem suas raízes na videira e outras em outros lugares por isto não permanecem.

"Supondo que a velha árvore pudesse comunicar-se e cooperar com o jardineiro, o que este diria a ela?Porventura não seria algo como: "Renda-se agora, completamente, a essa nova natureza com a qual eu a cobri; reprima toda tendência da velha natureza brotar, permita que toda a sua seiva e tudo aquilo que dá força à sua vida subam por esse enxerto que coloquei sobre você e que foi tomado daquela bela árvore. Assim produzirá muito fruto aprazível" p. 51

"Permita também que a fé o encha de confiança, quieta e segura, de que, graças a Cristo que o fortalece, você é capaz de fazer aquilo que o Pai espera de um filho sob a aliança de sua graça. Deixe que essa fé lhe ensine a abandonar a si mesmo e seus serviços sobre o altar como sacrifícios espirituais, santos, aceitáveis a Ele e de aroma agradável.  Não considere uma vida santa como resultado de pressão e esforço, mas como a manifestação natural da vida de Cristo em você. Em fé - quieta, esperançosa e cheia de gozo-, tenha toda a certeza de que, graças à santidade do Senhor Jesus, certamente você receberá tudo o que vier a precisar para levar uma vida santa. Assim, você entenderá e experimentará o que significa permanecer em Cristo como nossa santificação" p. 53

"Portanto, não devemos, em absoluto, labutar com Cristo a fim de produzir santidade em nós mesmos, mas simplesmente devemos recebê-la e usá-la em santo procedimento, pois está disponível a nós" p.54

Dia 10 - Como vossa redenção.

Murray termina a  reflexão de 1Co 1.30.

"O homem seria a obra prima da arte criadora de Deus: em um ser único, a combinação harmoniosa de matéria e espírito, como um tipo da mais perfeita união entre Deus e sua própria criação. O pecado adentrou, aparentemente frustando o plano de Deus: aquilo que era material alcançou primazia sobre o espiritual" p. 57


Mas, a plenitude divina restaurou todas as coisas, por isto, Jesus é a nossa redenção, o propósito de Deus fica para o momento em que sua glória se manifestar completamente.


Dia 11- O crucificado.


Partindo de Galátas 2.19b-20a e Romanos 6:5, Murray reflete sobre a cruz de Cristo e a nossa participação nela.


"Que abençoada deve ser a experiência de uma tal união com o Senhor Jesus! Ser capaz de considerar a sua morte como sendo minha. Ser capaz de olhar para sua perfeita obediência a Deus , sua vitória sobre o pecado e a total libertação do seu poder como sendo minhas"  p. 59


Para Murray, a cruz é o ponto de encontro entre o homem e Deus, somente nEla somos participantes daquilo que Deus quer para nós.


"Sobre a cruz, o filho de Deus experimentou a maior união com o homem, pois foi nessa experiência que se tornou, de maneira plena, um filho do homem, membro de uma raça amaldiçoada. Foi na morte que o príncipe da vida conquistou o poder da morte. Foi tão somente na morte que Ele pode tornar-me participante dessa vitória. A vida que Ele concede é uma vida que surgiu dentre os mortos. Cada nova experiência do poder dessa vida depende da comunhão na morte. Morte e vida são inseparáveis. Toda a graça que o senhor salvador concede, somente pode ser concedida por meio da comunhão com o Senhor Crucificado (...)  Cristo veio e tomou meu lugar, portanto devo colocar-me em seu lugar e ali permanecer. Há somente um lugar que é ao mesmo tempo seu e meu: a cruz. Esse lugar é dele, porque Ele o escolheu espontaneamente, mas também é meu, em razão da maldição do pecado. Ali foi buscar-me, e é somente ali que posso encontra-lo" p. 61


Murray a seguir fala uma verdade profunda que vem deste entendimento da nossa participação na cruz:


" Temo que haja muitos cristãos que se contentam em olhar para a cruz com Cristo morrendo sobre ela pelos seus pecados, mas que não desejam ter comunhão com o Senhor Crucificado. Eles dificilmente sabem que o Senhor os chama para essa comunhão. Talvez eles se contentem em considerar as aflições da vida, compartilhadas também pelos filhos deste mundo, como sendo sua porção da cruz de Cristo. Eles não tem noção do que é ter sido crucificado com Cristo, e que tomar a cruz implica semelhança com Cristo nos princípios que o levaram a trilhar o seu caminho de obediência: a total rendição  de toda vontade própria, a total negação dos desejos e prazeres da carne, a perfeita separação do mundo em todos os aspectos do pensar e do agir, a perda e o ódio à sua própria vida, e o desistir  da própria vida em função dos outros. Essa é a disposição daquele que tomou a cruz de Cristo e que procura dizer: Estou crucificado com Cristo. Permaneço em Cristo. Aquele que foi crucificado" p. 62







dia 12- O próprio Deus vos estabelecerá nEle.


O verso bíblico agora é 2Co 1.21, a obra de nossa união com Cristo é uma obra do próprio Deus.

Não é por esforço, é por fé! Precisamos deixar de lutar em buscar de estabelecer essa posição, devemos permitir que Deus o faça. 




dia 13. A cada momento.


Murray continua a questão da nossa passividade em relação ao permanecer, agora está pensando em Is 27.2-3. Ele pensa sobre a possibilidade real do permanecer em Cristo a todo dia, todo momento.


"Se o permanecer fosse obra nossa e se tivesse que ser executado com a nossa força, a resposta a essas perguntas seria certamente negativa. Mas aquilo que é impossível ao homem é possível para Deus. Se o próprio senhor Jesus guardar a alma de dia e de noite, sim, se Ele a regar e dela cuidar a cada momento, então a comunhão ininterrupta com Senhor Jesus certamente se tornará uma bendita possibilidade para todos aqueles que confiam que Deus fará aquilo que disse" p. 69


A seguir, Murray discute dois argumentos pela impossibildiade, o primeiro a respeito da natureza do homem e o segundo, sobre a a nossa natureza pecaminosa.


"Os cristãos estão acostumados a pensarem no pecado como sendo absolutamente inevitável no dia-a-dia, que acreditam ser evidente que ninguém pode permanecer em comunhão com o salvador, pois às vezes, certamente, seremos infiéis e falharemos. O permanecer em Cristo nos foi ordenado como nossa única- mas suficiente- libertação, simplesmente por que nossa natureza nada mais é do que uma fonte de pecado" p. 71


A resposta de Murray é que não devemos nos contentar com nada menos que a perfeita vida de Jesus em nós, a fé nos ensina a crer quando não há razões em nós para tanto, porque quem completa e faz a obra é o próprio Deus momento a momento.


dia 14- Dia a dia.


Partindo de Exodo 16.4, Murray fala a respeito dos nossos dias, da renovação da esperança e do permanecer a cada novo dia.


Ele lembra do sustento do maná que supria o povo no deserto a cada manhã. 


"Que garantia eu tenho de que conseguirei permanecer em Cristo por todos os anos durante os quais tiver que contender com a frieza, tentações e tribulações deste mundo? Essa é uma pergunta que você não precisa fazer. O maná, como seu alimento e força, é concedido apenas diariamente. Sua única garantia do futuro é ser fiel no presente. Aceite e desfrute - e cumpra com todo o seu coração- a porção que lhe cabe realizar hoje. Se você se alegrar na sua presença e graça hoje, ver-se-á livre de toda dúvida e será capaz de confiar a Ele seu amanhã também" p. 75







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