No primeiro capítulo de Teologia da Esperança, Moltmann começa falando sobre a redescoberta da escatologia e a ineficácia dessa descoberta. O autor analisa como o renascimento da escatologia na teologia e suas novas teorias e fracassos.
"...como resultado do esforço escatológico da atualidade, encontramos, antes de tudo, o fato pouco satisfatório de uma escatologia cristã enquadrada na concepção histórico-salvífica da história, para a qual a escatologia se refere aos fatos derradeiros da história; temos ainda a escatologia transcendental, para a qual o eschaton significa simplesmente a presença transcendental do eterno, e finalmente, uma escatologia interpretada existencialmente, para a qual o escathon é o kairós do encontro com o querigma" p. 59
Moltmann coloca que a escatologia deve ser lida como promessa sendo sua linguagem básica e não o logos grego. Como também o cristianismo e sua institucionalização perdeu sua capacidade inquietadora e crítica.
No segundo ponto, o autor fala sobre promessa e revelação de Deus, antes de falar da relação, ele busca um conceito escatológico sobre revelação. Na teologia, o conceito está ligado a demonstrabilidade ou não de Deus, e sua relação com a teologia natural. A redução ao problema do conhecimento de Deus pode levar a um formalismo.
A saída para o autor, é ligar o conceito de revelação ao de promessa, Deus se revela sob a forma de promessa e pela história da promessa. Mais do que epifania e revelação, o que caracteriza a história bíblica é a promessa e fidelidade de Deus.
"Se a promessa é determinante da linguagem e do sentido da revelação de Deus, então qualquer concepção teológica da revelação bíblica deve ser compreensão de teor escatológico" p.62
Outro ponto, vem da teologia dos reformadores, para eles a fé é dada pela promessa, assim, esperança. A confiança que Deus não mente, e se manterá fiel à palavra de sua promessa.
O terceiro ponto do capítulo, vai tratar da escatologia transcendental. Este ponto vai responder a seguintes perguntas:
1. Conceito de escatologia que orienta e domina a idéia de auto-revelação de Deus em Barth.
2. A compreensão de revelação como manifestação do ser próprio de Bultmann.
A escatologia transcendental tem a ver com a filosofia kantiana, se Deus não revela outra coisa senão a si mesmo, então a finalidade e o futuro da revelação se identificam com ele. A revelação e o escathon são o ele mesmo de Deus. "Nesse caso, a revelação não abre e nem promete qualquer futuro novo, nem mesmo tem um futuro, que seria algo mais do que ela mesma. A revelação de Deus é, portanto, a vinda do eterno para o ser humano, ou a entrada do ser humano em si mesmo" (p. 66) O em si mesmo é que caracteriza o termo kantiano do transcendental.
Kant reduz a escatologia a ética, pois estamos presos ao cogniscível aos sentidos.
Kant reduz a escatologia a ética, pois estamos presos ao cogniscível aos sentidos.
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