terça-feira, junho 26, 2012

A necessidade vital de sermos gratos.


Lucas 17.11-19:   E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia;  e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe.   E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!   E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.  E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.


Aquele que foi grato.

Esta história de Jesus é muito conhecida sobre a ingratidão humana, Jesus estando numa aldeia se depara com dez leprosos,  que pedem pela misericórdia do Senhor. Naquela época os doentes incuráveis andavam sempre em grupo para não contaminarem mais ninguém (Lm 4:15). 

Jesus lhes ordena que vão até ao sacerdote se apresentarem (cf. Lv. 13:45.46; 14:2). Indo eles, pelo meio do caminho, ficaram limpos da lepra. Apenas um dos nove voltou para Jesus glorificando a Deus em alta voz, e caindo aos pés do Mestre agradeceu-lhe e este era samaritano. 

Jesus pergunta a ele, cadê os outros nove? Não houve ninguém que voltou a não ser aquele que era estrangeiro. Jesus  diz ao samaritano para levantar e ir porque a fé dele o salvara.

É bem provável que quando lemos esta história torcemos o nariz, achando que jamais seriamos como aqueles nove, é claro que faríamos como o samaritano.  Contudo, não é bem assim a realidade de nossas vidas. 

Um dos primeiros pontos de Jesus nesta história é mostrar que uma verdadeira gratidão é bem mais do que aquele sentimento quente no coração, ela precisa ser manifesta na vida, ela quando realmente cai no coração muda a nossa a vida.

Os outros nove leprosos talvez tivessem no seu coração um sentimento de gratidão em relação aquilo que Deus fez na vida deles, mas a impureza do coração ainda permanecia debaixo de uma pele agora limpa. 

A gratidão a Deus nos leva a uma vida em que glorificar a Deus é tudo em nossa vida, ela se manifesta mais do que em um simples calor no coração, ela transforma a nossa vida. É a prova da fé que agora controla a nossa vida e que a alegria nossa é engradecer o nome de Jesus em nossa vida, esta é a fé que salva, a confiança de que nossa vida foi realmente transformada por Jesus e não apenas nossas circunstâncias, Ele é a nossa alegria.

O perigo da ingratidão

Romanos 1.20-23   Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!

Em seu tratado teológico sobre a condição humana em Romanos 1, Paulo coloca claramente que um dos motivos da queda e da desgraça humana é que mesmo tendo conhecido a Deus, nós não glorificamos a Ele como Deus, nem damos graças a Ele.

A ingratidão está na raiz do pecado humano, ela é a causa do nossa escuridão porque fecha o homem em si mesmo. Colocamos aquilo que Deus fez no mesmo patamar daquilo que fazemos, e assim, está pronta a idolatria.

Quantas vezes obscurecemos o favor de Deus em nossa vida com nossos pensamentos, talvez, achando que aquilo que Ele fez e faz por nós é  não é nada demais ou até mesmo, que merecemos tal coisa. Transformamos a glória de Deus em nossa própria glória, quando deixamos de honrar a Ele por todas as coisas que Ele tem feito em nossa vida. 

Viver sem gratidão é viver sem depender de Deus, é achar que podemos salvar a nós mesmos através de nossos desejos e conquistas, é transformar a verdade de Deus em mentira, e honrar a criatura mais do que ao Criador.

Pode ser que no fundo do nosso coração temos um sentimento de gratidão a Deus, mas se este sentimento é apenas uma sensação, e não algo que transformou a nossa vida. Deus é apenas um auxílio ou uma força para o nosso verdadeiro deus: nós mesmos e a coisas.

Toda a sorte de pecados em nossa vida nasce da ingratidão, quando colocamos outras coisas em nossa vida como aquilo que gera um sentido de vida para nós. É quando colocamos a fé a honra em qualquer coisa além de Deus para sermos felizes, isto nos leva ao pecado e a perdição:

Romanos 1:28-30: E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; estando cheios de toda iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe;


A verdadeira fé gera gratidão.

Romanos 1.17   Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.


A fé verdadeira não combina com ingratidão, primeiro porque a própria fé é um presente de Deus para o ser humano (Ef. 2:8).  Hoje, se pensa fé como um esforço pessoal para alcançar a graça de Deus, mas fé nunca foi calculada pela medida da força humana.No próprio capítulo 17 de Lucas, Jesus diz que uma fé do tamanho de um grão de mostarda pode fazer muita coisa, porque a fé não está baseada no tamanho do homem, mas na pessoa do próprio Senhor Jesus.  É um presente dele para ele.

Por isto também, a história dos leprosos está ali, para demonstrar que uma fé verdadeira tem como consequência um coração grato de verdade.  Jesus conta no mesmo capítulo a parábola do servo inútil, ou seja, ele nos ensina que a disposição daquele que segue a Deus não pode ser a busca por interesses pessoais, mas uma inclinação natural na vida daquele que segue a Deus e tem na presença de Jesus, o salário mais precioso desta vida.

Para vivermos precisamos de fé, para vivermos precisamos que a gratidão seja muito mais do que um simples sentimento de ser grato, ela se manifeste em nossa vida.

Isto só é possível quando Jesus é a nossa própria vida e entendemos no coração que tudo que temos é porque Ele nos dá. Aí não restará outra resposta para nós a não ser: gratidão.

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