domingo, agosto 08, 2010

D. Martin Lloyd- Jones: Rm 8:12-13

De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. 

Romanos 8:12-13

 

“Devemos tratar primeiro da palavra ‘corpo’, q qual significa o nosso corpo físico, a nossa estrutura física, como no versículo dez. Não significa carne. Até o grande dr. John Owen perde o rumo neste ponto e trata o termo como significando carne, e não corpo. Mas o apóstolo, que tinha falado tanto sobre a carne, fala aqui deliberadamente sobre o corpo. Ele tinha feito isso nos versículos 10 e 11, como também no versículo doze do capítulo seis. Ele se refere ao corpo físico, no qual o pecado ainda permanece, porém que um dia será ressuscitado incorruptível e glorificado, vindo a ser semelhante ao corpo glorificado do nosso bendito Senhor e Salvador” p. 179

O corpo não é inerentemente pecaminoso, o homem foi feito perfeito em corpo, alma e espírito, este é o ensino do Novo Testamento.  Quando o homem pecou, a totalidade dele caiu, a sua alma, corpo e espírito se tornaram pecaminosos. No novo nascimento, o espírito já está liberto, contudo, o corpo ainda não,sendo este ainda sede e instrumento do pecado e da corrupção.  Como está escrito em 1Co 9:27. O pecado residual existente em nós está sempre tentando a levar os instintos naturais em direções más, tenta induzir-nos a todo “apetite desordenado” – Cl 3:5.

Como devemos proceder a mortificação?

Lloyd-Jones estabelece que há dois falsos modos de fazê-lo:

1. método católico-romano, que seria o monasticismo-se você quiser ser um cristão espiritual, deve sair do mundo e entrar em um mosteiro ou convento, tomar certos votos, e assim, dedicar-se inteiramente a vida cristã.

2. o legalismo, ou seria também conhecido como um falso puritanismo, um modo de viver imposto a nós com grande rigor, um estilo de vida que deprezava os prazeres e vivia dias laboriosos, uma religião sem alegria.

O método certo, o apóstolo expõe claramente: “Se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo”- O Espírito é mencionado porque sua obra e presença constituem a singular e peculiar marca do verdadeiro cristianismo. É isto que diferencia o cristianismo do moralismo, do legalismo e do falso puritanismo. "

“o cristão nunca deve queixar-se de falata de capacidade e de poder. Um cristão dizer, Não posso fazer isso, é negar as Escrituras. O homem em quem reside o Espírito Santo nunca deve proferir tais palavras, é negar a verdade a respeito dele próprio.” p. 184

O crente não vive habitualmente no pecado, porque Cristo vive nele, e maligno não pode tocá-lo, não só não pode controlá-lo, nem sequer pode tocá-lo, diz Lloyd-Jones. O cristão é de Deus, e o maligno nem pode tocar nele, pode aterroriza-lo, mas não pode tocá-lo, e muito menos, controlá-lo.

Na prática, conforme o pregador galês,  temos que entender espiritualmente nossa situação, porque muitos dos nossos problemas advém da incompreensão de quem somos em Deus. Temos que compreender que se pesa sobre nós a culpa de algum pecado, entristecemos o Espírito Santo que habita o nosso corpo. Toda vez que pecamos, o que importa não é tanto que pecamos e ficamos em condições miseráveis, mas o principal é que entristecemos o Espírito Santo de Deus. Quantas vezes nós pensamos nisto??? Lloyd-Jones nota que algumas pessoas o procuram preocupadas com essa questão, sempre falando de si mesmas- o meu fracasso. Estou sempre caindo neste ponto, só falam delas mesmas, não falam da sua relação com o Espírito Santo, e assim, elas não percebem que a maior dificuldade na sua vida pecaminosa é que com isso ela está entristecendo o Espírito Santo. No momento em que a pessoa verifica isto, procura o verdadeiro tratamento.

“O nosso maior problema é que estamos sempre olhando para nos mesmos e para o mundo. Se pensarmos em nós mesmos cada vez mais como peregrinos da eternidade (que é o que somos), toda a nossa perspectiva será transformada. Paulo expõe isso aqui, no versículo onze: mantenham os olhos fixos nisso, diz ele praticamente, fiquem de olho na meta”. (p. 187)

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