O autor começa estabelecendo que a hermenêutica tem três estágios –
“Começamos com uma abordagem baseada na terceira pessoa, fazendo a seguinte pergunta a respeito do texto: o que ele significa- exegese-. Em seguida, passamos para uma abordagem na primeira pessoa e indagamos: o que ele signifca para mim (devocional). Por fim, vamos ao texto para abordá-lo na segunda pessoa e procuramos descobrir como compartilhar com você o que ele significa para mim (homilética)” p. 26
A premissa do autor é que a interpretação bíblica gera uma espiral que vai do texto ao contexto, do significado original à contextualização uo significação para a igreja de hoje. A espiral é a metáfora mais adequada porque segundo o autor o movimento não e círculo fechado, mas de um movimentar-se por uma espiral, aproximando-se cada vez mais do verdadeiro significado original pretendido pelo texto, no aprimoramento da interpretação.
O autor adota a perspectiva de significado e significação, conceito baseado em Hirsch, na distinção entre o significado pretendido pelo autor de um texto, que seria um núcleo invariável e a significação ou implicações multiformes de umtexto para cada leitor, que é a aplicação do significado original que varia de acordo com as circunstâncias diversas.
“As verdades do evangelho são simples, mas a tarefa de desvendar o significado original de textos específicos é complexa e exige trabalho árduo” p. 29
A inspiração e autoridade das Escrituras.
“o nível de autoridade diminui à medida que passamos do texto para a interpretação e depois para a contextualização; porntanto, precisamos fazer o caminho inverso e garantir que nossa contextualização se aproxime o tanto quanto possível de nossa interpretação, e garantir que a interpretação, por sua vez, esteja em harmonia com a essência do texto” p. 31
Estudo indutivo e dedutivo.
“O estudo indutivo da Bíblia acontece basicamente na organização do livro e dos parágrafos para determinar o desenvolvimento estrutural da mensagem do escritor tanto no nível macro-livro- quanto no nível micro-parágrafo-. Disso resulta, uma idéia preliminar acerca do significado e do desenvolvimento do pensamento do texto (…) O estudo dedutivo lida com os estágios como aspectos separados, mas, interdependentes, da pesquisa exégitica. Nessa fase todas as ferramentas devem ser consultadas- gramáticas, léxicos, dicionários, estudos vocabulares, atlas, estudos de contexto histórico,m artigos em periodicos, comentarios.” p. 37
Parte 1- Hermenêutica Geral
1. Contexto.
O autor fala na observação de duas áreas – o contexto histórico e o contexto lógico, que fornecem o alicerce sobre o qual construímos o significado mais profundo da passagem.
O contexto histórico- pano de fundo histórico de um livro- neste aspecto devemos levar em conta: a autoria, a data, a quem é dirigido e o propósito e temas do livro.
O contexto lógico é o fator mais básico da interpretação, segundo o autor. Aqui está o mapeamento do livro e o diagrama do parágrafo, que caracterizam o método indutivo.
Estudo do todo: mapa de um livro.
“primeiro, traçamos o mapa de um livro como um todo e analisamos o fluxo de pensamento nessa apresentação preliminar, em segundo, fazemos um estudo intensivo de cada uma das partes para detectar os detalhes da argumentação, por fim, retrabalhamos a sequência de pensamentos do todo em sua relação com as partes. Começamos com o livro inteiro, passamos para as divisões principais, depois para os parágrafos e, por fim, para frases específicas.” p. 47-48
O autor cita Walter Kaiser, que relaciona 8 pistas para descobrir as costuras entre as unidades de pensamento (p. 52):
- Termos, frases, orações ou periodos que podem servir de título para introução de cada parte ou como colofão que encerra uma seção específica.
- muitas vezes há pistas gramaticais cmo conjunções de transição ou advérbios, por exemplo, então, portanto, todavia, enquanto isso e palavras gregas como oun, de, kai, tote, dio.
- Perguntas retóricas podem sinalizar a passagem para um novo tema e outra seção. também é possível haver uma série dessas perguntas conduzindo o argumento ou plano de toda a seção.
- Mudanças de tempo, lugar ou ambiente são um recurso comum, principalmente em contextos de narrativa, e indicam um novo tema e uma nova seção.
- o uso deliberado do vocativo revela mudança de atenção.
- mudanças no tempo, modo ou aspecto do verbo, talvez incluindo uma mudança no sujeito ou no objeto.
- repetição de palavras chave, proposições ou conceitos.
- em pouco, o tema de cada seção será anunciado como título.
Um comentário:
Vc tem a parte 2 desse livro "A espiral Hermeneutica
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