segunda-feira, junho 20, 2011

Deus que não é amor

Copio e colo um artigo do Pr. Altair Germano a respeito do Voz da Verdade, 

Se há uma coisa que eu admiro na vida de qualquer pessoa ou grupo, isso se chama “sinceridade”. E sinceridade é algo que ninguém pode dizer que falta no grupo musical “Voz da Verdade”.
São tão sinceros, que assumem publicamente que não acreditam na doutrina da “trindade” e ponto final! Quem gostar gostou, quem não gostar, que não goste.
Observe as afirmações extraídas diretamente do site do grupo:
“Senti na obrigação de mais uma vez escrever a diferença da doutrina seguida por nós das demais.
Somos monoteístas, isto é cremos NUM SÓ DEUS, UM DEUS ÚNICO. Cremos no PAI, FILHO, ESPIRITO SANTO COMO MINISTÉRIOS ou MANIFESTAÇÕES DE UM DEUS, ou seja Deus é o Pai ( o Criador),veio como Filho (para remissão dos pecados) e como Espirito Santo (consolador que nos conduz a toda verdade), cremos que a salvação é somente através do sangue de Jesus, portanto pregamos Jesus Cristo como único salvador da humanidade, batizamos em nome de Jesus Cristo porque os apóstolos que conviveram com Jesus o faziam, cremos que há poder no nome de Jesus para remissão dos pecados, para expulsar os demônios, curas divinas, falar novas línguas,etc.”
“Então quais são nossas divergências com a trindade,aquela que se prega que há 3 pessoas distintas num Deus, cada qual com sua existência própria. É que este modo de pensar nos leva ao TRITEÍSMO (3 DEUSES) e todos nós sabemos que a Bíblia toda diz DEUS É UM.De acordo com a Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia de R.N.Champlin, PhD e J.M.Bentes Vol 6 pág.626 a doutrina trinitária NÃO CONTEMPLA PESSOAS DISTINTAS, se assim fosse tudo se reduziria ao Triteísmo.
No entanto a maioria dos que crêem nesta doutrina pregam 3 pessoas distintas,talvez tenham aprendido errado este conceito.
Quero que fique bem claro: cremos no Pai, Filho, Espírito Santo, porque Deus é o Pai,o Filho, o Espírito Santo .
A parte que divergimos é justamente naquela que diz que em Deus há 3 pessoas "distintas" pois a maioria dos crentes aprenderam assim, que tem 3 pessoas separadas uma ao lado da outra, se assim fosse não seria UM só Deus, e Jesus ficaria num segundo plano .E o fato de pregarem que os três têm a mesma natureza , não quer dizer que são UM , passando a idéia de politeísmo e não monoteísmo, pois eu e o meu marido temos a mesma natureza humana e não somos" um" indivíduo.
Não cremos assim pois esta doutrina nos leva ao triteísmo, três Deuses , pois cada pessoa teria uma existência própria, ou seja passam a idéia de que o Pai é um, o Filho é outro e o Espírito Santo é outra pessoa,e todos eles fazem parte de UM DEUS, crêem que o Pai que é Espírito não é o mesmo Espírito Santo, e sim distintos. Neste caso haveria dois Espíritos. Sabemos que a Biblia fala UM só Espírito.Em Deus não há divisão.
A Bíblia não fala Deus são três, (eles dizem que está implícito e não explícito), mas a Biblia fala explicitamente DEUS É UM,ÚNICO DEUS. Se é UM , o certo é crermos que Deus é o Pai, o Filho (já que o Verbo era Deus e o Verbo se fez carne e habitou entre nós) e o mesmo Deus é o Espírito Santo que atua hoje no nosso meio.
O vocábulo trindade foi usado pela primeira vez por Tertuliano, na última década do Século.II DC , mas não encontrou lugar na teologia formal da igreja até o século.IV DC.Ele foi o primeiro teólogo cristão a usar a fórmula trinitária para explicar tentativamente a relação que há entre o PAI, O FILHO, O ESPIRITO SANTO.
Esta doutrina foi firmada no Concílio de Niceia,(séc.IV)que é um concílio reconhecido pela igreja romana católica.A palavra concílio significa assembléia , ajuntamento. No segundo concílio de Nicéia também se decretou que a igreja venerasse ídolos. (Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia -D.N.Champlin,PhD. e J.M.Bentes Vol 4 pág.494) Recebeu uma declaração formal na carta do concilio de Constantinopla em 382 DC(também da igreja católica), onde foi elaborado o credo niceno.Neste concílio foi combatida a doutrina modalista defendida por Sabélio.(que cria em três modos de expressão de um Deus Único).
Após o séc IV a posição trinitária se tornou o padrão da igreja , ainda que periodicamente tivesse sofrido ataques e negações. O principal desse ataque foi o monoteísmo hebreu das escrituras, aquele que é pregado no Velho Testamento, pois a doutrina trinitária dava idéia de 3 Deuses distintos.
Os primitivos cristãos não formularam qualquer "conceito trinitário",eles pregavam Jesus Cristo como Único e suficiente salvador e batizavam em nome de Jesus.
Como então explicar as manifestações de Um único Deus? Resolveram então juntar o monoteísmo com a forma trinitária, pois não se podia descartar a idéia da Biblia que diz UM SÓ DEUS, então pregavam: são 3 pessoas divinas e hoje muitos falam "distintas numa Divindade. Esta idéia que combatemos, pois se pregam a distinção , pregam 3 Deuses, mas não admitem”.http://www.vozdaverdade.com.br/comentarios/frameprinc17.htmUm estudo muito bom sobre o unicismo, você encontra em:
http://www.icp.com.br/50materia1.asphttp://www.cacp.org.br/seitasdiversas/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=411&cont=1&menu=8&submenu=1
Considerando que o “unicismo” é uma heresia, e que desfaz de uma doutrina cristã ortodoxa e “inegociável” como é a trindade, como se abre as portas de nossas igrejas e eventos, para grupos que defendem e promovem heresias? Vamos abrir também para as Testemunhas de Jeová? Para os Adventistas do Sétimo Dia? Aonde vamos parar?
Manifesto aqui, embora respeite os contrários, meu voto de repúdio em relação a participação do grupo Voz da Verdade, no evento dos Gideões Missionários da Última Hora.Perceba no vídeo abaixo, que há pastores (inclusive famosos) assembleianos se deleitando com a “apresentação” do referido grupo “unicista”.Assista o vídeo http://br.youtube.com/watch?v=chqCmLpys2oVeja também http://vitorhugosc.blogspot.com/2007/08/sinal-amarelo-para-o-gidees-missionrios.html 

Ricardo Barbosa

Para os pais da Igreja, a compreensão do ser trinitário de Deus leva-nos inexoravelmente a uma nova percepção da pessoa humana. Para eles, “não existe ser verdadeiro fora da comunhão. Nada existe individualmente, concebido em si mesmo. Comunhão é uma categoria ontológica. A pessoa não pode existir fora da comunhão, mas toda a comunhão que nega ou suprime a pessoa torna-se inadmissível”. Para os pais da Igreja, que foram os pioneiros em desenvolver a teologia da pessoa a partir do próprio ser de Deus, não há nenhuma possibilidade de se desenvolver uma experiência realmente humana e pessoal fora do mistério da Igreja. Como espaço de comunhão, ela é absolutamente indispensável para o desenvolvimento do significado da pessoa. É na Igreja que a relação com Deus, com o próximo e conosco mesmos torna-se possível.
À medida que nos abandonamos nas mãos de Deus, nossa identidade passa a ser uma responsabilidade dele e não mais nossa. Eu sou quem sou, não pelo fato de não ser você, nem mesmo pela comparação que desde cedo faço em relação aos outros, mas porque sou único diante de Deus e é somente na presença dele que me descubro verdadeiramente. A partir daí, a identidade pessoal do homem não é afirmada pelo que faz ou tem, mas pelo que é na relação com o outro. É assim que a Trindade vive, é assim que as pessoas na Trindade definem sua identidade.
Deus como Trindade transcende o conceito individualístico de pessoa numa forma radical. C. S. Lewis escreveu que “aprendemos da doutrina da Santíssima Trindade que alguma coisa análoga à sociedade existe dentro do Ser divino desde toda a eternidade – que Deus é amor, não no sentido da concepção platônica de amor, mas porque nele a reciprocidade concreta de amor existe antes dos mundos, e é, por isso, compartilhada com as criaturas”.

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