Deus nos revela claramente, na Sua Palavra, que somente há uma resposta para cada necessidade humana — Seu Filho, Jesus Cristo. Em toda a Sua ação a nosso respeito, Deus usa o critério de nos tirar do caminho, pondo Cristo, o Substituto, em nosso lugar. O Filho de Deus morreu em nosso lugar, para obter o nosso perdão; Ele vive em vez de nós, para alcançar o nosso livramento. Podemos falar, pois, de duas substituições — uma Substituição na Cruz, que assegura o nosso perdão, e uma Substituição interior que assegura a nossa vitória.. Ajudar-nos-á grandemente, e evitará muita confusão, conservar constantemente perante nós este fato: Deus responderá a todos os nossos problemas de uma só forma: mostrando-nos mais do Seu Filho.
Isto posto, Nee parte para o estudo dos primeiros oito capítulos de Romanos, sendo que na primeira seção que vai até 5.11, considera-se a questão dos pecados que eu tenho cometido diante de Deus, que são muitos e que podem ser enumerados, enquanto que, na segunda(5.12-8.39), trata-se do pecado como princípio que opera em mim. De tal modo que existe dentro de mim uma inclinação para pecar, um poder interior que leva ao pecado. Quando aquele poder anda solto, eu cometo pecados. Posso procurar e receber o perdão, depois, porém, peco outra vez. E, assim, a vida continua num círculo vicioso de pecar e ser perdoado e depois pecar outra vez. Aprecio o fato bendito do perdão de Deus, mas eu desejo algo mais do que isso: preciso de livramento. Preciso de perdão para o que tenho feito, mas preciso também de ser libertado daquilo que sou.
Para estes dois problemas, apresentam-se dois aspectos da salvação: em primeiro lugar, perdão dos pecados, e em segundo lugar, libertação dos pecados. Para Nee, o sangue de Jesus está ligado aquilo que fizemos, enquanto que a cruz está ligada a nossa natureza. O Sangue purifica os nossos pecados, enquanto que a Cruz atinge a raiz da nossa capacidade de pecar.
Todos pecaram - Rm 3.23
Nee fala da queda, o pecado entrou pela desobediência- Rm 5.19-. Criando uma separação entre Deus e o homem, há um afastando para todos- Rm 3.9-. Isto leva a um sentimento de culpa- de afastamento e separação de Deus.
O pecado entra na forma de desobediência, para criar, em primeiro lugar, separação entre Deus e o ho mem, do que resulta ser este afastado de Deus. Deus já não pode ter comunhão com ele, por agora existir algo que a impede, e que, através de toda a Escritura, é co nhecido como "pecado". Desta forma, é Deus que, pri meiramente, diz: "Todos... estão debaixo do pecado" (Rm 3.9). Em segundo lugar, o pecado, que daí em dian te constitui barreira à comunhão do homem com Deus, comunica-lhe um sentimento de culpa — de afastamento e separação de Deus. Agora, é o próprio homem que, mediante a sua consciência despertada, diz: "Pequei" (Lc 15.18). E ainda não é tudo, porque o pecado oferece também a Satanás uma possibilidade de acusação diante de Deus, enquanto o nosso sentimento de culpa lhe dá ocasião para nos acusar nos nossos corações; assim, pois, em terceiro lugar, é o "acusador dos irmãos" (Ap 12.10), que agora diz: "Tu pecaste".
As Escrituras mostram como o Sangue de Cristo opera eficazmente nestes três aspectos, em relação a Deus, em relação ao homem, e em relação a Satanás,
O Sangue é para expiação e, em primeiro lugar, rela ciona-se com a nossa posição diante de Deus. Precisamos de perdão dos nossos pecados cometidos para que não caiamos sob julgamento; e eles nos são perdoados, não porque Deus não os leva a sério, mas porque Ele vê o Sangue. O Sangue é, pois, primariamente, não para nós, mas para Deus.
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