quarta-feira, junho 29, 2011

Dietrich Bonhoeffer: Discipulado


Depois de ler VIDA EM COMUNHÃO, passo a escrever um resumo daquela que talvez seja a obra-prima de Bonhoeffer, O DISCIPULADO.

1o. Capítulo : A GRAÇA CARA.
A graça barata é o inimigo mortal de nossa igreja. Hoje combateremos em favor da graça cara. A graça barata é a graça considerada como mercadoria que está em liquidação, é o perdão desperdiçado, o consolo barateado, o sacramento barateado, é a graça como um armazém da igreja, onde mãos inconsideradas a toma para distribui-la sem vacilação nem limites, é a graça sem preço, que não custa nada. Porque se dizem que, segundo a natureza mesma da graça, a fatura foi paga de antemão para todos os tempos, graças a esta fatura já ter sido paga podemos te-la grátis. Os gastos cobertos são infinitamente grandes e por conseguinte, as possibilidades de utilização e de dilapidação também são infinitamente grande. Por outro lado, que seria da graça se não fosse uma graça barata?
A graça barata é a graça como doutrina, como princípio, como sistema, é o perdão dos pecados considerado como uma verdade universal, é o amor de Deus interpretado como a idéia cristã de Deus. Quem a afirma possui já o perdão dos pecados. A igreja desta doutrina da graça participa já desta graça por sua mesma doutrina.


Nesta igreja, o mundo encontra um véu barato pra cobrir seus pecados, dos que não se arrepende e daqueles que não deseja se libertar. Por isto, a graça barata é a negação da palavra viva de Deus, é a negação da encarnação do Verbo de Deus. A graça barata é a justificação do pecado e não do pecador. Posto que a graça faz tudo por si só, as coisas devem ficar como antes.Todas nossas obras são vãs. O mundo segue sendo mundo e nós seguimos sendo pecadores inclusive quando levamos a vida melhor.
  
Assim começa a magnus opus de Bonhoeffer, uma crítica ao período que viveu, de um cristianismo de aparência e indolência que permitiu o surgimento do nazismo e seus horrores.

A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem disciplina eclesiástica, a eucaristia sem confissão dos pecados, a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem o seguimentode Cristo, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo e encarnado.


Por outro lado, a graça cara é como o tesouro oculto no campo, o reino de Deus pelo qual o homem arranca seu próprio olho. Enfim, é a chamada que Jesus faz para que o discípulo abandone suas redes e o siga.


É dita cara porque é o evangelho que sempre temos que buscar, os dons que temos que pedir, porque chama ao seguimento, ao discipulado de Jesus, é cara porque custa ao homem a vida, é graça porque lhe dá vida; é cara porque condena o pecado, é graça porque justifica o pecador.


Ela é cara porque custou cara para Deus, custando a vida de seu Filho. Porque custou tanto a Deus, não pode ser barata para nós, é graça sobretudo, porque Deus entregou seu Filho por nós. A graça cara é a encarnação de Deus.


Bonhoeffer fala de uma banalização da graça a partir da secularização crescente da igreja, na periferia da igreja, se manteve a ideia de que a graça é cara e que implica o discipulado. A vida monástica se converteu num protesto vivo contra a secularização do cristianismo e barateamento da graça, 


Contudo, a igreja relativizou isto, e colocou tal empreita para homens especialmente qualificados,e criando uma distinção entre um nível superior e inferior de obediência cristã. Assim, o monasticismo se converteu numa justificação paradoxal da secularização, seu caminho se converteu na proeza isolada e livre de uns poucos e ao reivindicar para esta conduta um caráter meritório particular.


Nesta crítica, Bonhoeffer busca o exemplo de Lutero, que fracassou neste caminho de isolamento, aprendeu de Deus através das escrituras, o discipulado de Cristo não é uma proeza isolada de alguns,mas um preceito divino dirigido a todos os crentes.


Monasticismo transformou o discipulado numa obra meritória de alguns, a autonegação se revelava numa autoafirmação espiritual dos piedosos, Lutero entendia que todas as nossas obras são vãs até as da vida melhor, não se guiou por seu próprio mérito, senão pela graça de Deus.O caminho dele saindo do convento para  o mundo, no entender do autor, significa o ataque mais duro dirigido contra o mundo desde o cristianismo primitivo, era preciso seguir a Cristo no meio do mundo, o que havia sido praticado como uma proeza isolada  nas facilidades do convento, se convertia agora numa necessidade e preceito de todo crente que vivia no mundo.

Abriu-se uma ruptura entre a vida do crente e a vida do mundo, o crente,p
ara Lutero, a vocação secular do cristão se exerce no discipulado que recebe de Jesus, pelo evangelho, uma justificação nova, a justificação do pecador, e não do pecado. Lutero ensinou que o homem, incluso em suas obras e caminhos mais piedosos não poderia substituir-se diante de Deus porque, no fundo, está sempre em busca de si mesmo. Sabia que esta graça havia custado toda uma vida, e que seguia exigindo seu preço diariamente, porque pela graça não se sentia dispensado do discipulado, se via obrigado agora mais do que nunca. 


Quando Lutero falava da graça pensava em sua própria vida, submetida a uma total obediência a Cristo.


Contudo, muitos esqueceram-se disto, da graça cara, deixando de lado a justificação do pecador,do discipulado estrito ao Senhor, assim houve o aniquilamento da doutrina de Lutero e da própria reforma em si, se voltou a uma graça barata, sem discipulado.


Quando Lutero dizia que nossas obras são vãs incluso as da melhor vida possível, já que, nada tem valor diante de Deus, "a não ser a graça e a misericórdia para perdoar os pecados", o dizia como um homem que sabia do chamado sempre presente para o seguimento de Jesus, e o abandono de tudo que tinha.


O conhecimento da graça era uma ruptura última e radical com o pecado em sua vida, contudo nunca sua justificação. Era uma renúncia a vida segundo a sua própria vontade, isto foi um resultado divino, não humano, a vida cristã, dada por Jesus mesmo, a graça é o pressuposto básico da vida cristã, a posse de antemão da justificação dos pecados, que cometo em minha vida. 


Com a graça barata, o conflito entre a vida cívica-mundana e a vida cristã termina porque está tudo debaixo desta graça, porque a vida cristã consiste que vivo no mundo e como o mundo, não há a necessidade do seguimento- discipulado-. A justificação pela fé é usada como inimiga da própria graça, se pega uma afirmação verdadeira com resultados errados, pois a intenção é enganar-se a si mesmo. 


Somente quem renuncia a tudo o que tem, seguindo a Jesus, pode dizer  que é justificado pela fé - reconhece a chamada do seguimento como graça e a graça como deve ser chamada, enfim. Contudo, quem baseando-se na graça, quer dispensar-se do seguir a Cristo, engana-se a si mesmo. Há algo mais demoniaco com a graça do que o pecar por conta da graça de Deus que nos tem sido dada? 


A polêmica está na afirmação de Lutero que continuamos pecando, contudo, somos salvos pela graça que se renova. Muitos lêem isto como ponto de partida, implicando numa indiferença com o seguimento de Jesus, contudo, tal sentença tem que ser entendida como resultado e não ponto de partida. Não se trata de uma maneira de justificar-se o pecado, deste modo se inverteria totalmente o que Lutero dizia. Que é uma exortação aquele que no caminho do seguimento, reconhece que não pode se desembaraçar-se do pecado, e assim reconhece também uma necessidade do evangelho da graça de Deus a todo tempo, diante dele somos sempre pecadores, e em toda situação este evangelho nos busca e justifica enquanto pecadores. 


Ele diz isto para aqueles que buscam uma ruptura com seu pecado, e conseguem através da graça de Deus, a quem busca romper com tudo aquilo que impede no seguimento de Jesus, esta frase então deve ser entendida como resultado, assim será a graça cara.


A graça barata não é nada mais que uma nova lei, que não ajuda nem liberta, a graça como palavra viva chama ao seguimento, é a única graça que realmente perdoa os pecado e liberta o pecador.


A graça barata não abre caminho que nos leve a Cristo, nos fecha. Não nos chama ao seguimento, mas nos endurece na desobediência, a chama débil foi apagada sem compaixão.


Descobrir o que é a graça cara é redescobrir o seguimento de Jesus, é responder a pergunta como um cristão deve viver. A graça de Deus é cara porque é pura graça, porque é a graça de Deus em Jesus Cristo.


Ditosos são aqueles que tendo reconhecido esta graça, podem viver no mundo sem se perder nele, aqueles que no seguimento de Jesus estão tão seguros de sua pátria celeste que se sentem realmente livres para viver no mundo, felizes aqueles para os quais seguir a Jesus não é mais que viver da graça, e para aqueles que sabem que a graça não consiste em nada mais do que no seguimento.







segunda-feira, junho 27, 2011

C.H. Spurgeon: Meditação

Precisamos meditar. Essas uvas não produzem vinho até serem pisadas por nós. Essas azeitonas precisam ser colocadas debaixo da roda, e prensadas repetidas vezes, para que o azeite flua delas. Olhando para um punhado de nozes, percebemos quais delas já foram comidas, porque há um buraquinho onde o inseto furou a casca — só um buraquinho, e lá dentro há uma criatura vivente comendo a noz. Ora, é uma coisa maravilhosa furar a casca da letra, para então ficar por dentro comendo a própria noz. Bem que eu gostaria de ser um vermezinho assim, vivendo dentro da Palavra de Deus, alimentando-me dela, depois de ter aberto caminho através da casca e ter chegado ao mistério mais interior do evangelho bendito. A Palavra de Deus sempre é mais preciosa para o homem que mais se alimenta dela.

C.H. Spurgeon, COMO LER A BÍBLIA.

Dietrich Bonhoeffer: Confissão e santa ceia

O PRÓXIMO, MEIO DA GRAÇA

Apesar das reuniões comunitárias, os cristãos têm ficado sozinhos, sem serem verdadeiramente parte de uma comunidade. A razão é porque mesmo eles estando prontos para serem partes de uma comunidade piedosa, a comunidade não permite nenhum pecador, assim são obrigados a esconder seu pecado de si mesmos e da comunidade. Muitos crentes ficam horrorizados quando descobrem em sua comunidade um pecador real. Por isto, optam por estarem a sós com o pecado, ao custo de vidas em mentiras e hipocrisia.

No entanto, a graça do evangelho -  embora, seja difícil de ser entendido pelo piedoso, que se coloca antes da verdade, ela lhe diz que você é um pecador, incurável, contudo, você pode chegar a Deus que te ama. Que quer você como é, sem necessidade que faça nada ou dê nada, quer a você pessoalmente, somente a você - Pv. 23,26-. 


Deus veio até você para te salvar, afirmando em você a verdade dele, que te liberta. Ante a Ele, não dá para ocultar-se, não serve para nada a máscara que usa diante dos homens. Ele quer nos ver como somos, para nos salvar. Já não temos necessidade de mentir a si mesmo e aos outros como se estivessemos sem pecado.  E dê graças a Deus que ele permitiu que você seja um pecador, porque Deus, ainda que se aborreça do pecado, ele ama o pecador.

Jesus Cristo se fez nosso irmão na carne para que nos uníssemos a Ele pela fé. Nele, chegou o amor divino pelo pecador. Diante dele, tem podido se manifestar os pecadores e assim receber ajuda. Ele quer derrubar todas as aparências, o evangelho coloca a miséria do pecador e a misericórdia de Deus.  Desta verdade, deveria viver a sua igreja, o Senhor concedeu poder de confessar e perdoar os pecados em seu nome. (Jo 20,23)

Por esta promessa, Cristo nos tem dado a comunidade e com elas, os irmãos, como meios da graça. O irmão ocupa, então, o lugar de Cristo. Já não necessito fingir diante dele, posso ser um pecador que efetivamente sou porque aqui reinam a verdade e a misericórdia de Jesus Cristo. Cristo se fez nosso irmão para nos socorrer, e desde então, através dele, nosso irmão se converte para nós em Cristo, com toda a autoridade do seu encargo, o irmão está diante de nós como um sinal da verdade e da graça de Deus. Nos é dado como ajuda, escuta nossa confissão em lugar de Cristo e guarda, como Deus esmo, o segredo de nossa confissão.

O convite à confissão com o irmão e receber perdão fraternal no seio da comunidade cristã é um convite para aceitarmos a graça de Deus na igreja.


A CONFISSÃO

A confissão faz possível o acesso a comunidade, o pecado quer estar sozinho com o homem, o separa da comunidade. Quanto mais sozinho, tanto mais destruidor é o poder do pecado, tanto mais sufocantes são suas redes, tanto mais desesperadora é a solidão. O pecado quer passar desapercebido, foge da luz. Gosta das penumbras das coisas secretas, onde envenena todo o ser. Na confissão, a luz do evangelho irrompe sobre as trevas e o fechamento do coração - Sl 107, 16-.

Se pode dizer que na confissão, o pecado perde definitivamente todo resto de auto-justificação. O pecador  se liberta, abandona todo o que há nele de mal. Permanecendo oculto o pecado separa da comunidade, confessado, o ajuda a encontrar a verdadeira comunhão fraterna em Jesus.

O que Bonhoeffer vem tratando até aqui é a respeito da confissão individual, o irmão serve não por si mesmo, mas por meio de Cristo, como válido para comunidade, em virtude da sua vocação. Assim, o crente se integra na comunidade pela confissão fraterna, não conhecendo mais a maldição do isolamento.

O ACESSO À CRUZ.

O autor continua dizendo que a confissão faz possível o acesso para a cruz, a raiz de todo pecado é o orgulho, a soberba. Querer viver apenas para si, que inflama todo o ser, espírito e carne.  A raiz do mal é querer ser como Deus, a confissão diante do irmão é uma terrível humilhação, dói e abate nosso orgulho. 


A cruz de Cristo, segundo Bonhoeffer, aniquila todo o orgulho, embora tenhamos medo de morrer publicamente como no Gólgota, na vergonha da confissão, a confissão nos introduz na verdadeira comunhão da cruz de Jesus e nos faz aceitar a nossa própria cruz, quebrantando a nossa carne  e nosso espírito, assim podemos reconhecer a cruz como signo da nossa salvação e paz. 


 A RUPTURA COM O PECADO.


Vimos que a confissão faz possível o acesso a nova vida, uma vez confessado e perdoado o pecado, a ruptura com o passado está consumada. Esta ruptura significa a conversão - 2Co 5,17.  Cristo tem realizado em nós, o novo nascimento. 


A confissão implica imitação.  O acontecimento do nosso batismo volta a produzir-se na confissão, passamos da escravidão das trevas ao reino de Cristo, esta é a boa nova, a mensagem feliz (Sl 30, 5).


O PERDÃO DE DEUS


A confissão se faz possível o acesso a certeza, unicamente a palavra de de Deus que julga e perdoa na cruz, podem faze-lo. Deus atua através do nosso irmão, há um rompimento do auto-engano e a certeza do perdão, pois aquele que confessa sabe que não está sozinho consigo mesmo, reconhece na presença do outro a presença mesma de Deus. 


A graça de poder confessar nossos pecados ao irmão evita os terrores do juízo final, pelo irmão, posso estar seguro já neste mundo da realidade de Deus, de seu juízo e seu perdão e assim como a presença garante a autenticidade da confissão dos meus pecado. Deus nos concedeu a graça de poder confessarmos uns aos outros para que estivessemos seguros de seu perdão.





CONFISSÃO DE PECADOS CONCRETOS


Bonhoeffer fala da necessidade de uma concretude na confissão, uma confissão generalizada não serve para nada mais que tornar os homens justificados por si mesmos. Ele sugere que uma confrontação com os dez mandamentos será a melhor preparação para a confissão, sem isto, há o perigo da hipocrisia. 


A confissão é um meio de que Deus se vale par oferecer sua ajuda ao pecador, Lutero dizia que é impossível imaginar um cristão sem a confissão fraterna, no Catecismo Maior, ele diz : "por isto, quando exorto os crentes a que se confessem seus pecados uns com os outros, os exorto simplesmente a serem cristãos". 


COM QUEM CONFESSAR-SE


Bonhoeffer fala de aspectos práticos, segundo a promessa de Jesus, todo cristão pode converter-se em um confessor de seus irmãos. Para o crente que vive debaixo da cruz e que tem reconhecido nela o abismo de impiedade do coração humano e do próprio coração, nenhum pecado pode ser-lhe já estranho, quem se mortificou com o próprio pecado na cruz, não pode se espantar ante os pecados dos outros por mais graves que sejam.


Através da cruz, conhecemos o coração humano, a imensidade da sua perdição, seu veneno e extravio, também conhecemos o preço da graça e da misericórdia que nos devolveu a Deus, e também sabemos que apenas o crente que permanece debaixo da cruz pode receber nossa confissão.



Bonhoeffer faz uma comparação com a psicologia, ante a eles, sou um enfermo, mas diante dos irmãos, me está permitido ser um pecador.

O contato diário e profundo com a cruz despoja o cristão tanto do espírito humano de juízo como da indulgência, dando-lhe em troca uma atitude de severidade e de amor conforme o Espírito de Deus. Diariamente o crente passa pela experiência da morte e ressurreição do pecado, justificado pela graça. Somos empurrados a amar nossos irmãos com o amor e a misericórdia de Deus, que através da morte, conduz o pecador a uma nova vida.


Quem vive debaixo dessa cruz é que pode ouvir nossa confissão, ela surge por si mesma da pregação da cruz.


O PERDÃO DOS PECADOS


A comunidade cristã  que pratica a confissão deve guardar-se dos perigos, o primeiro é designar um confessor para toda a comunidade, o segundo é que se guarde de fazer da confissão uma obra piedosa no sentido religioso barthiano, isso seria uma maneira impúdica, estéril e abominável de entregar seu coração, é a confissão considerada como obra meritória, 




A COMUNIDADE EUCARÍSTICA



A confissão embora em si mesmo seja uma ação completa, tem como objetivo especial preparar a igreja para participar da santa ceia, reconciliados com Deus e com os homens, os crentes  estão prontos para receber o corpo e sangue de Jesus.

Ele exige que nos cheguemos ao altar sem estar reconciliado com os irmãos, para recebermos juntos a graça de Deus por meio do sacramento é necessário que os crentes tenham se destituído de todo fermento de cólera, maledicência e hostilidade que haja entre eles.

O convite para a confissão fraterna é dirigida para todos que o pecado tem submergido e que buscam a certeza do perdão, o perdão do perdão dele agora se manifesta na comunidade cristã pela presença decisiva de seu Senhor.

Bonhoeffer defende um tempo de preparação para a santa ceia, um período de  exortação, consolação e oração e assim o dia da santa ceia será uma festa para a comunidade cristã, reconciliados plenamente com Deus e com os irmãos, os crentes recebem o presente do corpo e do sangue de Jesus, o perdão, a vida nova e a bem-aventurança eterna. A comunidade eucarística é o vínculo que une os fiéis que permanece na eternidade, a vida comunitária dos cristãos que vivem debaixo da autoridade das Escrituras encontra no sacramento sua plenitude.

domingo, junho 26, 2011

C.S. Lewis: Os Quatro Amores

Todo cristão concordaria que a saúde espiritual do indivíduo é exatamente proporcional ao seu amor por Deus. Entretanto, o amor humano por Deus, pela própria natureza do mesmo, deve ser sempre em grande parte, e com freqüência inteiramente, um amor-Necessidade. Isto se evidencia quando pedimos perdão de nossos pecados ou apoio nas tribulações. Mas, de modo geral, fica talvez mais manifesto em nossa crescente percepção (pois deveria mesmo crescer) que nosso ser inteiro pela sua própria natureza é uma enorme necessidade; incompleto, preparatório, vazio, mas atravancado, clamando por Ele que pode desatar coisas que agora estão atadas e atar aquelas que ainda se acham soltas. Não estou dizendo que o homem jamais possa dar a Deus qualquer outra coisa além do puro amor-Necessidade

sábado, junho 25, 2011

Karl Barth: Carta aos Romanos

KARL BARTH CARTA A LOS ROMANOS TRADUCCION DE ABELARDO MARTINEZ DE LA PERA PRIMERA EDlCION BIBLIOTECA DE AUTORES CRISTIANOS
 Pablo tiene que transmitir el «evangelio de Dios»; debe comunicar a los hombres la verdad de Dios, totalmente nueva, buena y gozosa sin par. Pero subrayamos: ¡de Dios.' No se trata, pues, de un mensaje religioso, de noticia o indicación alguna sobre la divinidad o divinización del hombre, sino del anuncio de un Dios que es distinto de todo, del que el hombre como hombre jamás sabrá o tendrá algo y del que, precisamente por eso, viene la salvación. No se trata, pues, de una cosa entre cosas que haya que comprender directamente, que haya que captar de modo singular, sino de la Palabra del origen de todas las cosas que debe ser percibida siempre de pueva, con temor y temblor, porque es dicha siempre de nuevo.  Así pues, no se trata de vivencias, experiencias y sentimientos, por elevado que fuera su rango, sino de sobrio conocimiento objetivo de aquello que ningún ojo vio, ningún oído escuchó. Y, por tanto, es también una comunicación que no se conforma con que se la tenga en cuenta, sino que aspira a que se participe de ella; se dirige no sólo a la inteligencia, sino a la comprensión; persigue no sólo un compartir el sentimiento, sino la colaboración; se trata de un comunicado que presupone, creándola, la fe en Dios, en Dios mismo. 

La resurrección es la revelación, el descubrimiento de Jesús como Cristo, la manifestación de Dios y el conocimiento de Dios en él, la entrada de la necesidad de glorificar a Dios, de contar en Jesús con el Desconocido e Invisible, de admitir a Jesús como el final del tiempo, como la paradoja, como la proto-historia, como vencedor. En la resurrección, el nuevo mundo del Espíritu Santo toca al viejo mundo de la carne. Pero lo toca como la tangente a un círculo, sin tocarlo; y al no tocarlo lo toca como su delimitación, como nuevo mundo. Así, la resurrección es el evento a las puertas de Jerusalén en el año 30, en cuanto que ella «aconteció», fue descubierta y conocida allí. Mas ella en modo alguno lo es en cuanto que su necesidad, manifestación y revelación no están condicionadas por aquel acontecer,  descubrIr y conocer, sino que son su condicionante. En cuanto que Jesús se revela y es descubierto como el Mesías, él está «constituido como Hijo de Dios» ya antes del día de Pascua, aunque sin duda, también después de esa fecha. 

Eugene H. Peterson: Memórias de um pastor 2

No livro, Peterson fala sobre um conselho que recebeu para organizar sua vida na Companhia de Pastores que participava. O conselho partiu de um rabino que abriu seus olhos para o significado das festas judaicas e o pastoreio.


PASCOA - na salvação, Deus se torna pessoalmente presente a nós, na oração, respondemos nos tornando pessoalmente presentes para Deus. A salvação do exodo é um evento histórico, a oração cultiva a intimidade da salvação ... pastores, falam isto. Escutem todos os dias o que as pessoas tem a dizer, ajudem essa pessoas a entenderem que as historias que elas nos contam estão sendo entenebricidas na grande história contada no Sinai.

PENTECOSTE- festa da revelação da lei no Sinai, está ligada a história de Rute, como Deus fala a partir de historias comuns .., pastores, façam isto, escutem todos os dias o que as pessoas tem a dizer, ajudem essas pessoas a entenderem que as historias que elas nos contam estão entetecidas na grande história contada no Sinai.

NONO DE AB- o jejum em pesar pela destruição da cidade e do templo, assim parecia, pela perda até mesmo de Deus... pastores, façam isto. Não expliquem o sofrimento, não prometam que tudo logo vai passar. Não culpem as pessoas por seu sofrimento. Enfrente-o com elas. Seja o seu companheiro, paciente no sofrimento.

FESTA DOS TABERNACULOS- os anos de peregrinação no deserto são representados por tendas- tabernaculos- montadas em cima das casas e nos quintais. Pastores não façam o que as pessoas querem ou pedem de vocês. O mercado religioso está repleto de milagreiros, de gente produzindo respostas, e todos eles dizem ter credenciais outorgadas por Deus.... Dizer não é tão importante quanto dizer sim.

PURIM- o livramento do genocidio na Pérsia, é celebrado num festival gastronomico, de troca de presentes e risos, tem a ver com  a história de Ester.... pastores, lembrem-se que  vocês estão trabalhando com uma comunidade formada em Deus, lembrem-se sempre disso, e não com uma comunidade formada no medo, motivada pelo sucesso, pela satisfação das necessidades, deixam a história de Ester se tornar o texto que interpretará sua congregação


FONTE MEMÓRIAS DE UM PASTOR.

sexta-feira, junho 24, 2011

Timothy Keller: Esperança para família


EFÉSIOS 5:21-33 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor;   porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido. Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do seu corpo. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.

Neste outono nós estamos buscando aquilo para o que a Redeemer é chamada para ser nesta cidade. Um dos textos mais cruciais neste assunto é Jeremias 29.

Em Jeremias 29, Deus fala aos israelitas, que estavam exilados em Babilônia. Eles não gostam de estar naquela grande cidade pagã; eles não querem estar ali. Deus, contudo, diz "eu quero que vocês fiquem aí", e ainda mais, "eu quero que vocês busquem o bem da cidade". Ele diz em Jeremias 29:5-7, "Edificai casas e habitai-as; plantai jardins e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; tomai mulheres para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos ali e não vos diminuais. Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz.".

Em outras palavras,  viver sua vida familiar numa cidade é algo que Deus diz que é parte e parcela daquilo que significa buscar o bem da cidade. Se vocês realmente procuram o bem da cidade, então vocês vivem suas vidas lá fora, e tem suas crianças, e crescem suas famílias lá.

Com o passar dos anos, quando eu falo para as pessoas sobre isto, eu descobri logo que nós temos um problema nestes dias que eles provavelmente não tinham. Uma das coisas que nós temos em nossa sociedade hoje, e aqui em Nova York, é uma profunda ambivalência sobre o casamento em si, muita confusão sobre o que ele é, e muita dificuldade até mesmo para entender o que ele significa.

Nós vamos ver Efésios 5:21-33, que é provavelmente a mais famosa passagem de todas na Bíblia - mas, não a única- sobre casamento

[1]. Vamos ver três pontos niveladores que nós aprendemos sobre o casamento cristão: a premissa, o propósito e a penultimidade.

A PREMISSA DO CASAMENTO

Notem que eu inclui no texto o versículo 21, que diz "sujeitai-vos uns aos outros no temor do Senhor". Mesmo se isto é uma sentença que fica sozinha na tradução, ela é, na realidade, o último ponto de uma longa sentença que Paulo começou no verso 18, e que é a respeito do preenchimento do Espírito. Deixe me dar a você a sentença completa: "mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus" (vs. 18-21).

Paulo está descrevendo a vida, a vida do Espírito. Se vocês estão cheios do Espírito, vocês irão falar uns aos outros em salmos, hinos e canções espirituais, fazendo melodia em seus corações para o Senhor dando graças para Deus Pai por tudo, e, finalmente, submetendo-se uns aos outros em reverência a Cristo.

Aqui o que nós precisamos entender: Paulo não muda o assunto quando ele entra no casamento. Não há indicação, ali não há mudança. Paulo não diz, "isto é suficiente sobre o Espírito Santo. Agora vamos falar sobre casamento". Não, o que ele está descrevendo a respeito do relacionamento do esposa e da esposa está subentendido sobre um tema central: esta é como a vida no Espírito se parece. 

Assim, aqui é o porquê isto é realmente importante. Para Paulo, ser cheio com o Espírito é ter a direção do evangelho dentro do centro mesmo do nosso ser mais do que apenas doutrinas abstratas, isso se torna uma realidade vívida que afeta todas as nossas vidas. Isto é o que significa ser cheio do Espírito. Se vocês disserem, "De onde você tomou esta definição?", vá para Colossenses 3. Nos versículos 16-17, Paulo está falando de novo sobre esta vida. Ele diz, "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.". Em outras palavras, o mesmo tipo de vida. De fato, no mesmo capítulo, ele até mesmo vai além e fala sobre maridos e esposas, pais e filhos. Entretanto, o Espírito não está sendo mencionado em Colossenses 3. Ao invés, no centro disso, Paulo diz "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente" (vs. 16 ). A mensagem da Palavra de Deus, o evangelho- tem que habitar em você ricamente, não apenas entender isto ou acreditar nisto ou afirmar isto. Em outras palavras, ser preenchido com o Espírito e ter o evangelho criando uma alegria enorme e admiração no centro dos nossos corações é a mesma coisa.


Versículo 21 está dizendo, então, que um dos efeitos do evangelho é aquele que você serve um ao outro. O evangelho erode o normal auto-centrismo do coração humano. Por exemplo, uma das coisas que o evangelho faz é que diz que você  é um pouco pior do que vocês pensa. Isto é uma das primeiras mensagens do evangelho. O evangelho diz que você nunca poderá limpar sua vida. Não existe nenhum caminho que você pode tomar para se salvar. Nenhuma quantidade de esforço próprio que fará isto. Nada menos que a morte do Filho de Deus pode salvar você. Então, você é pior que você pensa.

A segunda coisa que o evangelho diz é que você é muito mais amado que você pensa. O Filho de Deus estava disposto a lançar-se na fornalha de fogo por você. Você é o seu tesouro. E, então, o evangelho é mais humilde. Se você acredita no evangelho, isto é uma visão de mundo que humilha você mais e afirma você mais ao mesmo tempo. Ele remove o egocentrismo porque ele humilha você, mas também remove a auto-piedade porque ele ama e afirma você.


Se o Espírito de Deus toma o evangelho e ele não é apenas uma doutrina abstrata, mas, dirige-se ao centro mesmo do seu coração, de forma, que é uma realidade espiritual, vocês sabem o que isso faz? Isto faz de vocês uma pessoa que não precisa de um monte de agradecimentos, não precisa de um monte de cursos, não precisa de um monte de afirmação. Vocês estão tão contentes em quem vocês são em Cristo que vocês se tornam uma pessoa que é muito mais capaz  de dar do que receber. Vocês sempre estão colocando as necessidades de outras pessoas na frente das suas próprias. Vocês estão servindo uns aos outros.


O que isto tem a ver com o casamento? Oh, meu Deus! Isto tem tudo a ver com o casamento! Aqui é o que Paulo está dizendo (nós estamos bem pertos da premissa). Paulo está dizendo que quando duas pessoas estão cheias com o Espírito - quando duas pessoas estão cheias com o evangelho, e o evangelho tem realmente remoldando o modo em que nós pensamos a respeito de nós mesmos- e eles se casam, aqui é um estudo de caso de como isto poderia se parecer, e então ele dá um estudo de caso para o que um marido e uma esposa fazem.


Alguns de vocês têm provavelmente já perceberam que isto é um estudo de caso controverso; em nossa cultura o que Paulo está dizendo é muito controverso. Ele diz, primeiro de tudo, que se duas pessoas cheias do Espírito se casam, a esposa deve conceder a liderança ao marido no casamento. E, então, ele diz que o marido deve responder tomando para si o exemplo de liderança de Jesus, que é morrer para a outra pessoa, ao invés de abusar dela ou explorar ela ou mesmo desagradar ela.


O que isto quer dizer? Vocês estão vendo o que está acontecendo aqui? Alguns de vocês vão querer se defender disto. E você o que mais? Não há tempo para te responder. Eu sei que alguém está doido para falar: "que desculpinha fraca!", mas eu tenho outro pontos para completar. Entretanto, eu posso dizer para você isto: que quando minha esposa e eu começamos no casamento em 1975, nós olhamos para esta passagem, e se vocês conhecessem a mim ou a Kathy, você saberia que nem o temperamento dela ou o meu é inclinado de qualquer modo para este modelo. Nenhum de nós gostava ou se sentia temperamentalmente inclinado de qualquer modo para este modelo. Mas, nós nos submetemos para isto. E através dos anos em fazendo isto, e isto tomou anos, nós entramos em contacto com coisas em nosso caráter que nós nem sabíamos que estavam lá e nunca iríamos descobri-los de outra forma, isto tem sido incrivelmente importante para o nosso crescimento.


Isto é tudo que vou dizer em minha defesa. Contudo, eu gostaria apontar duas coisas no texto reforçando esta idéia de que a esposa dá ao marido a liderança dentro do casamento que quase nunca são apontadas, mas elas são muito importantes.



Primeiro, você viu a premissa? A premissa da esposa dando ao marido a liderança é que ambas as pessoas estão cheias com o Espírito e o evangelho. Este é o porquê eu coloquei o versículo 21 aqui. Ou, para não dizer isto de outro modo, Paulo está dizendo, "mulher, não se atreva a confiar num homem com sua vida. Não se atreva a casar-se com um homem e dar a este homem, este tipo de confiança a menos que seu ego masculino tenha sido permanentemente remodelado com o evangelho da cruz. Não confie em si mesmo para um homem a menos que ele seja cheio do Espírito. Não confie em um homem a menos que ele diga para você: eu estou disposto a me sacrificar, eu estou disposto a morrer, estou disposto a dar tudo para você prosperar". Nada menos que isto. Você sabe como eles costumam dizer para as crianças na TV, "meninos e meninas, não façam isto em casa. Nós iremos fazer aqui no estúdio, mas não faça isto em casa"? Quando Kathy, minha esposa, fala sobre esta passagem, ela diz Paulo está, na verdade, dizendo, "apenas faça isto em casa - apenas quando vocês tiverem duas pessoas cheias do Espírito que dão a si mesmos uns aos outros assim.


Há uma segunda coisa que não é normalmente apontada aqui. Como esta liderança se parece,na verdade, concretamente? Eu quero que vocês saibam, não é apenas que não está aqui, mas eu tenho olhado através da Bíblia e os detalhes não dados. Pessoas perguntam,"o que isto significa?"Isto quer dizer que o marido deve tomar todas as decisões? Não, isto não está dito na Bíblia. Isto significa que o marido maneja o dinheiro? Não, aqui não diz isto. Onde estão os detalhes? A Bíblia é um livro dado para nós para autoritativamente nos guiar, deixando de lado o século em que vivemos, não considerando a cultura em que vivemos. E então, a Bíblia diz que duas pessoas cheias do Espírito entram no casamento- cada (por causa do que evangelho tem feito) procurar servir a outra pessoa, cada uma está dizendo "o que você precisa para prosperar é mais importante que minha satisfação emocional- estas duas pessoas estão indo lutar pelo que agrada a outra pessoa, e estas duas pessoas tem que trabalhar fora de si mesmos em acordo para o que isto significa. A Bíblia não diz que isto deve ser desta forma ou daquela.


Por sinal, mulheres, se vocês tem um homem que diz, "este é o jeito que meu pai e minha mãe se relacionavam, e este será o jeito para nós", este não é um homem cujo ego masculino tem sido remodelado pela cruz. Você sabe por que? Quando a bíblia não dá estes detalhes e você diz. "o modo em que isso funcionou na minha família, é o jeito que vai ser", você está levantando o padrão familiar acima do nível das Escrituras. Isto não é honrar a autoridade bíblica. Sua opinião é negociável! Escrituras não. As Escrituras dizem que isto é o princípio da liderança, mas tem que trabalhar nisto. Isto quer dizer que isto trabalha junto. Como nós trabalhamos isto? Em cada tentativa de doar-se para outra pessoa servindo e agradando-a. A premissa do casamento cristão é o preenchimento do Espírito e a realidade do evangelho no centro dos seus corações.

 O PROPÓSITO DO CASAMENTO.
Segundo, qual é o propósito do casamento? Ou, outro modo de colocar esta questão: Por que as pessoas se casam? Nas culturas antigas  e hoje nas cultuas tradicionais é basicamente uma proposição de negócios. Essencialmente vocês não se casam por amor; vocês não se casam para ter um romance ou uma completude emocional.  Vocês se casam de tal modo que isto ajuda sua situação familiar e segurança no mundo. De fato, este é o modo em que hoje em muitas partes do mundo fazem porque a família é tudo- eu vou me casar com quem eu posso ajudar o status e a segurança familiar.
Contudo, em nossa cultura ocidental, isto é muito, muito diferente. Você se casa por amor. Você se casa para seu próprio enriquecimento pessoal. Você se casa com alguém que vai fazer você se sentir bem sobre você mesmo, quem vai te dar uma afeição incrível e um amor romântico e em quem você vai encontrar aquilo que completa você
A Bíblia diz que ambas aproximações são errôneas, reducionistas e provavelmente perigosas de muitos jeitos. A Bíblia diz que o propósito do casamento é uma nova promulgação do evangelho. Esta bem aqui:” Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”
O que Paulo está falando ? Vamos pensar sobre o evangelho. Nós cantamos um hino baseado nisto:
Um é o fundamento da Igreja
É jesus, seu Senhor.
Ela é sua nova criação
Pela água e pela palavra
Dos céus ele veio e viu ela
Para ser sua santa noiva
Com seu próprio sangue ele comprou ela.
E por sua vida ele morreu[2]

Isto é o evangelho. Jesus olhou para baixo dos céus e viu  que nós éramos apenas sombras de nós mesmos, daquilo que nós deveríamos ser. Ele nos viu arruinados pela queda, e vê todos os nossos defeitos e egoísmo. Contudo, ele nos ama mesmo assim. Ele vem e dá sua própria vida por nós, e ele morre na cruz, tomando a punição por nossos pecados. E quando nós abraçamos a ele, ele entra em nossas vidas.
Mas o que Jesus fez? Ele simplesmente nos traz perdão? Não, não, não.  É isso que ele diz aqui. E fala também em Romanos 8:30: ”  E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” Jesus não fica de qualquer forma feliz apenas por perdoar vocês.Se vocês amam alguém, você não quer ver eles cheios de defeitos, quebrados, fazendo coisas estúpidas todo o tempo, prejudicando a si mesmos e prejudicando  as pessoas em volta deles. Você quer torná-los melhores.
Jesus vem para nossas vidas e ele faz o que os teólogos chamam de santificação- uma perfeição gradual,  cada vez mais nos faz morrer para o pecado e viver para a justiça (este é o jeito que o Catecismo expõe isto). Jesus vem para nossas vidas, e ele tem uma visão do nosso futuro em glória e nosso belo futuro. Ele diz “eu sei quem vocês podem ser, eu estava lá na suas criações. Vocês são apenas uma sombra daquilo que vocês deveriam ser. É  incrível o que vocês irão se tornar. E através do meu sangue e do meu sacrifício e do meu serviço, eu vou levar vocês lá”. Qualquer um que é um cristão sabe que quando Jesus vem para nossas vidas, através da Palavra e do Espírito e das circunstancias da vida, ele está constantemente dirigindo vocês para mudar- empurrando vocês para o arrependimento e para uma mudança e para deixar as coisas para trás e mover-se para frente e se tornar mais e mais como Ele.

O que isto tem a ver com o casamento? Isto é o modelo. Eu não conheço a maioria de vocês, mas o fato é que por que vocês são parte de uma cultura. Eu posso dizer isto com alguma confiança. Se vocês estão buscando por uma esposa,  vocês estão procurando por um produto pronto. Vocês estão provavelmente buscando por alguém que já é – se eu colocar isto mais superficialmente-  linda  e, forçando um pouco mais, alguém que também já realizada e, talvez, com algum dinheiro. Vocês estão procurando por tudo isto.
Isto não é uma nova promulgação do evangelho- esta é a idéia moderna ocidental sobre o propósito do casamento sendo um preenchimento individual. Se apaixonar com a visão do evangelho significa que vocês estão buscando mais profundamente. Isto é quando uma pessoa cheia do Espírito de um sexo encontra outra pessoa cheia do Espírito de outro sexo e vocês começar a se tornar atraídos pelo que Deus está fazendo na vida da pessoa, a pessoa que Deus está trabalhando para ser uma pessoa.  Se apaixonar com alguém neste entendimento cristão do casamento é imaginar a si mesmo no dia final, no dia do julgamento, em que Deus irá destruir toda a morte e  todo o mal e sofrimento, e haverá os novos céus e nova terra, e tudo que está errado com você e tudo que é deformado e distorcido em você se apagará, e você vai florescer naquilo que você criado para ser, se você se tornará tudo que deveria ser. Para se apaixonar por alguém é preciso imaginar-se estando lá naquele dia, olhar para esta pessoa  e dizer: “ eu sempre soube que você poderia ser assim. Eu vi isso em você. E através do meu casamento, eu fui parte daquilo que Deus estava fazendo em você”.

Se apaixonar por alguém é ver aquilo que Deus está fazendo nesta pessoa e se tornar comprometido com o  futuro dessa pessoa.

E, então o que é casamento? Isto significa que eu vou fazer o que Jesus fez por mim. Eu vou dar minha vida. Eu vou me doar. Eu vou  me empenhar para servir esta pessoa sacrificialmente. Eu vou colocar seu florescimento e sua prosperidade a frente das minhas necessidades individuais, isto é o que Jesus fez. E então, eu vou ser um veiculo para o que Deus está fazendo na vida desta pessoa. Este é o propósito do casamento.

Agora, você sabe quanto radicalmente contracultural isto é. Sociólogos falam um monte sobre algo chamado de “co-modificação”. Aqui está a definicao tirada de um glossário de sociologia: “co-modificação é um processo em que os relacionamentos sociais são reduzidos para um relacionamento de trocas econômicas”. Um relacionamento de troca é o que nós poderíamos chamar de relação de consumo.

Se você tem uma relação de consumo com sua loja de armazém, você diz “oi” para as pessoas que irão fazer a conta, você se sente como “eu conheço este lugar”. Mas, o fato é que seu relacionamento é que eles estão lhe dando melhores produtos por preços melhores. E se você encontra outra loja de armazém, um pouco menor com melhores produtos e preços melhores, é adeus para a velha loja de armazém e um olá para a nova loja. Por que? Porque seu relacionamento não é importante para encontrar suas necessidades individuais. Suas necessidades são mais importantes que este relacionamento. Se as necessidades não estão sendo completadas como você acha, você muda seus relacionamentos. Isto é um relacionamento de consumo. Isto é um relacionamento de troca.
Então, há o que é chamado de relacionamentos pactuados, e os sociólogos aqui estão dizendo que tradicionalmente, relacionamentos entre esposo e esposa, entre os membros da família, são relacionamentos pactuados. Um relacionamento pactuado é um relacionamento em que a relação é mais importante que as necessidades individuais.
O que os sociólogos estão dizendo é que aquele modelo de mercado para relacionamentos, a relação de consumo tem se infiltrado dentro da cultura moderna de tal forma que agora nossos relacionamentos sociais são essencialmente relacionamentos de consumo. Isto significa que vocês entram dentro de um casamento da seguinte forma: “eu vou ser a esposa, eu devo ser isto o tanto que você seja o esposo que você deve ser. Eu vou satisfazer suas necessidades assim como você vai preencher as minhas e se você parar de completar minhas necessidades, eu não vou buscar sanar as suas necessidades”.
Contudo, a linguagem de um relacionado de pacto é “eu vou satisfazer suas necessidades mesmo se você não satisfazer minhas necessidades”. Isto é o que um relacionamento pactuado se trata- eu vou ser a esposa, eu devo ser mesmo se você não estiver sendo o esposo que você deveria ser. Isto não é romântico- isto é pactuado. Isto é comprometimento.
Alguém diz, “isto não soa muito gratificante”. Talvez, eu posso sugerir algo para vocês? Não há nada mais gratificante que duas pessoas estando num relacionamento em que cada uma não está procurando uma gratificação pessoal, mas, sim, o desenvolvimento do outro. Não há nada mais satisfatório que estar num relacionamento em que vocês não estão colocando suas realizações em primeiro lugar-nada.
Stanley Hauerwas, especialista em ética social da Universidade de Duke, diz que a compreensão cristã não é nem o entendimento tradicional de que o casamento é apenas basicamente uma barganha econômica, nem o entendimento moderno que você apenas tem que achar o Sr. Certo e a Sra. Certa e então tudo na sua vida vai correr bem. Ele tem este grande acerto em um dos seus livros, um ensaio clássico, onde ele diz:
Igualmente destrutivos (ao matrimonio) é a ética da auto–realização... (que) assume que o casamento e família são principalmente instituições de realização pessoal... O pressuposto é que existe alguém certinho para que nós possamos casar e se nós olharmos bem o suficiente, nós iremos encontrar a pessoa certa. Isto... falha ao apreciar o fato que nós sempre nos casamos com a pessoa errada. Nós talvez nunca sabemos com que nos casamos; nós apenas pensamos que sabemos.  Ou mesmo se primeiro casamos com a pessoa certa, é apenas uma questão de tempo para ele ou ela mudar. Para o casamento, sendo o que é, significa que nós não somos a mesma pessoa que entramos nele. O (desafio do casamento) primário é aprendermos como amar e cuidar deste estranho com quem nós descobrimos que casamos.[3]

Isto pode ser um exagero, mas não por muito. E, então, o propósito do casamento é o ativamento do evangelho. Não é uma gratificação romântica- minhas necessidades devem ser satisfeitas. Não é uma barganha- então eu posso ter uma melhor situação na vida. Se você se casou por uma dessas razoes, e as pessoas fazem isto o tempo todo, você está cercado de problemas. Ao invés disso, o propósito do casamento é re-fazer na vida de outra pessoa o que Jesus Cristo fez e está fazendo em sua vida.
Alguém vai dizer, corretamente então, “Ok, se nós dois estamos fazendo isto, se nós estamos tentando servir o próximo, ok. Mas, isso soa para mim como uma relação pactual podendo ser uma receita para exploração”. Isto nos leva ao terceiro ponto.
A PENULTIMIDADE DO CASAMENTO.

Uma das coisas mais radicais sobre a doutrina cristã do casamento é que ela diz que o matrimonio não é a maior coisa no mundo. É a penúltima – mas não é a ultima. Paulo diz no versículo 32, “este é um profundo mistério- mas eu estou falando sobre Cristo e a igreja”. Ele está dizendo, “você sabe tudo isto que tenho falando sobre (marido, mulher, etc)? Basicamente, isto tudo aponta para outra coisa.
Deixe-me dizer para você porquê isto é importante. Se o matrimonio foi um ultimato, se é a ultima coisa em sua vida, isto será um desastre. Em muitas culturas tradicionais, mesmo hoje, família é algo supremo, e você tem uma coisa horrível chamado de assassinatos por honra. Você sabe o que é matar pela honra? Quando uma jovem mulher ou um jovem homem tem sexo fora do casamento e desgraça sua família, algum parente assassina ele ou ela. Por que? Porque a honra e a coesão da família são tudo. É uma coisa ultima e olhe para onde isto leva você.  Vocês dizem “nós não somos assim. Nós somos pessoas modernas ocidentais. Não queremos fazer isto. “oh, sim, nós fazemos. Nós fazemos do casamento uma coisa tão importante quanto.  Nós pensamos “se eu pudesse apenas encontra o Sr ou a Sra Certinha”, por causa da ética de gratificação pessoal, o casamento se torna tudo que preciso para me fazer uma pessoa feliz.

Ernest Becker foi ateu, um pensador secular (um tipo de psicoterapeuta) na metade do século 20. Ele ganhou o premio Pullitzer por seu livro “The Denial of Death”. Ele não acreditava em Deus e a maioria dos seus amigos não acreditava em Deus, mas ele percebeu que eles ainda precisavam de um sentido de transcendência. Eles ainda precisavam de  um senso de ter um real sentido na vida. A idéia que a vida é aleatória e um acidente era muito difícil para se viver. Ele entendeu que as pessoas numa sociedade mais secular tendem a carregar isso para dentro do romance e do casamento, as esperanças que passado eram arremetidas apenas para Deus e para a religião.
Becker escreveu numa passagem fascinante:


Ele ainda precisava se sentir heróico, saber que sua vida  importava num esquema de coisas...Se não tinha mais Deus como ele poderia ter isto? Uma das primeiras soluções que lhe ocorreu...era uma solução romântica... Um parceiro amoroso se tornaria o ideal divino com o qual iria completar a sua vida. Todas as necessidades espirituais e morais (que deveriam estar focadas em Deus) se tornaram focadas em um individuo... Contudo,o fracasso do amor romântico como uma solução para os problemas humanos é uma grande parte da frustração do homem moderno.. Nenhum relacionamento humano pode carregar o fardo da divindade[4].
Escute, se Deus não é a coisa mais importante em sua vida, uma coisa que você mais vai precisar é de alguma pessoa linda que ame você e o amor dessa pessoa é a coisa mais importante na sua vida, você vai esmagar esta pessoa através das expectativas do seu coração.  Ninguém pode viver suportando isto. É isto que Ernest Becker está dizendo. Ele vai além e diz,


Nenhum parceiro humano pode oferecer esta segurança... Contudo, nós talvez idealizamos ou idolatramos ( o parceiro amoroso) , ele ou ela inevitavelmente reflete uma decadência e imperfeição terrena... Depois de tudo, o que é que nós queremos quando nós elevamos o parceiro amoroso para a posição de Deus? Nós queremos redenção- nada menos. Nós queremos nos livrar dos nossos defeitos, dos nossos sentimentos do nada. Nós queremos ser justificados, saber que nossa criação não foi em vão... Nem precisamos dizer que os parceiros humanos não podem fazer isto[5].

Mas, nós procuramos isto, e se isto é for a coisa final, isto é devastador. Lembra daquela musica do Righteous Brothers, “ Sem você, bebê, que bem que eu sou?”. Há milhões de musicas como esta- “Se eu não fosse para voce e seu amor, não há nada realmente”. O fato é, nós acreditamos nisto. Se você se apaixonar radicalmente por alguém, você pode até mesmo acreditar em Deus, mas isto é apenas uma abstração. Aquela pessoa que você ama é que faz você se sentir bem consigo mesmo. E isto é um desastre absoluto que ninguém pode cumprir. Nenhum ser humano pode ser seu salvador. Eles iram te derrubar.

A Bíblia diz que você deve compreender que o casamento- mesmo um grande casamento, mesmo o melhor casamento- está apontando para algo além de si mesmo, ao qual mesmo o melhor casamento deve estar subordinado, e do qual, mesmo o melhor casamento, é nada além de uma antecipação. O que é isto? Isto é amor esponsal de Jesus Cristo.

Deixe-me recapitular para você. Jesus cristo veio para os seus, mas, o seus não o receberam (Jo. 1:1). E no jardim do Getesemani, ele tinha com ele alguns dos seus discípulos, e ele estava prestes a morrer, e ele disse: “Em estou apenas pedindo uma coisa para vocês. Por favor, fiquem acordados. Esta é minha hora de maior necessidade- apenas peço que fiquem acordados (Mt. 26,38, parafraseado). E eles foram dormir. Então, ele olhou para dentro dos nossos corações – sua noiva, as pessoas que ele veio amar e salvar e cuidar- e ele viu egoísmo e ele viu desinteresse. E ele morreu por nós mesmo assim. As pessoas mesmas pelas quais ele estava morrendo e levando amor crucificaram ele.

Eu não sei quão ruim é seu casamento – algumas vezes, você se sente como se seu esposo estivesse crucificando você- mas no caso de Jesus, isto realmente aconteceu. Contudo, o que ele fez? Em seu grande ato de amor matrimonial na historia do mundo, ele permaneceu! Ele olhou para você e permaneceu.

Este é o por que – se você toma isto para dentro do seu coração- você pode fazer isto. Quando seu cônjuge não está sendo aquilo que deveria ser, você pode dizer : “ você não está sendo o cônjuge que você deveria ser, mas eu estou caminhando para ser o cônjuge que eu devo ser, eu estou te perdoando. Você sabe por que? Eu posso porque meu ultimo cônjuge, Jesus Cristo, que mesmo eu tendo errado com ele, ainda assim ele me amou e me perdoou. E por causa  que seu amor é mais importante que seu amor, agora eu posso amar você tão bem. Se seu amor fosse a coisa mais importante na minha vida e você me deixasse para baixo do modo como você faz agora, eu iria revirar os olhos ou sair fora daqui. Mas porque ele tem rebaixado você, porque ele fez do meu casamento a penúltima coisa, eu posso amar você muito bem. Eu posso te perdoar, porque Jesus me perdoou”.
Você quer dizer que você pode apenas estar lá e deixar a outra pessoa fazer o que quiser, não importa o que? Não! Por que não? Esta é a coisa amorosa a fazer? É sempre amor deixar alguém pecar contra você? É a melhor coisa que você pode fazer pela pessoa? Não! Jesus não quer deixar você ir. Ele santifica você. Ele nunca vai deixar você até que você venha ser a pessoa que você deveria ser. E então você vai estabelecer limites no casamento, e você vai falar a verdade, e você vai confrontar- todas essas coisas. Mas, agora você estará apto para isto, por causa do amor marital de Jesus Cristo. Se e apenas se isto for a melhor coisa na sua vida, então você pode falar a verdade em amor, então  você pode ter uma relação de aliança, você pode ser fiel a alguém que não esta sendo bom para você e, ao mesmo tempo, não ser abusado ou explorado.  Você irá definir as fronteiras. Você ainda vai amar. Você ainda vai perdoar. Você vai fazer para a pessoa aquilo que Jesus fez para você.
Alguns de vocês estão tão infelizes sobre não ser casados, provavelmente porque você pensa, se apenas eu fosse casado, então eu seria feliz. Você esta olhando agora para a pessoa casada mais feliz que você conhece provavelmente, e deixe me dizer que isso não é o bastante. Ter um casamento feliz não ajuda vocês diante das coisas do jeito que vocês acham. Isto não é o suficiente. Isto não completa a parte mais profunda dos seus corações. Isto não ajuda vocês diante da morte. Isto realmente não ajuda você no final, por maior que seja. O único esposo cujo amor pode realmente completar seus corações e dar a vocês o que vocês realmente desejam espera por vocês, se vocês acreditarem nele.
Alguns de vocês estão com muito medo de se casarem. Vocês tem medo de serem maltratados. Apenas se Jesus não for o centro da sua vida o casamento pode ser mortal, e se ele é o centro, então tente.
Alguns de vocês estão em casamentos infelizes, e talvez vocês estão pensando”se apenas meu cônjuge fosse tudo que ele ou ela deveria ser, então tudo correria bem”. Não, não, não; isto não funciona desse jeito. O único cônjuge que você precisa ainda está disponível. E se ele é o centro da sua vida, então você estará apto para lidar com um casamento infeliz de modo muito melhor que você esta fazendo agora.
Por ultimo, uma das razoes que eu penso que as pessoas tendem a mudarem-se para fora das cidades quando elas começam a ter crianças é por causa do ideal romântico. Elas dizem que tem sido muito divertido estar aqui na cidade, mas vocês certamente não gostariam de criar uma família aqui. Você sabe por que? Eu penso que muitas pessoas ainda tem um desenho ideal para aquilo que o casamento, romance e família devem ser- nos estamos indo ter um desenho de casamento, um perfeito casamento. Nos queremos ter as crianças perfeitas. Nos queremos ter um lar perfeito. Tudo deve ir de modo perfeito. E a cidade é tão confusa.
Mas, assim que você entende o evangelho, você  percebe que você é o confuso, e você tem um casamento bagunçado, e agora vocês estão dando a luz a pequenas confusões. O casamento se trata sobre cura e reparação. Matrimonio é sobre reabilitação- isto é o que o texto todo é sobre- com os recursos de Jesus Cristo.
E quando você percebe isto, assim não parece tão estranho estar na cidade, porque a cidade se trata de reabilitação- ajudando as escolas serem melhores, reformando casas para as pessoas pobres e curando, redimindo e trabalhando na cidade de modo que vocês estão curando,redimindo e trabalhando em sua própria família. Isto não parece nada estranho então, uma vez que você compreende o entendimento do evangelho sobre o casamento, para crescer uma família na cidade.
Com seu próprio sangue ele comprou você  e para sua vida ele morreu. Você é sua noiva. Agora receba seu amor de esposo.

Vamos orar.

Obrigado, pai, por darmos o que nos precisamos para lidar com esta grande coisa chamada casamento. Nós precisamos do evangelho para sermos bons não casados, nós precisamos do evangelho para sermos bons casados, nós precisamos do evangelho para nos guardamos de fazer dos nossos bons casamentos ídolos, nós precisamos do evangelho para nos impedir de levar nossos casamentos problemáticos em lugares onde eles não podem prosperar. Nós precisamos do evangelho para lidar com ser casado ou ser solteiro. E se o fizemos, se nós sabemos do amor esponsal de Jesus cristo, ele está pelo seu Santo Espírito fazendo o evangelho real em nossos corações, então nós poderemos lidar com essas coisas. Podemos prosperar, e nós podemos todos sermos membros da família de Deus unidos. Obrigado. Obrigado, senhor Jesus Cristo por nos dar a si mesmo para nós. Nos ter dado todas essas coisas. Nós pedimos no nome de Jesus. Amem.

Copyright © 2010 by Timothy Keller, Redeemer Presbyterian Church. This transcript is based on the audio recording and has been lightly edited. The original was part of the Renew Campaign in Fall 2009, and can be found at http://renew.redeemer.com.
We encourage you to use this material for study and ministry purposes.  If you would like to use quotes or key concepts in a sermon or other ministry resource, please provide credit to the original.



[1] For a more detailed treatment of this passage and topic, see also Timothy Keller, Marriage (1991), Redeemer Sermon Store: http://sermons.redeemer.com/store/index.cfm?product=18279.
[2] “The Church’s One Foundation.” Lyrics by Samuel J. Stone. Lyra Fidelium; Twelve Hymns of the Twelve Articles of the Apostle’s Creed (London: Messrs. Parker and Co., 1866).
[3]Stanley Hauerwas, A Community of Character: Toward a Constructive Christian Social Ethic (Notre Dame, Ind.: University of Notre Dame Press, 1981), 172.
[4] Ernest Becker, The Denial of Death (New York: The Free Press, 1997), 160, 163, 166.
[5] Ibid., 166-167.