quinta-feira, abril 09, 2015

James K.A. Smith: How (Not) To Be Secular


O livro How (Not) To Be Secular de James K.A, Smith é uma introdução, ou melhor, um resumão do livro Secular Age de Charles Taylor. 

"Nosso objetivo é tentar entender nossa era secular não é um descritivo o quê, e menos um cronológico quando, mas um analítico como. A questão não é quando nossa era é menos ou mais religiosa, nem é a questão de determinar quando a mudança aconteceu, na linguagem de Will Durant e companhia, nós estamos vindo de uma era da crença para uma era da razão. Ao invés, Taylor está preocupado com as condições de crença - uma mudança nas condições de plausabilidade das condições que fazem algo crível ou não crível." (p. 18)

Taylor fala na emergência de um humanismo exclusivista.


3 obstáculos para a descrença na época medieval:

1.O mundo natural foi constituído como um cosmos que funciona semioticamente, como um sinal que aponta além de si mesmo, para aquilo que é mais que a natureza.

2. A sociedade em si foi entendida como algo firmado numa realidade superior, os reinos terrenos estavam firmados no reino divino.

3. Em suma, as pessoas viviam em um mundo encantado, um mundo carregado com presenças, que estava aberto e vulnerável, não fechado e auto-suficiente.


Uma vez que os indivíduos se toram um locus de significado, o atomismo social que resulta significa que a descrença não tem mais consequências sociais. Somos agora uma coleção de indivíduos - como moléculas individuais num gás social. Somos livres para sermos heréticos- que significa, eventualmente, que você é livre para ser ateu.


A reforma buscava eliminar a distinção entre sagrado e profano. A recusa do sacramentalismo da vida é o começo do naturalismo ou, ao menos, abre a porta desta possibilidade. É também um começo de uma certa evacuação do sagrado como uma presença no mundo.

A era secular é produto de nova opções criativas, uma inteira reconfiguração de sentido. Um novo imaginário que permite imaginar a vida num mundo auto-suficiente. Os desejos ordinários são a base desse moderno humanismo.

Immanentization: um processo sútil em que o nosso mundo, e assim rol de significância, é fechado com o universo material e o mundo natural.  James K.A. Smith fala de quatro eclipses que estão nesse processo (p. 48ss):

1. um eclipse do propósito além ou um florescimento humano transcendente.

a providência é primeira sobre ordenar este mundo para benefício mútuo, particularmente benefício econômico. Os humanos são vistos fundamentalmente engajados num troca de serviços, então o cosmos inteiro é visto centrado antropologicamente como uma arena para sua economia.

2. um eclipse da graça desde que a providência é reduzida para uma ordenação econômica da criação para o benefício mútuo

3. um eclipse do sentido de mistério

4. um eclipse de que a idéia que Deus estava planejamento uma transformação de seres humanos.


Para Tayor, a apologética cristã em sua tentativa de defender o transcendente, produz uma fé menos elaborada teologicamente. Ironicamente, esta pavimenta um humanismo exclusivo, Deus é reduzido a um criador e a religião é reduzida a moralidade. Neste deísmo de providência existem muitas marcas carregadas pelos apologetas contemporâneos, as particularidades das crenças cristãs são diminuídas para tentar assegurar uma deidade mais genêrica- para que algum tipo de transcendência possa sobreviver.

O humanismo exclusivo é apenas possível a partir do cristianismo, a confiança moderna  principal do humanismo é imanentizar a capacidade de bondade, ele seria um desenvolvimento de um senso imanente de solidariedade universal. 

Em nossos tempos, a ideia de Deus como agente histórico é dissonante.

A despersonalização de Deus nos leva a negar a importância da comunhão e da comunidade que é a igreja.  Há um processo de "ex-carnação" - é mover do descorporeamento e abstração, uma aversão e fuga das particularidades da incorporação e comunhão.


Capítulo 3- A doença da imanência- o sentimento da era secular.

A era secular, uma era em que as estruturas plausíveis  tem mudado, as condições da crença alterado, a crença teísta não é  apenas deslocada de seu lugar, mas também positivamente contestada. Não estamos mais na Cristandade.


O EFEITO NOVA: dá nome esta fragmentização, pluralização e fragilização de nossas visões sobre a boa vida e o florescimento humano, pluraliza porque compartilhamos um conjunto de opções, fragiliza por causa da proximidade e frequência. 

Vivemos num senso de isolamento cósmico. 

O aspecto saliente de nosso imaginário cósmico moderno é que ele abriu um espaço em que as pessoas podem vaguear entre e em volta destas opções sem ter uma terra clara ou ficar definitivamente em nenhuma.

A conversão cristã é vista como imaturidade, enquanto que a conversão para a descrença é vista como um tipo de maturidade. 


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