No sétimo capítulo de Filosofia e Cosmovisão Cristã, os autores vão falar sobre epistemologia religiosa, a exploração da condição epistêmica das afirmações de verdade religiosas, sua racionalidade e garantia.
O positivismo lógico defende o princípio da verificação do significado, de acordo com o qual uma sentença declarativa, com objetivo de ser significativa, deveria ser capaz, em princípio, de ser empiricamente verificada.
Este sofreu várias críticas, dando origem ao princípio da falsificação, que afirmava que uma sentença com sentido deve ser capaz, em princípio, de ser empiricamente falsificada.
Estas análises cometeram dois erros: 1. o princípio da verificação e da falsificação era muito restritivo, não conseguindo incluir declarações científicas e 2. o princípio era auto-refutável a própria definição do critério é impossível de ser verificada ou falsificada empiricamente.
Pressuposto do ateísmo: trata-se da afirmação de que na ausência de evidências da existência de Deus, devemos pressupor que Ele não existe. A ausência de evidência não é evidência de ausência.
Secretismo de Deus: se Deus realmente existisse, teria deixado mais provas de sua existência. "... a afirmação de que, se Deus existisse, ele teria tornado sua presença mais evidente tem pouca ou nenhuma garantia, minando assim a afirmação de que a ausência de tal evidência é, em si mesma, uma evidência positiva para a inexistência de Deus" (PAG 202)
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CRENÇA RELIGIOSA SEM GARANTIA
"Um grande número de pensadores tem argumentado que uma pessoa poder ter uma justificação pragmática para se apegar a uma crença, totalmente à parte de ser ela epistemologicamente justificada ou conhecida pela pessoa que a sustenta. Seguindo a linha de Alvin Plantinga, vamos nos referir à justificação epistêmica como garantia, aquela propriedade que serve para transformar uma simples crença verdadeira em conhecimento. Os proponentes dos argumentos pragmáticos buscam mostrar que, às vezes, estamos dentro dos nossos direitos de ter crenças para as quais não temos garantia. Um argumento pragmático busca dar fundamento para que se tenha uma crença em particular por causa dos benefícios obtidos com base nela" (PAG 202)
Há dois tipos deste argumento:
1. argumento dependente da verdade: que uma crença tem benefícios caso ela seja verdadeira.
2. argumento independente da verdade: uma crença tem benefícios caso ela se mostre verdadeira ou falsa.
Aposta de Pascal.
Eu creio:
Se Deus existe: ganho infinito menos perda finita.
Se Deus não existe perda finita.
Eu não creio:
Se Deus existe, perda infinita,
Se Deus não existe, ganho finito.
Teoria dreo princípio de decisão chamada de princípio da utilidade esperada: com objetivo de maximizar a utilidade ou o benefício de minhas escolhas, devo multiplicar cada um dos resultados mutuamente exclusivos pela probabilidade de cada um dos dois estados resultantes, somar os produtos e então optar pela que forneça a mais alta utilidade esperada.
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CRENÇA RELIGIOSA SEM GARANTIA
"Um grande número de pensadores tem argumentado que uma pessoa poder ter uma justificação pragmática para se apegar a uma crença, totalmente à parte de ser ela epistemologicamente justificada ou conhecida pela pessoa que a sustenta. Seguindo a linha de Alvin Plantinga, vamos nos referir à justificação epistêmica como garantia, aquela propriedade que serve para transformar uma simples crença verdadeira em conhecimento. Os proponentes dos argumentos pragmáticos buscam mostrar que, às vezes, estamos dentro dos nossos direitos de ter crenças para as quais não temos garantia. Um argumento pragmático busca dar fundamento para que se tenha uma crença em particular por causa dos benefícios obtidos com base nela" (PAG 202)
Há dois tipos deste argumento:
1. argumento dependente da verdade: que uma crença tem benefícios caso ela seja verdadeira.
2. argumento independente da verdade: uma crença tem benefícios caso ela se mostre verdadeira ou falsa.
Aposta de Pascal.
Eu creio:
Se Deus existe: ganho infinito menos perda finita.
Se Deus não existe perda finita.
Eu não creio:
Se Deus existe, perda infinita,
Se Deus não existe, ganho finito.
Teoria dreo princípio de decisão chamada de princípio da utilidade esperada: com objetivo de maximizar a utilidade ou o benefício de minhas escolhas, devo multiplicar cada um dos resultados mutuamente exclusivos pela probabilidade de cada um dos dois estados resultantes, somar os produtos e então optar pela que forneça a mais alta utilidade esperada.
GARANTIA SEM EVIDÊNCIA
Plantinga faz distinção entre objeções de facto e objeções de jure
De facto: se volta para a verdade da fé cristã, ela tenta mostrar que as afirmações da fé cristã são falsas.
de jure: tenta minar a fé cristã mesmo que o cristianismo seja de fato verdadeiro. Para Plantinga, há três versões: a crença cristã é injustificada, irracional e não-garantida.
"Desse modo, Plantinga lança-se em dois projetos, um público e um cristão: 1. mostrar que não há razão para pensar que a crença cristã é desprovida de justificação, racionalidade e garantia - independentemente de pressupor sua falsidade) e 2. fundamentando-se numa perspectiva cristã, fornecer um relato epistemológico de uma crença cristã verdadeira" (Pag 206)
"Para Plantinga, a justificação envolve obediência às exigências epistêmicas individuais ou a posse de uma sólida estrutura noética de crenças. A garantia, por sua vez, é a propriedade que converte simples crenças verdadeiras em conhecimento, quando é possuída num grau suficiente. Plantinga considera que o teísta está não apenas dentro de seus direitos epistêmicos de acreditar em Deus sem prova conclusiva, mas que ele realmente sabe, à parte de qualquer evidência, que Deus existe"(...) Plantinga também fala do sensus divinitatis como uma disposição ou um conjunto de disposições para formar crenças teístas ou estímulos que disparam o funcionamento da percepção da realidade" (P. 207)
"Uma vez que a crença é assim formada por faculdades cognitivas funcionando de modo adequado, dentro de um ambiente apropriado, ela é garantida para nós. Além disso, à medida que nossas faculdades não são destruídas pelos efeitos noéticos do pecado, acreditaremos profunda e firmemente na proposição da existência divina, de modo que possamos dizer, em virtude da grande garantia resultante de nossa crença, que sabemos que Deus existe" (P. 209)
a questão sobre a garantia da crença é em sua base não epistemológica, mas metafísica ou teológica. O que decorre desse pensamento é não existem objeções de jure fora da questão de facto se o teísmo é verdadeiro.
Como as crenças cristãs podem ser justificadas? Plantinga remete aí não apenas ao sensus divinitatis como também ao testemunho interior do Espírito Santo.
"O modelo estendido postula que nossa queda no pecado teve desastrosas consequências cognitivas e afetivas. O sensus divinitatis foi danificado e deformado, e sua expressão, silenciada (...) É aqui que o testemunho interior ou a inspiração do Espírito Santo entra em cena. Deus, em sua graça, precisava encontrar uma maneira de nos informar sobre o plano da salvação que ele disponibilizara e optou por fazer isso através 1. das Escrituras, inspirada por ele e que delineiam as grandes verdades do evangelho. 2 da presença e ação do Espirito Santo,que repara o dano cognitivo e afetivo causado pelo pecado, capacitando-nos desse modo a entender e acreditar nas grandes verdades do evangelho e 3. da fé, que é a principal obra do Espirito Santo produzida no coração dos crentes.(...) Como tal, as crenças formadas por esse processo satisfazem as condiçoes de garantia: 1. elas são produzidas pelo cognitivo em funcionamento adequado, 2. o ambiente no qual nos encontramos, incluindo a contaminação cognitiva operada pelo pecado, é o ambiente cognitivo para o qual este processo foi planejado, 3. o processo é planejado para produzir crenças verdadeiras, 4. as crenças produzidads por ele, a saber, as grandes verdades do evangelho, são de fato verdadeiras, de modo que o processo é bem sucedido em produzir crenças verdadeiras " PAG 210
Os autores mostram algumas críticas a Plantinga em sua conceituação do sensus divinitatis, Plantinga advoga que Calvino a trate como uma faculdade cognitiva como os sentidos, nem mesmo uma consciência inata de Deus de Calvino é aceita pelos autores.
Outra crítica é que o testemunho do Espírito seria uma resposta ao pecado e à queda, se fosse assim Adão não desfrutou do Espírito? Nesse mesmo ponto, outra crítica é fazer deste testemunho uma faculdade cognitiva.
Plantinga faz distinção entre objeções de facto e objeções de jure
De facto: se volta para a verdade da fé cristã, ela tenta mostrar que as afirmações da fé cristã são falsas.
de jure: tenta minar a fé cristã mesmo que o cristianismo seja de fato verdadeiro. Para Plantinga, há três versões: a crença cristã é injustificada, irracional e não-garantida.
"Desse modo, Plantinga lança-se em dois projetos, um público e um cristão: 1. mostrar que não há razão para pensar que a crença cristã é desprovida de justificação, racionalidade e garantia - independentemente de pressupor sua falsidade) e 2. fundamentando-se numa perspectiva cristã, fornecer um relato epistemológico de uma crença cristã verdadeira" (Pag 206)
"Para Plantinga, a justificação envolve obediência às exigências epistêmicas individuais ou a posse de uma sólida estrutura noética de crenças. A garantia, por sua vez, é a propriedade que converte simples crenças verdadeiras em conhecimento, quando é possuída num grau suficiente. Plantinga considera que o teísta está não apenas dentro de seus direitos epistêmicos de acreditar em Deus sem prova conclusiva, mas que ele realmente sabe, à parte de qualquer evidência, que Deus existe"(...) Plantinga também fala do sensus divinitatis como uma disposição ou um conjunto de disposições para formar crenças teístas ou estímulos que disparam o funcionamento da percepção da realidade" (P. 207)
"Uma vez que a crença é assim formada por faculdades cognitivas funcionando de modo adequado, dentro de um ambiente apropriado, ela é garantida para nós. Além disso, à medida que nossas faculdades não são destruídas pelos efeitos noéticos do pecado, acreditaremos profunda e firmemente na proposição da existência divina, de modo que possamos dizer, em virtude da grande garantia resultante de nossa crença, que sabemos que Deus existe" (P. 209)
a questão sobre a garantia da crença é em sua base não epistemológica, mas metafísica ou teológica. O que decorre desse pensamento é não existem objeções de jure fora da questão de facto se o teísmo é verdadeiro.
Como as crenças cristãs podem ser justificadas? Plantinga remete aí não apenas ao sensus divinitatis como também ao testemunho interior do Espírito Santo.
"O modelo estendido postula que nossa queda no pecado teve desastrosas consequências cognitivas e afetivas. O sensus divinitatis foi danificado e deformado, e sua expressão, silenciada (...) É aqui que o testemunho interior ou a inspiração do Espírito Santo entra em cena. Deus, em sua graça, precisava encontrar uma maneira de nos informar sobre o plano da salvação que ele disponibilizara e optou por fazer isso através 1. das Escrituras, inspirada por ele e que delineiam as grandes verdades do evangelho. 2 da presença e ação do Espirito Santo,que repara o dano cognitivo e afetivo causado pelo pecado, capacitando-nos desse modo a entender e acreditar nas grandes verdades do evangelho e 3. da fé, que é a principal obra do Espirito Santo produzida no coração dos crentes.(...) Como tal, as crenças formadas por esse processo satisfazem as condiçoes de garantia: 1. elas são produzidas pelo cognitivo em funcionamento adequado, 2. o ambiente no qual nos encontramos, incluindo a contaminação cognitiva operada pelo pecado, é o ambiente cognitivo para o qual este processo foi planejado, 3. o processo é planejado para produzir crenças verdadeiras, 4. as crenças produzidads por ele, a saber, as grandes verdades do evangelho, são de fato verdadeiras, de modo que o processo é bem sucedido em produzir crenças verdadeiras " PAG 210
Os autores mostram algumas críticas a Plantinga em sua conceituação do sensus divinitatis, Plantinga advoga que Calvino a trate como uma faculdade cognitiva como os sentidos, nem mesmo uma consciência inata de Deus de Calvino é aceita pelos autores.
Outra crítica é que o testemunho do Espírito seria uma resposta ao pecado e à queda, se fosse assim Adão não desfrutou do Espírito? Nesse mesmo ponto, outra crítica é fazer deste testemunho uma faculdade cognitiva.
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