quarta-feira, outubro 27, 2010

Documento final da Cape Town 2010.

 

Durante este mês foi realizado o congresso mundial de evangelismo de Lausanne na Cidade do Cabo, após a convenção global foi lançado um termo de compromisso, do qual reproduzo alguns pontos:

 

Primeiro: mantemos nosso compromisso com a tarefa de testemunhar de Jesus Cristo e dos seus ensinamentos em todo o mundo. O Primeiro Congresso Lausanne (1974) foi realizado visando à tarefa da evangelização mundial. Alguns dos principais benefícios deste congresso para a Igreja mundial foram: O Pacto de Lausanne; uma nova consciência do número de grupos de povos não alcançados; e uma nova descoberta da natureza holística do evangelho bíblico e da missão cristã. O Segundo Congresso Lausanne, em Manila (1989), deu origem a mais de 300 parcerias na evangelização mundial, muitas das quais envolveram co-operação entre nações de todas as partes do globo.

Segundo: mantemos nosso compromisso com os principais documentos do Movimento – O Pacto de Lausanne(1974) e O Manifesto de Manila (1989). Estes documentos expressam de maneira clara verdades básicas do evangelho bíblico e as aplicam à nossa missão prática de formas ainda relevantes e desafiadoras. Confessamos que não temos sido fiéis aos compromissos assumidos com esses documentos. Mas nós os reafirmamos e os legitimamos, ao mesmo tempo em que procuramos discernir como expressar e aplicar a verdade eterna do evangelho no mundo da nossa geração, mundo este em constante mudança.

(…)

 

Realidades Inalteradas

Mas em nosso mundo em constante mudança algumas coisas se mantêm inalteradas. Estas importantes verdades oferecem a lógica bíblica para nosso engajamento missional.

  • Os seres humanos estão perdidos. A condição básica do ser humano permanece a mesma que foi descrita na Bíblia: estamos em pecado e rebelião, sob o justo julgamento de Deus e, sem Cristo, não temos esperança.
  • O Evangelho é a boa nova. O Evangelho não é um conceito que precisa de idéias renovadas, mas uma história que precisa ser contada de uma nova maneira. É a história inalterada do que Deus fez para salvar o mundo, essencialmente nos eventos históricos da vida, morte, ressurreição e reino de Jesus Cristo. Em Cristo há esperança.
  • A missão da igreja continua. A missão de Deus continua até os confins da terra e até o fim do mundo. Chegará o dia quando os reinos do mundo se tornarão o reino do nosso Deus e de Seu Cristo e Deus habitará com Sua humanidade redimida na nova criação. Até aquele dia, a participação da igreja na missão de Deus continua, em um alegre ritmo de urgência, e com oportunidades novas e empolgantes em cada geração, inclusive na nossa.

 

(…)

1. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro

A missão de Deus flui do amor de Deus. A missão do povo de Deus flui do nosso amor a Deus e a tudo que Deus ama. A evangelização mundial é o fluir do amor de Deus para nós e através de nós. Nós afirmamos a primazia da graça de Deus e respondemos a esta graça pela fé, demonstrada através da obediência em amor. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro e enviou Seu Filho para ser propiciação pelos nossos pecados.

Afirmamos que este amor bíblico tão abrangente deve ser a identidade nítida e a marca dos discípulos de Jesus. Em resposta à oração e ao mandamento de Jesus, esperamos que seja assim conosco. Infelizmente, confessamos que com frequência não o é. Por isso, renovamos nosso compromisso de aplicar todo o nosso esforço para viver, pensar, falar e agir de maneira que expressemos o que significa andar em amor, amar a Deus, amar uns aos outros e amar o mundo

2. Nós amamos ao Deus vivo

O nosso Deus, a quem amamos, revela-se na Bíblia como o único Deus vivo e eterno, que governa todas as coisas de acordo com sua soberana vontade, visando o seu propósito salvador. Na unidade do Pai, Filho e Espírito Santo, somente Deus é o Criador, Soberano, Juiz e Salvador do mundo.  Por isso, amamos nosso Deus com alegres ações de graças pelo nosso lugar na criação, em submissão à sua soberana providência, com confiança na sua justiça e com louvores eternos pela salvação que ele conquistou para nós.

O motivo da nossa maior tristeza deve ser porque em nosso mundo o Deus vivo não é glorificado. O Deus vivo é negado por um ateísmo agressivo. O único Deus verdadeiro é substituído ou distorcido em práticas de religiões mundanas. Nosso Senhor Jesus Cristo é agredido e mal representado em algumas culturas populares. E a face do Deus da revelação bíblica é obscurecida pelo nominalismo, pelo sincretismo e pela hipocrisia cristãos.

Amar a Deus em meio a um mundo que o rejeita e o distorce, exige testemunho de Deus que seja ousado e humilde; defesa firme, mas graciosa da verdade do Evangelho de Cristo, o Filho de Deus, e confiança pela oração na obra salvadora e convincente do Seu Espírito Santo. Firmamos nosso compromisso de dar este testemunho, pois se declaramos amar a Deus, devemos partilhar a principal prioridade de Deus, qual seja, que o Seu nome e Sua Palavra sejam exaltados acima de todas as coisas

3. Nós amamos ao Deus Pai

Através de Jesus Cristo, o Filho de Deus, - e somente através dele, como o caminho, a verdade e a vida – podemos conhecer e amar Deus como Pai. À medida que o Espírito Santo testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus, clamamos as palavras que Jesus orou “Aba Pai”, e oramos a oração que Jesus ensinou, “Pai Nosso”. Nosso amor por Jesus, provado pela obediência a Ele, une-se ao amor do Pai por nós, uma vez que o Pai e o Filho fazem morada em nós, em uma relação mútua de dar e receber amor.[10]. Esta íntima relação possui profundo embasamento bíblico.

Confessamos que com frequência negligenciamos a verdade da Paternidade de Deus e nos privamos das riquezas de um relacionamento com Ele. Renovamos nosso compromisso de ir ao Pai através de Jesus, o Filho, para receber e responder ao seu amor paternal; viver em obediência sob a disciplina do Pai; refletir seu caráter de Pai em todo nosso comportamento e em todas nossas atitudes; e confiar na sua provisão de Pai em qualquer circunstância que Ele nos levar a viver.

4. Nós amamos ao Deus Filho

Deus ordenou a Israel que amasse o SENHOR Deus com lealdade exclusiva. Da mesma forma, amar ao Senhor Jesus Cristo significa que afirmamos firmemente que somente Ele é Salvador, Senhor e Deus.  A Bíblia ensina que Jesus opera as mesmas obras soberanas que o próprio Deus. Cristo é o Criador do universo. Soberano da história, Juiz de todas as nações e Salvador de todos os que se voltam para Deus[14]. Ele partilha a identidade de Deus em igualdade divina e na unidade do Pai, Filho e Espírito Santo. Assim como Deus chamou Israel para amá-lo em fé pactual, obediência e testemunho de servo, afirmamos nosso amor por Jesus Cristo confiando nele, obedecendo-o e fazendo-o conhecido.

5. Nós amamos ao Deus Espírito

Nós amamos o Espírito Santo na unidade da Trindade, com Deus o Pai que o envia e com Jesus Cristo de quem Ele dá testemunho. Ele é o Espírito missionário do Pai missionário e o do Filho missionário, soprando vida e poder na igreja missionária de Deus. Nós amamos e oramos pela presença do Espírito Santo porque sem o testemunho do Espírito de Cristo nosso testemunho é inútil. Sem a obra de convencimento do Espírito Santo, nossa pregação é em vão. Sem o poder do Espírito, nossa missão é mero esforço humano. E sem o fruto do Espírito, nossas vidas sem brilho não podem refletir a beleza do Evangelho.

 

ão existe Evangelho verdadeiro nem completo, e nem missão bíblica autêntica sem a Pessoa, a obra e o poder do Espírito Santo. Oramos por um despertamento maior para esta verdade bíblica e para que isto se torne realidade em todo o corpo de Cristo em todo o mundo. Entretanto, temos consciência dos muitos abusos disfarçados com o nome do Espírito Santo, das várias formas nas quais todos os tipos de fenômenos são praticados e enaltecidos, como vemos exemplificado no Novo Testamento, que carregam as marcas de outros espíritos, não do Espírito Santo. Há grande necessidade de um discernimento mais profundo, de alertas claros contra enganos, da exposição dos fraudulentos manipuladores a seu próprio serviço, que usam poder espiritual de forma abusiva para seu próprio enriquecimento. Acima de tudo, há uma grande necessidade de ensinamento bíblico consistente e de pregação inundada por oração humilde, que capacite crentes comuns a entender e se alegrar no verdadeiro Evangelho e a reconhecer e rejeitar os falsos evangelhos.

 

 

 

6. Nós amamos a Palavra de Deus

Nós amamos a palavra de Deus nas Escrituras do Novo e do Antigo Testamento, ecoando o canto alegre do salmista no Torá: "Eu amo os teus mandamentos mais do que o ouro...Como amo a Tua lei!”. Recebemos toda a Bíblia como a Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito de Deus, falada e escrita através de autores humanos. Submetemo-nos a ela como autoridade única e suprema, que governa nossa fé e nosso comportamento. Testificamos do poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. Afirmamos que a Bíblia é a palavra final escrita de Deus, que nenhuma outra revelação pode superá-la, e também nos alegramos porque o Espírito Santo ilumina as mentes do povo de Deus para que a Bíblia continue a falar a verdade de Deus de maneira nova em todas as culturas.

7. Nós amamos o mundo de Deus

Partilhamos a paixão de Deus pelo seu mundo, amando tudo o que Deus fez, nos alegrando com a providência e a justiça de Deus através da sua criação, proclamando as boas novas a toda criação e a todas as nações, aguardando pelo dia quando a terra será cheia do conhecimento da glória de Deus como as águas cobrem o mar[

Nenhum comentário: